Filhos e filhas,
Nesta
quarta-feira, 27 de novembro, a Igreja celebra Nossa Senhora das
Graças. Neste dia, em 1830, a noviça Catarina Labouré teve uma
visão de Nossa Senhora, na capela das Irmãs Filhas da caridade de
São Vicente de Paulo.
Nessa
visão, a Virgem Santíssima estava em cima de um globo e tinha sob
seus pés uma serpente. Das mãos de Nossa Senhora provinham raios
luminosos, símbolo das graças que Ela derrama sobre quem suplica. E
os raios opacos simbolizavam as graças que não eram pedidas.
Essa
aparição, além de tanto simbolismo, nos lembra a importância de
sempre rezarmos, suplicando pela intercessão de Maria, para atender
nossas necessidades. Filhos, a oração transfigura, a oração
transcende, a oração muda, a oração converte, a oração
verdadeira nos impulsiona.
Muitas
vezes, nossas orações não estão sendo qualificativas. Nós
estamos sendo mecânicos, ritualistas, cumpridores e observadores,
mas não estamos deixando nos tocar por Deus.
Está
sendo um caminho de ida, mas não há o caminho de volta. Não porque
Deus não quer, mas porque não deixamos, nós não O escutamos. Na
mesma proporção que nos dedicamos a cuidarmos do corpo, devemos
dedicar a cuidar do espírito.
Se,
na mesma proporção que buscamos manter a sobrevivência do corpo,
buscássemos manter a sobrevivência da alma, não seríamos tão
doentes espiritualmente. Não seríamos desnutridos, desesperados e
desgastados. Por isso, insisto tanto na disciplina, no reservar um
momento para a intimidade com Deus.
Muitos
me perguntam: E quando a oração não é atendida? Como saber o que
está errado? A oração é um combate e nós devemos lutar contra
tudo aquilo que nos faz desanimar, como a sensação de fracasso,
ressentimento e decepção, principalmente por não ser atendido.
Chamo a atenção para o que diz, um dos Padres do Deserto: “Não
te aflijas quando não receberes imediatamente de Deus, o objeto de
teu pedido: é que Ele quer fazer-te ainda maior bem, por tua
perseverança em permanecer com Ele na oração”
(Evágrio Pôntico). “Ele
quer que nosso desejo seja provado na oração. Assim Ele nos prepara
para receber aquilo que Ele está pronto a nos dar”
(Santo Agostinho).
Esses
pensamentos dizem para não nos desesperarmos. A demora de Deus é
uma provação da oração, nos prepara para a graça que vamos
receber. Essa é a prática de esperar em Deus e a oração é uma
espera em Deus que requer recolhimento. A meditação nos ajuda neste
contexto de sempre voltarmos o pensamento para Deus e aumentar a
esperança, sem cairmos em desespero.
Termino
citando mais um grande Santo de nossa Igreja, Santo Afonso de
Ligório: “É
preciso que nos convençamos de que da oração depende todo o nosso
bem. Da oração depende a nossa mudança de vida, o vencer das
tentações; dela depende conseguirmos o amor de Deus, a perfeição,
a perseverança e a salvação eterna”.
Deus
abençoe,
Padre
Reginaldo Manzotti