NOVENA DE SÃO JOSE (10 A 19 DE MARÇO DE 2022)

 

O grupo da Associação de São José, da paroquia de São Francisco das Chagas, realizou no período de 10 a 19 de março de 2022 a novena em honra a São José, patrono do grupo, que teve como tema “São José, exemplo de educador com amor, restaura as nossas famílias”. O tema escolhido faz referência a campanha da fraternidade desse ano, que tem como tema “Fraternidade e educação” e o lema: “Fala com sabedoria, ensina com amor”. Também é relacionado ao ano dedicado a família, instituído pelo papa Francisco.

Sabemos que São José foi escolhido por Deus para ser o guardião fiel e providente dos seus maiores tesouros: o Filho de Deus e a Virgem Maria, e Ele cumpriu com a máxima fidelidade sua missão. São José entende o chamado e, de coração, atende a Deus, e com toda a sua humildade e pobreza, acolhe Maria, A Virgem de Nazaré, e o Filho de Deus. São José ensinou Jesus a ser homem, a conhecer as letras e manusear ferramentas e as madeiras.

“Nos evangelhos, São José aparece como um homem forte e corajoso, trabalhador, mas em sua alma grande ternura é percebida, o que não é virtude dos fracos, mas sim ao contrário”, disse o papa Francisco sobre São José quando começou o seu pontificado em 2013.

As orações da novena foram realizadas na Capela do Centro Paroquial, como de costume. Todos os dias iniciava-se as 17:00 h, exceto no domingo que começava as 15:00h, pois os associados participavam da missa na paroquia as 17:00 h. Todos os dias tivemos a presença do missionário Sr. Wirlando, sempre disponível para participar das orações, fazer as homilias a distribuição da Eucaristia. Foram momentos de muita oração com a participação dos membros do grupo e de algumas pessoas da comunidade.

A novena é o momento de reavivarmos a nossa fé em Deus e devoção ao nosso Patrono São José. O tema escolhido serve para intensificar nossas orações para termos famílias mais santas, e procurarmos imitar esse grande Santo no nosso cotidiano.

Dizem que São José é quem confecciona os tronos da glória celeste e que, depois, são ornados com a Graça de Deus. Santa Tereza de Jesus dizia: “Tomei a São José por meu advogado e protetor e não me lembro de ter-lhe pedido algo que não me atendesse (…) quisera persuadir o mundo inteiro a ser devoto deste glorioso Santo”. Lembrai-Vos glorioso São José!

São José, rogai por nós e valei-nos!

PADRE REGINALDO MANZOTTI (boletim informativo)

 

Filhos e filhas,

Após termos vivido o grande ápice da nossa fé, a Ressurreição de Cristo, celebramos a Divina Misericórdia no próximo domingo. Estamos na oitava da Páscoa, tempo extraordinário para praticar as obras de misericórdia e o perdão, como desejou o Papa Francisco: “que a palavra do perdão possa chegar a todos e o convite a experimentar a misericórdia não deixe ninguém indiferente”.

Somos todos convocados a experimentar e a promover a misericórdia do Bom Samaritano, como nos mostra a Parábola homônima (cf. Lc 10,25-37). Deus nos faz um apelo para que sejamos como Jesus, o Bom Samaritano, por excelência.

No primeiro momento que chegam diante de Jesus e o interpelam: “Senhor, como garantir a vida eterna?”. Jesus diz, no que se refere a Deus: “Ame-O de todo coração”. Não em parte, mas de todo coração, sem miséria, sem ninharia. Deus quer tudo, inteiro e completo.

Amar a Deus também é entendimento. Preciso ressaltar que uma das formas mais eficazes de se conhecer Jesus é através da leitura bíblica, pois quanto mais nós nos aproximamos da leitura bíblica, mais nós entendemos Deus.

Ao contrário do que muitos falam Deus não é complicado, o que nos falta é formação, é catequese. Somos confusos na fé, porque achamos que amar a Deus é só uma questão de sentimento e não é só isso. É também uma questão de estudo, de compreensão de buscar as coisas de Deus.

Muitos dizem que vão à Missa para comungar e é válido, mas não podemos esquecer que na Missa tem a Palavra. Ir à Missa para comungar é ótimo, mas também para absorver a Palavra, que é uma catequese e entender porque Deus não quer só o nosso coração, Ele quer nosso entendimento.

Na matéria da fé, temos entendimento da fé? Compreendemos as coisas? Compreendemos o que quer dizer de todo teu coração, toda tua alma? E, tem mais: “toda a tua força e pensamento”. Percebam que amar a Deus é muito mais que sentimento, muito mais que ‘oba-oba’? Tem que haver esforço, tem que haver empenho, requer estudo, requer sempre recolocarmos nossa vontade: “Eu quero amar”.

Segundo ponto, amar o próximo. No texto, o interlocutor de Jesus se esquivou: “Mas quem é meu próximo?”. Às vezes, o vizinho de baixo e de cima do apartamento que talvez tenhamos inimizade. Às vezes, aquele parente que já ajudamos tanto, mas não toma jeito. Às vezes, o inimigo está perto de nós e ele é nosso próximo.

Sejamos sinceros: se pudéssemos escolher nosso próximo e o momento de fazer a caridade seria mais fácil. Entretanto, o próximo se impõe e a necessidade do outro não escolhe horário. O “próximo” não somos nós que escolhemos, é a vida que nos interpõe. Ninguém pode escolher seu “próximo”, é o momento que nos traz. Podemos estar saindo para comprar pão e o “próximo” estar ali entre a casa e a panificadora. Às vezes, o próximo se coloca em nossa vida como se colocou na vida do sacerdote que virou as costas e foi embora, na vida do levita que também passou e não se tocou.

Se hoje somos o Bom Samaritano para alguém, amanhã corremos o risco de necessitarmos de alguém para nos acudir, pois poderemos estar caídos pelas frustrações e lambadas que levamos da vida. Ninguém está imune a isso. Vamos ser sinceros, somos cobrados a cada instante. É uma cobrança atrás da outra, se não nos cuidarmos, dormimos angustiados e acordamos preocupados, porque a vida é assim.

Jesus nos ensina que a compaixão é uma atitude tão profundamente humana quanto divina. Por isso, deixemo-nos amar pelo Bom Samaritano e amemos nosso próximo como Bom Samaritano.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti


Padre Reginal do Manzotti (boletim informativo semanal)

 

Filhos e filhas,

Com a graça de Deus, a Pandemia está bem controlada. Então, é tempo de retomarmos, com todos os cuidados necessários, a uma vivência dos Sacramentos. Se ainda não retornaram às missas presenciais, já é tempo. E também dos outros Sacramentos, como a Confissão.

Nós estamos em um tempo propício para a confissão, um dos Sacramentos de cura. Não estou falando de uma confissão direta com Deus, porque esse tipo de confissão, para nós católicos, é insuficiente. Estou falando da confissão sacramental, que passa pelos ouvidos do padre, o Sacramento da Penitência e da Reconciliação.

Mas quem inventou a confissão? Está no Evangelho segundo João: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 21, 21 - 23). Ou seja, o próprio Jesus Cristo instituiu o sacramento da confissão.

Jesus Cristo, o médico dos médicos, curou e perdoou os pecados e quis que Igreja continuasse, pela força do Espírito Santo, a sua obra da cura e salvação. E como podemos realizar isso? Através da confissão.

Para explicar os benefícios deste sacramento, usarei as palavras de Pio XII: “A confissão não só perdoa os pecados, mas dá força para evitá-los”. Ainda segundo Pio XII, são seis os resultados da confissão: autoconhecimento, humildade, pureza de coração, força de vontade, direção espiritual e aumento da graça.

De confissão em confissão, crescemos na graça de Deus, mas o arrependimento precisa ser verdadeiro. Deus perdoa, mas sem isso o perdão vai e volta, porque não tem aderência. Quando uma pessoa está realmente arrependida, ela se torna maleável, fácil de ser esculpida como uma pedra sabão.

Outro ponto importante: a confissão precisa ser de forma clara e concisa para que seu confessor entenda imediatamente. Pedir perdão em pensamento não basta. Se o padre te conhece e o seu pecado te trouxer constrangimentos, procure outro sacerdote, mas não deixe de confessar. Lembrando que a confissão é o exercício da humildade.

De qualquer forma, se um padre contar algo escutado no ato da confissão ou agir pelo que ouviu pode ser excomungado. Uma vez, antes da missa, uma pessoa me confessou algo relativo com o tema da homília daquele dia, que já estava preparada. Eu não podia mais fazer aquele sermão, porque eu poderia deixar entender ao penitente que estava tornando público o seu pecado. Tive que mudar, e a homilia ficou até sem pé nem cabeça.

Um dos princípios para uma boa confissão é não querer continuar no pecado. Mas por que pecamos? Porque temos o livre arbítrio. A liberdade de dizer o que queremos e de fazer o que queremos nos permite realizar atos contrários ao Criador.

Segundo São João, há pecados que levam a morte (I João 5,16), mas para isso existe uma combinação de fatores a se considerar: é preciso que a pessoa tenha pleno conhecimento de que aquilo que está fazendo é pecado. Outro exemplo é quando há consentimento, ou seja, a pessoa tem tempo de refletir, escolher e mesmo assim comete aquela infração. Outro fato é ter liberdade plena, sem condicionamentos, nem frustrações e mesmo assim pecar.

Disto resultou a opinião de Santo Agostinho, que disse que é muito difícil cometer pecado mortal, mas não é impossível. Quem morre em pecado grave sem arrependimento, tem a morte eterna.

É tempo de confissão, é tempo de conversão.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti


Por ocasião do “Ano da Família Amoris Laetitia”, Papa Francisco envia carta aos esposos de todo o mundo

https://arqbrasilia.com.br/papa-francisco-envia-carta-aos-esposos-de-todo-o-mundo/ 

Padre Reginaldo Manzotti( boletim informativo semanal)

 

Filhos e filhas,

A vida é busca e encontro. Nossa grande busca é Deus, Ele é o amado de nossa alma, como diz São João da Cruz, num dos seus poemas espirituais: “Buscando meu Amor, meu Amado, vou por montes e vales, sem temer mil perigos. Nem flores colherei no caminho, pois segui-lo é preciso sem deter-me ou parar. Já não tenho outro ofício, só amar é o exercício. Solidão povoada, presença amorosa do Amado. Viver ou morrer, sem Ele eu não quero ser”!

Busquemos encontrar Deus e Ele se deixará encontrar. O próprio Deus nos diz, através do profeta Jeremias: “Vocês me procurarão e me encontrarão se me buscarem de todo o coração” (Jr 29,13).

Não importa se é como nos diz a Parábola dos trabalhadores da vinha (Mt 20,1-16), ao amanhecer, ao meio dia ou ao entardecer de nossa existência, vamos ter um encontro com Deus. Se não pelo amor, pela dor.

Deus espera pacientemente que o pecador se converta e se volte para Ele. Isso me faz lembrar de um homem em particular: Santo Agostinho. Ele deu um trabalho imenso para sua mãe Santa Mônica. Ele era da “pá virada”, chegou a ter um filho com uma prostituta, era ateu e precisou ser forjado com muito custo por Deus para se tornar um homem de fé. Depois de sua experiência com Deus, Santo Agostinho diz que nossa alma foi feita para Deus e não encontraremos a paz enquanto não repousarmos em Deus. Santo Agostinho é o reflexo do anseio de todos nós.

Onde está a resposta da existência humana? Em Deus! Foi isso que Santo Agostinho descobriu. Tanto que chega um momento em sua vida que ele diz: “Tarde te amei Senhor. Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu fora. Estavas comigo e não eu contigo. Exalaste perfume e respirei. Agora anseio por ti. Provei-te e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz”.

Jesus nos revelou o Pai, Ele é o caminho que nos leva ao Pai. Ele é a luz que dissipa as trevas. Ele disse eu vim como luz (cf. Jo 12, 46), mas o mundo preferiu as trevas. Quem vive no pecado não quer luz. Todos fomos crianças e quem tem filhos sabe que quando a criança é arteira e apronta alguma coisa errada, entra dentro de casa e vai pelos cantos escuros para não ser vista, para não chamar a atenção e passar sem levar bronca e ser castigada. É a mesma coisa quem anda no pecado. Não quer luz, não quer discernimento, quer se afastar da Igreja, quer se afastar dos sacramentos e das pessoas de bem.

Pecado gera pecado e quem está no meio do pecado quer andar na escuridão do pecado, para que a podridão não venha à tona. Então, se aproximar da luz de Jesus significa olhar para nossa própria podridão, olhar para nossos pecados e dizer: “Sou eu, Senhor. Dissipe as trevas da minha vida”.

Jesus é verdade! Não a verdade do mundo, que é idêntica a analgésico, tira a dor, mas não cura. A verdade do mundo fascina, ludibria, cega e engana. A verdade de Deus, muitas vezes dói, mas sempre liberta. A felicidade que buscamos e que sei que todos buscamos, só encontraremos em Deus, por Jesus. Não depositemos a razão de nossa felicidade em pessoas, não arrisquemos todos os trunfos da nossa vida em alguém. Arrisquemos em Deus, Ele é fiel. Busquemos a luz sem trevas, a verdade sem mentiras, a felicidade absoluta que é Deus, em Cristo Jesus.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti