Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 12 de fevereiro


Filhos e Filhas,
A vida é busca e encontro. Nossa grande busca é Deus. Ele é o amado de nossa alma, como diz São João da Cruz, num dos seus poemas espirituais: “Buscando meu Amor, meu Amado, vou por montes e vales, sem temer mil perigos. Nem flores colherei no caminho, pois segui-lo é preciso sem deter-me ou parar. Já não tenho outro ofício, só amar é o exercício. Solidão povoada, presença amorosa do Amado. Viver ou morrer, sem Ele eu não quero ser”!
Busquemos encontrar Deus e Ele se deixará encontrar. O próprio Deus nos diz, através do profeta Jeremias: “Vocês me procurarão e me encontrarão se me buscarem de todo o coração” (Jr 29,13).
Não importa se é como nos diz a Parábola dos trabalhadores da vinha (Mt 20,1-16), ao amanhecer, ao meio dia ou ao entardecer de nossa existência vamos ter um encontro com Deus, se não pelo amor, pela dor.
Deus espera pacientemente que o pecador se converta e se volte para Ele. Isso me faz lembrar de um homem em particular: Santo Agostinho. Ele deu um trabalho imenso para sua mãe Santa Mônica. Ele era da “pá virada”: teve um filho com uma prostituta, era ateu e precisou ser forjado com muito custo por Deus para se tornar um homem de fé. Depois de sua experiência com Deus, Santo Agostinho diz que nossa alma foi feita para Deus e não encontraremos a paz enquanto não repousarmos em Deus. Santo Agostinho é o reflexo do anseio de todos nós.
Onde está a resposta da existência humana? Em Deus! Foi isso que Santo Agostinho descobriu. Tanto que chega um momento em sua vida que ele diz: “Tarde te amei Senhor. Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu fora. Estavas comigo e não eu contigo. Exalaste perfume e respirei. Agora anseio por ti. Provei-te e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz”.
Jesus nos revelou o Pai. Ele é o caminho que nos leva ao Pai, Ele é a luz que dissipa as trevas. Ele disse eu vim como luz (cf. Jo 12, 46), mas o mundo preferiu as trevas. Quem vive no pecado não quer luz. Todos fomos crianças e quem tem filhos sabe que quando a criança é arteira e que quando apronta alguma coisa errada, entra dentro de casa e vai pelos cantos escuros para não ser vista, para não chamar a atenção e não ser castigada. É a mesma coisa quem anda no pecado. Não quer luz, não quer discernimento, quer se afastar da Igreja, quer se afastar dos sacramentos, das pessoas de bem.
Pecado gera pecado e quem está no meio do pecado quer andar na escuridão do pecado, para que a podridão não venha à tona. Então, se aproximar da luz de Jesus significa olhar para nossa própria podridão, olhar para nossos pecados e dizer: “Sou eu, Senhor. Dissipe as trevas da minha vida”.
Jesus é verdade! Não a verdade do mundo que é idêntica a analgésico, que tira a dor, mas não cura. A verdade do mundo fascina, ludibria, cega e engana. A verdade de Deus, muitas vezes dói, mas sempre liberta. A felicidade que buscamos e que sei que todos buscamos, só encontraremos em Deus, por Jesus. Não depositemos a razão de nossa felicidade em pessoas, não arrisquemos todos os trunfos da nossa vida em alguém. Arrisquemos em Deus, Ele é fiel. Busquemos a luz sem trevas, a verdade sem mentiras, a felicidade absoluta que é Deus, em Cristo Jesus.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti

Passeio dos Associados da Associação de São José


No dia 08 de fevereiro de 2020, realizou-se um passeio com os associados do grupo da Associação de São José. O local do passeio foi no Restaurante Minha Fazenda, localizado no povoado Sítio Novo, zona rural de Bacabal. Foi um dia de recreação e muita conversa. Ao chegarmos fizemos uma oração, para que o Espirito Santo iluminasse o nosso dia e que tudo corresse na perfeita harmonia.
Foi um dia muita integração, caminhadas pelo espaço e banhos na piscina para quem quis. Todos nós saímos reabastecidos para enfrentarmos o nosso dia com as energias renovadas. Que venham mais passeios!

Texto base da campanha da fraternidade 2020

Texto base da campanha da fraternidade 2020

Padre Reginaldo Manzotti (boletim informativo de 05/02/2020)


Filhos e filhas,
Estamos já no início de fevereiro, quando celebramos São Brás. Brasa, chama do amor de Deus, da fé, do amor ao próximo. A vida heroica de São Brás é um estímulo para que mantenhamos também acesa em nossas almas a brasa do amor por Deus, que nos amou primeiro.
E isto está na Palavra de Deus: “Amemos, porque Ele nos amou primeiro. Se alguém disser ‘Amo a Deus’, mas odeia seu irmão, é um mentiroso, pois no coração de quem ama a Deus não há espaço para o ódio” (1Jo 4,19-20). Essa é a base daquilo em que nós acreditamos e por isso professamos. Deus é a maior referência do amor, pois abrange, na Sua essência, a plenitude desse sentimento, bem como todo e qualquer significado que nós podemos ter de amor.
Somos pequenos, frágeis e limitados diante daquilo que Deus personifica: a perfeição máxima do amor. Por isso, quando amamos, somos tão idealistas. A nossa referência é a mais perfeita, única e singular: é Deus. Trata-se da busca constante por vivenciar e experimentar esse amor de Deus.
Por outro lado, existem exigências. No dia a dia, existe um certo desgaste gerado por frases como: “Eu amo meu time de futebol”, “Como amo fazer isso!”, “Amo cantar”, “Amo minha profissão”, etc. Será que tudo isso é amor? De duas, uma: ou o uso da palavra em questão está equivocado ou o ato de amar tem significados e intensidades diferentes.
Na verdade, as duas observações procedem. Porém, o que não podemos perder é a noção de que todas essas formas de expressar esse sentimento, nas suas dimensões mais específicas, caminham para um amor maior, que é Deus. Quem primeiro amou o mundo foi Ele. A natureza, a Criação é um ato do amor de Deus. E em Seu filho, Jesus, com profundo amor, Ele nos dá a remissão.
Os antigos gregos usavam três palavras para qualificar as dimensões do amor: Eros, Filia e Ágape.
Eros é o amor carnal e remete ao desejo entre homem e mulher. Ele simboliza o amor romântico, do qual faz parte a atração sexual. Também implica a contemplação do belo e a existência de sentimentos como paixão e ciúme.
Filia é o amor que se coloca a serviço e visa primeiramente ao bem do outro. Não possui conotação sexual ou desejo carnal, correspondendo ao sentimento existente entre amigos. Um belo exemplo do amor amizade encontramos entre Davi e Jônatas. Assim também era o amor de Jesus pelos Apóstolos.
Por fim, no plano mais elevado, está o amor Ágape, que é divino. Podemos ter uma experiência de sua dimensão a partir de Jesus, pois Ele é a revelação do amor do Pai, "Deus é amor" (1 Jo 4,8). 
Para a doutrina católica, não se pode separar essas três formas de amor, pois elas se fundem entre si. Conhecendo essas dimensões do amor, percebemos que amar é algo muito mais profundo. Por isso, se alguém diz que sentiu amor à primeira vista, desconfie. Na verdade, o primeiro contato pode levar à paixão, mas certamente ainda está longe do amor maduro. Não podemos reduzir o amor à admiração e à atração.
Peçamos a Deus a graça de amar verdadeiramente, como Ele nos ama. Amém!
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti