PADRE REGINALDO MANZOTTI (boletim informativo - 28 de dezembro)

Filhos e filhas,

 Feliz Natal!

Sim, liturgicamente, ainda estamos celebrando o Natal do Senhor. E nessa semana da virada, nos últimos dias de 2022, ainda imersos na espiritualidade do Natal, quando Deus se fez criança e escolheu nascer no seio de uma família.

A Luz verdadeira, que é Jesus, já está entre nós e deve estar também na família, para que a família volte a ser o que é: uma transmissora de vida e fé. Isso faz parte da mensagem que podemos aprender nesse tempo de Natal.

Família volta a ser o que tu és, um lugar da presença de Deus. E Deus está, muitas vezes, no silêncio de uma consciência em paz de quem busca a Deus, de um pai e uma mãe que pedem discernimento, no silêncio de uma família que dá as mãos e reza. Numa cumplicidade de um marido e mulher, porque Deus raramente vai falar quando há muito barulho, mas não estou falando de um barulho externo e sim de um barulho interior, que ensurdece quando não aquietamos a alma e serenamos os sentimentos.

Família volta a ser o que tu és, lugar de comunhão. A família nasce do amor e só tem sentido no amor, pois vem de Deus. O Criador quis que o homem tivesse a mulher como companheira e participassem da obra da criação.

A família é a primeira escola a nos ensinar a ser comunhão de amor, onde pessoas devem educar e se educar, pois formam uma comunidade de pessoas que vivem em comunhão. É na família que se aprende a viver a generosidade, a unidade, a solidariedade, a partilha, a fé e crescer a consciência de serem administradores dos próprios bens e dos bens comuns e da natureza.

A família é lugar de comunhão porque não visa o bem individual, mas o bem uns dos outros. E, como núcleo de comunhão, a família deve participar da vida da comunidade, trabalhando com outros, servindo como um só corpo.

O que sustenta essa missão de ser comunhão é o amor. O amor que deveria ser incondicional como nos ensina São Paulo. Um amor que é paciente, bondoso. Que não tem inveja, não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1Cor 13,4-7).

Família volta a ser o que tu és, um lugar de crescimento. “A família é principal lugar de crescimento de cada um porque é através dela que o ser humano se abre à vida e à exigência natural de relacionar-se com os outros”. (Papa Francisco)

É no ambiente familiar que fazemos nossas primeiras experiências de vida, aprendemos a falar, a andar, a sorrir, a compartilhar as pequenas conquistas com aqueles que nos cercam.

São os pais os primeiros transmissores da fé, como exortou o Papa Francisco: “Em família, a fé acompanha todas as idades da vida, a começar pela infância: as crianças aprendem a confiar no amor de seus pais. Por isso, é importante que os pais cultivem práticas de fé comuns na família, que acompanhem o amadurecimento da fé dos filhos. Sobretudo os jovens, que atravessam uma idade da vida tão complexa, rica e importante para a fé, devem sentir a proximidade e a atenção da família e da comunidade eclesial no seu caminho de crescimento da fé”.

E que tenhamos todos um abençoado 2023, sempre com Jesus e a Sagrada Família.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

PADRE REGINALDO MANZOTTI (BOLETIM SEMANAL- 21 DE ZEMBRO DE 2022)

 

Filhos e filhas,

Já estamos na semana do Natal do Senhor. Depois de quatro semanas, nos preparando no tempo do Advento, receberemos em nossos corações, em nossos lares, o Menino Deus que acaba de nascer. E esse ano, em particular, não me canso de repetir, é tempo de construir pontes.

Natal é o grande momento da paz em que, em torno do recém-nascido, o divino (os anjos) e o humano (Maria, José e os pastores), o céu e a terra, se unem num silêncio adorador. “Porque nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado: sobre o seu ombro está o manto real e ele se chama ‘Conselheiro Maravilhoso’, ‘Deus Forte’, ‘Pai para sempre’, ‘Príncipe da Paz’. Grande será o seu domínio e a paz não terá fim sobre o trono de Davi e seu reino, firmado e reforçado com o direito e a justiça, desde agora e para sempre” (Is 9,5-6).

Então filhos, em nossas reuniões familiares, sejamos promotores da paz. Sabe aquele assunto que você sabe vai chatear algum familiar seu? Não mencione! Aquela atitude que vai repercutir negativamente na família? Não tenha! Inunde seu coração com amor, perdão e faça realmente um verdadeiro Natal!

Celebremos santamente o Natal, tenhamos no coração aquilo que é essencial. Quando estivermos festejando com nossos familiares e amigos, não nos esqueçamos da oração, no momento oportuno, lembre-se do ensinamento de Jesus: “Sejam espertos como as cobras e sem maldade como as pombas” (Mt 10,16).

Se pudermos, troquemos presentes lembrando o que escreveu o Papa Emérito Bento XVI: “Em todos os presentes de Natal deveria viver algo da dádiva primordial, Jesus Cristo, daquele gesto do amor de Deus que em última análise não poderia e não queria dar menos do que a si mesmo. Pouco interessa se um presente é caro ou barato; quem não é capaz de dar com ele uma parte de si mesmo, sempre deu de menos”.

Porque o maior presente que poderíamos receber o céu nos deu, na Noite Santa, Deus deu-se a si mesmo nascendo como uma frágil criança.

Lembremos: Deus assumiu nossa humanidade para nos dar sua divindade. Silenciemos nosso interior e não nos esqueçamos do aniversariante, Jesus! Ele é o centro de nossa vida. É a luz que ilumina toda a treva e vai iluminar a nossa vida, a nossa família.

Que o Menino Jesus possa encontrar as portas dos nossos corações abertos para fazer neste, local de sua morada.

Um santo e feliz Natal!

Deus abençoe!

Padre Reginaldo Manzotti

 

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 30 de novembro

 

Filhos e filhas,

Estamos na primeira semana do Advento, um tempo favorável, de uma alegre espera. Época de vigilância e conversão, que nos ajuda a vencer o comodismo e direcionar o olhar para o Natal, preparando o coração para acolher o Menino Deus que vai nascer.

Os dois primeiros domingos do Advento acentuam a espera da segunda vinda de Jesus Cristo, no final dos tempos. Os outros dois nos propõem uma intensa preparação para o Natal do Senhor.

A cada Domingo do Advento somos exortados com um tema para reflexão. O primeiro, nos coloca a necessidade de vivermos a vigilância permanente. Ser vigilante consiste em estar atento aos sinais de Deus em nossa vida, que se manifestam no nosso dia a dia, e ser comprometido com Jesus e com o Reino que Ele veio anunciar.

Hoje, falsos valores tentam sufocar os valores evangélicos. A vigilância cristã exige uma atitude pessoal e libertadora, obtida na sobriedade e oração contínua, como nos ensina São Pedro: “sejam sóbrios e fiquem de prontidão” (1Pd 5,8-9).

No segundo Domingo do Advento chega até nós, através de João Batista, um forte apelo de conversão, de preparar o caminho do Senhor: “Convertam-se, porque o Reino do Céu está próximo. João foi anunciado pelo profeta Isaías que disse: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas!” (Mt 3,2-3).

A conversão proposta é uma mudança na forma de viver. “Endireitar suas estradas” significa mudar o que nos impede de viver as exigências evangélicas: hábitos, gestos, sentimentos, atitudes, pensar e agir. Exige penitência, arrependimento, perseverança e a busca pela justiça sem nos conformarmos com a maldade deste mundo.

O terceiro Domingo do Advento é o chamado “Domingo da Alegria”, ou Domenica Gaudete. A chegada do Salvador está próxima e somos convidados a nos alegrar com esta espera: “Fiquem sempre alegres no Senhor! Repito: fiquem alegres! Que a bondade de vocês seja notada por todos. O Senhor está próximo. Não se inquietem com nada. Apresentem a Deus todas as necessidades de vocês através da oração e da súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão, guardará em Jesus Cristo os corações e pensamentos de vocês” (Fl 4,4-7).

Não uma alegria qualquer, mas que gera a justiça, o amor, a paz, que só o Senhor pode nos dar.

O quarto Domingo do Advento nos coloca às portas do Natal. Refletimos sobre o mistério da Encarnação: “Vejam: a virgem conceberá e dará a luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco” (Mt 1,23).

Contemplamos a figura de Maria e as circunstâncias que a envolveram nos dias que precederam o nascimento do Menino Jesus. “Deus enviou o seu Filho” (GI 4, 4). Mas, para Lhe “formar um corpo”, quis a livre cooperação de uma criatura. Para isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu para ser a Mãe do seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré, “virgem que era noiva de um homem da casa de David, chamado José. O nome da virgem era Maria” (CIC 488).

Somente se nos prepararmos e procurarmos vivenciar profundamente os elementos de cada Domingo do Advento, o nascimento do Salvador terá um sentido concreto em nossa vida e não será uma mera lembrança de um fato histórico.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti