PADRE REGINALDO MANZOTTI (BOLETIM INFORMATIVO 16/02/2022)

 

Filhos e filhas,

Ninguém consegue chegar na luz se não fizer uma experiência com o perdão. O perdão, filhos e filhas, nos purifica, nos lava e principalmente nos liberta. É um mandamento de Jesus e nós somos constantemente perdoados por Deus, que nos amou primeiro. E, porque somos perdoados e amados por Deus, devemos também perdoar. Mas sejamos honestos, ao perdoar não agimos só movidos por amor, por complacência ou benevolência, perdoamos porque foi isso que Jesus nos pediu.

Quem se fecha à graça do perdão fica preso ao passado, à dor, à magoa, à raiva e, às vezes, até ao desejo de vingança, sentimentos tóxicos que acabam bloqueando o futuro. Além disso, podem gerar doenças psicossomáticas, pois reduzem a imunidade do organismo e abrem espaço para as enfermidades oportunistas.

Há, também, aqueles que acham difícil perdoar, porque ainda não entenderam que perdoar não se trata de desculpar ou minimizar a ofensa sofrida e fingir que nada aconteceu. Agir dessa forma significa mascarar o problema, como colocar um curativo em cima de uma ferida que ainda contém sujeira. Ela pode até aparentar estar cicatrizada, mas por baixo da casca, a infecção permanece.

Insisto: a ferida precisa ser raspada, sangrada, para acontecer a cicatrização. Desculpar não é perdoar e o perdão só cura quando reconhecemos a dor, conversamos sobre a ofensa e, apesar de admitir ao outro que ele agiu mal e nos machucou, escolhemos não alimentar a tristeza, não guardar ressentimentos e em Deus, perdoamos suas fraquezas e limitações.

Quando se perdoa, não se esquece. A memória do que passamos não se apaga e nem Deus pede que a apaguemos. Mas, se no momento em que lembrarmos daquilo que nos fizeram, o sentimento que brotar for mágoa ou dor, é sinal de que não houve perdão.

Quando perdoamos de fato, a lembrança daquilo que foi cometido contra nós deixa de ter poder destrutivo e não desperta mais emoções negativas, dando-nos força para prosseguir. Já os que não trilham esse caminho, tendem a se tornar agressivos e vingativos.

Não guardemos magoas, não fiquemos rancorosos, não azedemos nossa alma, porque a ausência do perdão bloqueia até a oração. Toda a pessoa que tem muita dificuldade de rezar devia se perguntar, se não está com excesso de mágoa, de inimizade? Qual a relação? É bíblico: “Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta”. (Mt 5,23-24)

Então, a falta de perdão causa um bloqueio em nossa comunhão com Deus e com o irmão. Na verdade, somente perdoa quem entendeu o valor do perdão recebido de Deus. Quanto mais uma pessoa vive a experiência desse amor e perdão, maior é a sua capacidade de perdoar.

O perdão cura, liberta e propicia crescimento pessoal e espiritual.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

TRÍDUO DE SÃO JOSÉ(PERÍODO DE 05 A 08 DE DEZEMBRO DE 2021)

 

No período de 05 a 08 de dezembro de 2021, o grupo da Associação de São José, da paroquia de São Francisco da Chagas, Bacabal-MA, reuniu-se para juntos rezarmos o Tríduo de São José, em comemoração aos 150 anos da proclamação de São José como Patrono Universal da Igreja Católica, instituído pelo Papa Francisco como ano de São José (08/12/2020 a 08/12/2021).

São José também é patrono do grupo, e sempre todos os anos realizamos o tríduo em sua honra no período de 28/04 a 01/05. Por causa da pandemia do Novo Corona Vírus não foi possível realizar as orações no período, pois a maioria dos participantes do grupo são idosos, e devido as recomendações da OMS e também da diocese precisamos transferir para uma data propicia para conseguirmos um maior número de participante.

O tríduo teve como tema: “São José: com o coração de pai! E as reflexões durante os três dias foi: 1 º dia, “São José: pai amado e pai na ternura”; 2º dia: São José: Pai na obediência e pai no acolhimento! E no 3º dia: São José: Pai com coragem e pai trabalhador. O tema e os subtemas não poderiam ser outro, pois as orações no tríduo foram baseadas na Carta Patris Corde do Papa Francisco por ocasião do ano instituído por ele a São José. Procuramos fazer a espiritualidade dos três dias com reflexões fazendo referência as virtudes de São José: ternura, obediência, acolhimento e guardião do coração de pai.

As orações foram realizadas na capelinha do Centro Paroquial com início sempre as 17:00h e termino as 18:30h. No dia 08 dezembro, além da celebração como um convidado muito especial, o missionário Sr. Chagas, tivemos um momento de confraternização com o grupo.

Durante o período do tríduo invocamos a proteção de São José para todo o mundo que passa por situações tão desafiadoras.” São José, rogai por nós, que recorremos a vós!”

NOVENA EM HONRA A SÃO JOSÉ (PERÍODO DE 10 A 19 DE NOVEMBRO DE 2021)

 

O grupo de oração Associação de São José, da Paroquia de São Francisco da Chagas de Bacabal-MA, realizou a novena em sua honra no período de 10 a 19 de novembro de 2021, com o tema “São José, pai acolhedor com ternura e coragem”, que faz referencia a “carta apostólica Patris Corde” do Papa Francisco sobre São José, já que foi instituído por ele(papa) o ano consagrado a São José.

Devido a Pandemia do Novo Corona Vírus, não foi possível realizar a novena como de costume, 10 a 19 de março, pois o grupo é formado, na sua grande maioria, por pessoas idosas que não podem aglomerar-se, além de seguirmos as exigências da OMS e da própria diocese, que pediu para os grupos suspenderem encontros e eventos nesse período. Como em dezembro os índices de contágios diminuíram e foram liberadas exigências anteriores não podíamos deixar de realizar a nossa novena a esse grande Santo.

As orações da novena foram realizadas na Capelinha do Centro Paroquial, com inicio às 17:30h todos os dias com termino às 19:00, com exceção ao domingo que iniciou-se as 15:00h, concluindo as 16:30, para dar tempo para os membros do grupo participarem da Santa Missa na paróquia, que inicia sempre ás 17:00h.

Quase todos os dias tínhamos celebrantes convidados, onde era distribuída a Sagrada Eucaristia. Os celebrantes convidados foram: O Missionário Wirlando, que celebrou quase todos os dias, pregando a palavra, e, também esteve conosco as ministras da Palavra da COHAB I, da igreja Divino Espirito Santo: Dona Francisca e Dona Ana. Também tivemos a honra da celebração da Santa Missa pelo nosso Pároco Frei James, no dia 13.

Apesar da celebração fora da época, festejar o padroeiro universal da igreja, das famílias, dos trabalhadores, dos enfermos, e além de tudo isso patrono do nosso grupo, foi um momento de reencontro do grupo para reavivarmos a nossa espiritualidade, ainda mais nesse ano que foi dedicado a Ele pelo nosso papa Francisco.

Nesta novena procuramos reaprender as lições importantes que São José nos deixou, que mesmo sem conhecermos uma só palavra do que tenha dito nos evangelhos vimos que Ele é o mestre do silêncio contemplativo e orante, atento aos desígnios misteriosos de Deus, noivo e esposo amoroso, homem devotado à família, pai solícito e de grande coração(carta apostólica Patris corde), trabalhador esforçado, cidadão justo e bom. Percebemos que o Papa Francisco propôs este ano especialmente dedicado a São José: para olharmos para ele, conhecendo melhor esse homem extraordinário escolhido por Deus e colocado ao lado de Jesus e Maria. Se Deus concedeu a ele os cuidados do núcleo inicial da igreja, que é a “família de Jesus” e a comunidade “ dos irmãos de Jesus”, isso continua valendo nos desígnios insondáveis de Deus ainda hoje. Ele é o “cuidador” e ”provedor” da casa de Deus e da família de Jesus. Por isso, neste ano, pudemos valorizar mais a presença de São José em nossas famílias, nossos lares, nosso grupo. Mesmo com o numero reduzido de participantes foi um marco de renovação da nossa fé cristão. Que São José nos alcance graça, misericórdia e coragem de continuarmos firmes com o nosso grupo de oração, e nos defenda de todo o mal.

São José, rogai e intercedei por nós!

PADRE REGINALDO MANZOTTI (boletim informtivo - 02/02/2022)

 

Filhos e filhas,

Estamos em fevereiro, quando celebramos São Brás, brasa, chama do amor de Deus, da fé, do amor ao próximo. A vida heroica de São Brás é um estímulo para mantermos também acesa em nossas almas a brasa do amor por Deus, que nos amou primeiro.

E isto está na Palavra de Deus: “Amemos, porque Ele nos amou primeiro. Se alguém disser ‘Amo a Deus’, mas odeia seu irmão, é um mentiroso, pois no coração de quem ama a Deus não há espaço para o ódio” (1Jo 4,19-20). Essa é a base daquilo em que nós acreditamos e, por isso, professamos. Deus é a maior referência do amor, pois abrange, na Sua essência, a plenitude desse sentimento, bem como todo e qualquer significado que nós podemos ter de amor.

Somos pequenos, frágeis e limitados diante daquilo que Deus personifica: a perfeição máxima do amor. Por isso, quando amamos somos tão idealistas, pois a nossa referência é a mais perfeita, única e singular, que é Deus. Trata-se da busca constante por vivenciar e experimentar esse amor de Deus.

Por outro lado, existem exigências. No dia a dia, há um certo desgaste gerado por frases como: “Eu amo meu time de futebol”, “Como amo fazer isso!”, “Amo cantar”, “Amo minha profissão” etc. Será que tudo isso é amor? De duas, uma: ou o uso da palavra em questão está equivocado ou o ato de amar tem significados e principalmente, intensidades diferentes.

Na verdade, as duas observações procedem. Porém, o que não podemos perder é a noção de que todas essas formas de expressar esse sentimento, nas suas dimensões mais específicas, caminham para um amor maior, que é Deus. Quem primeiro amou o mundo foi Ele. A natureza, a Criação é um ato do amor de Deus. E em Seu filho, Jesus, com profundo amor, Ele nos dá a remissão.

Os antigos gregos usavam três palavras para qualificar as dimensões do amor: Eros, Filia e Ágape.

Eros é o amor carnal e remete ao desejo entre homem e mulher. Ele simboliza o amor romântico do qual faz parte a atração sexual. Também implica a contemplação do belo e a existência de sentimentos como paixão e ciúme.

Filia é o amor que se coloca a serviço e visa primeiramente ao bem do outro. Não possui conotação sexual ou desejo carnal, correspondendo ao sentimento existente entre amigos. Um belo exemplo do amor amizade encontramos entre Davi e Jônatas. Assim, também era o amor de Jesus pelos Apóstolos.

Por fim, no plano mais elevado, está o amor Ágape, que é divino. Podemos ter uma experiência de sua dimensão a partir de Jesus, pois Ele é a revelação do amor do Pai, "Deus é amor" (1 Jo 4,8). 

Para a doutrina católica, não se pode separar essas três formas de amor, pois elas se fundem entre si. Interessante o que diz o Bento XVI, o Papa Emérito: “Deus ama, e este seu amor pode ser qualificado sem dúvida como Eros, que, no entanto, é totalmente Ágape também”. E ainda: “Deus é absolutamente a fonte originária de todo ser; mas esse princípio criador de todas as coisas é, ao mesmo tempo, um amante com toda a paixão de um verdadeiro amor. Desse modo, o Eros (também o Filia) é enobrecido ao máximo, mas simultaneamente tão purificado que se funde com o Ágape” (Encíclica Deus Caritas est, nº 10).

Peçamos a Deus a graça de amar verdadeiramente, como Ele nos ama. Amém!

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti