Padre Reginaldo Manzotti ( boletim informativo - 27 de setembro)

 Filhos e filhas

Estamos encerrando o mês da Bíblia. Tendo em vista a memória litúrgica de São Jerônimo, patrono dos biblistas, celebrado todos os anos em 30 de setembro, a Igreja Católica dedica o referido mês para a Bíblia. Neste ano, o livro bíblico escolhido para aprofundamento é a Carta aos Efésios, com a inspiração “Vestir-se da nova humanidade!”(cf. Ef 4,24). Essa carta foi escolhida por tratar da Igreja, e estar em sintonia com o Sínodo convocado pelo Papa Francisco, que será ser desenvolvido de outubro de 2023 a outubro de 2024, com o tema: “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”.

Escrita em três idiomas – hebraico, aramaico e grego –, a Bíblia foi traduzida para o latim por São Jerônimo a pedido do Papa Damásio I. Assim, após anos de dedicação, estudo e trabalho, São Jerônimo concluiu a chamada Vulgataprimeira tradução latina da Bíblia.

Com o passar do tempo, a Bíblia se tornou o livro mais procurado, lido e pesquisado de todos os tempos. Consequentemente, também é a obra com maior número de publicações na história da humanidade, tendo sido traduzida do latim para a maior parte das línguas e dialetos existentes no mundo.

A Igreja Católica adotou o cânon (princípio) grego, por isso sua Bíblia é composta por 46 livros no Antigo Testamento, dos quais 39 são conhecidos como protocanônicos, isto é, foram catalogados em primeiro lugar. Os outros sete livros adicionais, catalogados posteriormente, denominados deuterocanônicos, já se econtravam na versão grega (Septuaginta), mas não existem na versão hebraica. O Novo Testamento é composto por 27 livros.  Vale ressaltar que os sete livros deuterocanônicos não integram a Bíblia Protestante, contudo essa diferença não impede que, católicos ou não, todos nós, cristãos, reconheçamos a Bíblia como verdadeira depositária da Palavra de Deus.

A Bíblia não veio do céu pronta. Pessoas inspiradas pelo Espírito Santo a escreveram, mas, apesar de ter sido materializada por mãos humanas, o autor da Bíblia é Deus. Como ensina São Paulo em sua segunda carta a Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (2 Tm 3, 16).

Sim, o Espírito Santo inspirou a redação, dando aos escritores faculdades e capacidades para que pudessem transcrever aquilo que era da vontade de Deus. Consequentemente, os livros inspirados por Deus, escritos por homens em linguagem humana, trazem a VERDADE. A Palavra de Deus é viva e eficaz (Hb 4, 12). Não é "letra morta" e, justamente por isso, age como "fermento". Ela não é estática; a cada vez que a lemos, ainda que o conteúdo seja o mesmo, sempre descobrimos novos significados que, talvez, não tenham sido percebidos anteriormente.

Demandadora de leitura constante e aprofundada, a Bíblia não é um romance, uma novela ou uma notícia de jornal, e, para entendê-la melhor, é importante prestar atenção a informações cruciais como quando e onde ocorreu cada uma das passagens relatadas; quem são os personagens envolvidos, tanto o principal quanto os coadjuvantes; e, por fim, qual a mensagem transmitida a nós por cada texto. Essa é a forma mais coerente de nos debruçarmos sobre a Palavra de Deus numa atitude de oração, lendo a "carta" que é fruto do Seu amor por nós e estabelecendo com Ele um diálogo franco e revelador.

De fato, quando rezamos, falamos com Deus; quando lemos as Sagradas Escrituras e meditamos sobre seu conteúdo, Deus nos fala.

São Jerônimo afirmou: “Desconhecer a Sagrada Escritura é ignorar o próprio Cristo”.

Por tudo isso, reforço que a Bíblia não deve ser um adorno a criar poeira em cima de um móvel qualquer, tampouco pode ficar fechada numa estante. A Palavra de Deus deve ser internalizada e vivenciada todos os dias. Então, faça de sua Bíblia seu livro de cabeceira.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Padre Reginaldo Manzotti (boletim informativo 23/09/2023)

Filhos e filhas,

Estamos em plena Festa de Jesus das Santas Chagas, nos aproximando do dia de São Pio de Pietrelcina, dia 23. Já falei de como São Pio entrou na minha vida e da minha experiência em San Giovanni Rotondo, no Santuário a ele dedicado, o que me fez admirar ainda mais esse grande santo e fazê-lo intercessor da Obra Evangelizar.

São Pio de Pietrelcina é um santo moderno, ele foi canonizado em 2002 pelo então Papa João Paulo II e temos muito o que aprender com ele. Padre Pio faleceu em 23 de setembro de 1968, na ocasião, ele tinha 81 anos, dos quais mais de 50 carregou os estigmas da Paixão, as chagas de Cristo.

É claro que os dons especiais que acompanharam São Pio, os dons da visão, da bilocação, da cura e, sobretudo, o dom dos estigmas, que o tornaram muito semelhante ao Crucificado, contribuíram para a sua reputação de santidade. Mas outros fatores, como a incompreensão de muitos, as dúvidas impostas pela Igreja e as limitações a que se submeteu através da obediência de filho, tornaram verdadeiro e nobre o grau da sua santidade.

Papa Paulo VI, hoje também santo, que foi contemporâneo de São Pio já apontava de que forma Padre Pio alcançou a santidade: “Veja que fama ele alcançou! Que clientela mundial reuniu em torno de si! Mas por quê? Por que era um filósofo? Por que era um sábio? Por que dispunha de meios? Não, mas porque rezava a Missa humildemente, confessava de manhã à noite; era, difícil de dizer, representante estampado dos estigmas de Jesus. Era um homem de oração e de sofrimento” (20 de fevereiro de 1971).

Quem dera se nós também, um dia, tenhamos tamanha intimidade com Deus, assim como São Pio. Que possamos aprender com ele a obedecermos a nosso Anjo da Guarda, termos tanto amor e devoção quanto São Pio e que tivéssemos tanto ardor pela Eucaristia em nosso coração como ele.

Enfim, um grande santo com tantas virtudes para nos inspirarmos e claro pedirmos sua intercessão.

Antes de finalizar, indico a oração, composta pelo próprio São Pio, Fica Senhor Comigo. No seu momento de oração pessoal, seja em casa, na frente do Santíssimo, faça essa experiência:

 

Fica Senhor comigo, pois preciso da tua presença para não te esquecer.

Sabes quão facilmente posso te abandonar.

Fica Senhor comigo, porque sou fraco e preciso da tua força para não cair.

Fica Senhor comigo, porque és minha vida, e sem ti perco o fervor.

Fica Senhor comigo, porque és minha luz, e sem ti reina a escuridão.

Fica Senhor comigo, para me mostrar tua vontade.

Fica Senhor comigo, para que ouça tua voz e te siga.

Fica Senhor comigo, pois desejo amar-te e permanecer sempre em tua companhia.

Fica Senhor comigo, se queres que te seja fiel.

Fica Senhor comigo, porque, por mais pobre que seja minha alma, quero que se transforme num lugar de consolação para ti, um ninho de amor.

Fica comigo, Jesus, pois se faz tarde e o dia chega ao fim; a vida passa, e a morte, o julgamento e a eternidade se aproximam. Preciso de ti para renovar minhas energias e não parar no caminho. Está ficando tarde, a morte avança e eu tenho medo da escuridão, das tentações, da falta de fé, da cruz, das tristezas. Oh, quanto preciso de ti, meu Jesus, nesta noite de exílio.

Fica comigo nesta noite, Jesus, pois ao longo da vida, com todos os seus perigos, eu preciso de ti. Faze, Senhor, que te reconheça como te reconheceram teus discípulos ao partir do pão, a fim de que a Comunhão Eucarística seja a luz a dissipar a escuridão, a força a me sustentar, a única alegria do meu coração.

Fica comigo, Senhor, porque na hora da morte quero estar unido a ti, se não pela Comunhão, ao menos pela graça e pelo amor.

Fica comigo, Jesus. Não peço consolações divinas, porque não as mereço, mas apenas o presente da tua presença, ah, isso sim te suplico!

Fica Senhor comigo, pois é só a ti que procuro, teu amor, tua graça, tua vontade, teu coração, teu Espírito, porque te amo, e a única recompensa que te peço é poder amar-te sempre mais. Com este amor resoluto desejo amar-te de todo o coração enquanto estiver na terra, para continuar a te amar perfeitamente por toda a eternidade.

Amém.

 

São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!

 

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti