Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 06 de dezembro

 

Filhos e filhas,

Maria Concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

Neste tempo do Advento somos agraciados com duas celebrações marianas, a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora (08/12) e a Virgem de Guadalupe (12/12). Somos convidados a olhar para aquela que vai nos trazer o Salvador, a verdadeira Mãe, a Arca da verdadeira aliança, Nossa Senhora.

A figura da Virgem Maria, grávida, e quero lembrar que na imagem de Guadalupe, Nossa Senhora se mostra grávida, simboliza a Igreja inteira à espera do Salvador. Maria é a terra fecunda para acolher a semente do Reino, é a imagem do povo da antiga Aliança à espera do Salvador.

São Paulo VI, Papa, em sua exortação apostólica Marialis Cultus nos ensina que:

No tempo do Advento a Liturgia recorda com frequência a bem-aventurada Virgem Maria, sobretudo no período de 17 a 24 de dezembro; e, mais particularmente, no domingo que precede o Natal, quando faz ecoar antigas palavras proféticas acerca da Virgem Mãe e acerca do Messias e lê episódios evangélicos relativos ao iminente nascimento de Cristo e do seu Precursor.

Desta maneira, os fiéis que procuram viver com a Liturgia o espírito do Advento, ao considerarem o amor inefável com que a Virgem Mãe esperou o Filho, serão levados a tomá-la como modelo e a prepararem-se, também eles, para irem ao encontro do Salvador que vem, "bem vigilantes na oração e... celebrando os seus divinos louvores". (MC 3,4).

Maria é sempre caminho que leva a Cristo. Nenhum encontro com ela pode deixar de ser encontro com o próprio Cristo. No seio de Maria, Deus se fez uma criança e vem habitar entre nós. Isso a torna a nova arca da aliança. A obra da redenção iniciou no ventre de Maria.

Neste peregrinar, rumo a salvação, nós temos o amparo de Nossa Senhora; não para o passado, tentando encontrar Jesus na gruta de Belém do ontem, mas é um peregrinar para a gruta de Belém do amanhã, onde nós, de fato, devemos contemplar Deus face a face.

Deus que sabe da nossa fragilidade, Ele foi gente de carne e osso e foi tão humano, tão humano que só podia ser Deus.

Sabendo que nós, nessa caminhada capengamos, caímos, todo ano Ele nos dá esta oportunidade de fazer novamente brilhar a luz e que, se por acaso, nós estivermos em caminhos errados, tortuosos, retomemos o caminho para gruta, retomemos e condicionemos a nossa vida pessoal e familiar na busca de Deus.

E Maria, sempre está ao nosso lado. No Natal, quem nasce não é mais um dos grandes personagens, é Nosso Deus, ou partimos do princípio que, quem nasce é o Deus Encarnado, ou a nossa fé é vã.

Que, sempre amparados por Nossa Senhora, possamos viver intensamente essa preparação para termos um santo e feliz Natal.

Deus abençoe

Padre Reginaldo Manzotti

Padre Reginaldo Manzotti ( boletim informativo:novembro/2023)

 

Filhos e filhas,

Ninguém gosta de sofrer, mas muitas vezes não temos escolha. Infelizmente, a dor, o sofrimento e as doenças fazem parte da condição humana. Mas precisamos ter sempre a consciência de que Deus não manda sofrimentos e tribulações, pois Ele é o Sumo bem, a plenitude do amor e um Pai Amoroso que nos quer felizes. Mas, então por que o sofrimento existe?

Um dos grandes teólogos do nosso tempo, Papa Bento XVI, nos ensinou por muito tempo a termos um alicerce espiritual. Certa vez, ao ser perguntado sobre o porquê de crianças nascerem cegas ou sem um dos seus membros, ele se abaixou e com humildade disse: “eu não sei”. Embora Bento XVI seja um grande teólogo, com humildade, reconheceu o mistério de Deus que nos envolve.

Diante da dor e do sofrimento, costumamos questionar a razão de estarmos enfrentando tamanha adversidade. A nossa vida é feita de muitos “por quês”. Por que esta doença? Por que essa dor? Por que meu filho nasceu com esta doença? Por que eu? Por que comigo? Essa “noite escura” é terrível e precisamos ter a consciência de que ela começa dentro do nosso coração. Mas então como fazer para lidar com a dor e o sofrimento?

Contemplando a Cruz de Cristo para, ao contemplá-la, mergulharmos neste entendimento da dor e do sofrimento. Ao olharmos para o sofrimento de Jesus na Cruz, somos chamados a contemplar também a nossa dor. E antes de continuar, preciso alertar que gostar da dor é considerado uma patologia, uma doença. A medicina e a ciência se empenham em minimizar nossas dores, é lícito e necessário, devemos sempre buscar a causa para não mais sofrermos com a dor.

Porém, enquanto a dor não passa, podemos aprender com ela, a dor é pedagógica. Ela nos ensina. Todos querem seguir ao Senhor Glorioso. Poucos são aqueles que querem seguir ao Senhor Crucificado. Diante de uma dor, nossa primeira reação é a de negar este sofrimento. E, logo em seguida, o segundo passo é o do “por quê”. Os nossos “por quês” devem nos levar ao “para que”. É preciso descobrir, dentro deste mistério que é o sofrimento humano, a razão pela qual enfrentamos determinada dor. É preciso aceitar a dor. Mas não de uma forma passiva.

Jesus assumiu a nossa condição humana em tudo, exceto no pecado. E em Cristo conseguimos redimensionar esta experiência dolorosa do sofrimento na própria vida. O sofrimento nos amadurece. Diante do sofrimento somos trabalhados por Deus em nos abrirmos ao próximo. Jesus era tão humano, tão humano, que não media esforços para ajudar as pessoas.

Meus irmãos, precisamos ser mais humanos! Quantos casamentos não teriam terminado, quantos relacionamentos entre pais e filhos não estariam em crise, se estivéssemos mais atentos às fragilidades dos outros. E isto se adquire como um fruto que vem da contemplação de Cristo na Cruz. A liberdade mal-usada provoca dor, sofrimento.

Existem muitas coisas em nossas vidas que ficarão sem respostas. Morreremos sem saber e entender os tais “por quês”! Por isso, o importante é o “para que” deste sofrimento. Jesus passou pelo Calvário e a gente se pergunta: “Para que Jesus morreu na Cruz?” Ele morreu para revelar esta verdade: o Pai nos ama!

Jesus se entregou na Cruz por todos. Porém, não adianta apenas dizer que “Jesus cura tudo”. Com certeza Ele pode curar tudo. Eu mesmo, já testemunhei o Senhor realizando muitos milagres. No entanto, a cura de Jesus é bem mais ampla. Ele nem sempre irá curar aquilo que eu quero, mas sim o que é necessário em minha vida.

Mas, a partir do momento em que uma pessoa se fecha numa redoma, no seu próprio sofrimento, ela vai se destruindo. Ao contrário, quando decide abrir-se ao outro, ao serviço e à entrega por amor, ela vai sendo restaurada. Quando perdemos uma pessoa amada, choramos, ficamos olhando para sua foto, relembrando os momentos... Tudo isso é permitido, é válido por um tempo, o tempo do luto. Só que depois é preciso continuar a viver. Assim conseguiremos redimensionar esta dor. E a melhor forma de redimensioná-la é entregando-se por amor aos irmãos.

A dor santifica. A cruz liberta.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Padre Reginaldo Manzzotti (boletim informativo - 18/10/2023)

 Filhos e filhas,

A Palavra de Deus é realmente um tesouro da nossa fé, Ela é viva e sempre nos surpreende. Tema esse provocado pela leitura orante da Palavra de Deus, Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses.

6 Deus fará o que é justo: vai mandar tribulações para aqueles que os oprimem, 7 e a vocês, que são agora oprimidos, como também a nós, ele dará descanso, quando o Senhor Jesus se manifestar. Ele virá do céu com seus anjos poderosos, 8 em meio a uma chama ardente. Virá para vingar-se daqueles que não conhecem a Deus e não obedecem ao Evangelho do Senhor Jesus. 9 O castigo deles será a ruína eterna, longe da face do Senhor e longe do esplendor da sua majestade. 10 Nesse dia, o Senhor virá para ser glorificado na pessoa de seus santos e para ser admirado em todos aqueles que acreditaram. (2Ts 1,6-10)

Às vezes não gostamos muito de pensar que esse mundo terá um fim, e que haverá um julgamento final. Mas, na Sagrada Escritura, não podemos escolher somente as partes que gostamos, tudo faz parte do processo de salvação, inclusive a consumação dos tempos. Mas não é porque não nos agrada que não existe. Você pode até me perguntar: Padre, existe juízo final? E eu responderei, sim, existe!

O fato de Jesus estar demorando para voltar, já se passaram dois mil anos, não significa de que não irá cumprir a promessa (cf. Mt 24, 36-50), haverá simum Juízo final. E para aqueles que acreditam que este acontece na hora da morte, eu digo, esta é apenas “metade da verdade”. Na hora que nós morremos, nós temos o chamado juízo particular e depois haverá o juízo universal. Nós rezamos no creio “Ele virá a julgar os vivos e os mortos”.

Todos aqueles que faleceram, já passaram pelo juízo particular. O próprio Catecismo da Igreja Católica nos ensina: “A morte põe fim à vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina manifestada em Cristo. (...) Cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo Particular que coloca sua vida em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma purificação, seja para entrar de imediato na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato para sempre. No entardecer de nossa vida, seremos julgados sobre o amor” (CIC 1021-1022).

Então na hora da nossa morte, ficaremos frente a frente com a Verdade, saberemos de tudo, até as oportunidades perdidas. Hoje nós não sabemos como é, mas na hora da morte nós teremos consciência de todos os pecados, de tudo que deixamos de fazer, como nos diz a Escritura: “ Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido” (Lc 12,2). Nessa hora brotará em nosso coração um grande arrependimento e seremos julgados sobre o amor.

Sobre o Juízo Final, o Catecismo nos fala que acontecerá por ocasião da volta gloriosa de Cristo. Só o Pai conhece a hora e o dia desse Juízo, só Ele decide de seu advento. Por meio de seu Filho, Jesus Cristo, Ele pronunciará então sua palavra definitiva sobre a história. Conheceremos então o sentido último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais sua providência terá conduzido tudo para seu fim último. O Juízo Final revelará que a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas por suas criaturas e que seu amor é mais forte que a morte (Ct 8,6).

Espero que esse pequeno esclarecimento nos ajude a buscar sempre a verdadeira conversão. Eu creio que pelas Santas Chagas de Jesus, fomos curados e muitas conversões irão acontecer.

Por isso peço orações pelos frutos do evento XVI Evangelizar Fortaleza. Que realmente seja de muita graça e bênção para que cada vez mais pessoas conheçam e amem Jesus Cristo.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Padre Padre Reginaldso Manzotti (boletim informativo 12/10/2023)

 

Filhos e filhas

Nessa semana somos todos filhos entusiasmados por celebrar o dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil. Digo que somos filhos, porque celebramos o dia da nossa Mãe, que com todo amor, estende seu manto por todos os brasileiros e brasileiras.

Tenho um grande amor por Nossa Senhora, você que me acompanha a mais tempo, sabe disso. E faço questão de celebrar e exaltar Nossa Senhora Aparecida, pois sou fruto e testemunha viva do seu poder intercessor.

Nessa mensagem destaco duas, entre tantas, virtudes de Nossa Senhora Aparecida que creio mais inspiram o povo brasileiro: a ESPERANÇA e a FORTALEZA.

Maria é modelo da perfeita Esperança. Demonstrou isso desde sua juventude, quando ardentemente desejou a vinda do Messias. Depois, ao guardar o segredo da filiação divina de Jesus, esperançosa de que José a compreenderia assim que o próprio Deus lhe explicasse.

Teve esperança em Deus quando precisou fugir para o Egito e salvar o Menino Jesus do extermínio imposto por Herodes aos recém-nascidos (Mt 2, 13-14), e novamente durante as Bodas de Caná, ao pedir para fazerem o que Jesus dissesse (Jo 2,5).

Imitar a esperança de Maria é esperar em Deus, não se desesperar nem desanimar diante das dificuldades e sofrimentos, mas, como Ela, voltar para Deus na oração, com a convicção de que Ele nos ajudará e só quer o nosso bem.

Maria nos ensina a Fortaleza, quando, ao ver todo o sofrimento do seu Filho, manteve-se firme, de é junto à cruz (Jo 19,25), acompanhando-O em todas as suas provações. Essa presença silenciosa de Maria na hora da dor que devemos ter como exemplo em nossa vida.

Às vezes nos deparamos com pessoas que estão sofrendo, por doença ou acidente, e pelas quais já não podemos fazer mais nada, não encontrando palavras que confortem. Contudo, mesmo sem verbalizar, nossa presença é de grande ajuda, pois aquele que sofre sabe estar acompanhado em seu calvário.

Maria entendeu isso e, diante da cruz, não pronunciou uma palavra sequer. Pelos Evangelhos sabemos que Jesus falou, enquanto Maria permaneceu de pé, forte, perseverante. Não precisa estar escrito para sabermos que seu coração dizia: “Estou aqui, filho, estou ao Teu lado”.

Certamente não é fácil. Muitas vezes, dá até vontade de “dormir hoje e acordar apenas quando tudo passar”, como se diz popularmente, mas o exemplo de Maria ensina-nos a perseverar, mantendo-nos firmar em meio a pequenos e grandes sofrimentos.

São muitas virtudes que Maria tem, inúmeras, mas nessa semana da padroeira do Brasil, destaco essas duas, para que seja inspiração para o povo brasileiro. E pedindo a intercessão da Mãe, que tenhamos esperança de dias melhores para nossa nação e fortaleza para juntos, construir um país justo e fraterno.

Que Deus, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, abençoe a todos nós. Amém

Padre Reginaldo Manzotti

 

Padre Reginaldo Manzotti ( boletim informativo - 27 de setembro)

 Filhos e filhas

Estamos encerrando o mês da Bíblia. Tendo em vista a memória litúrgica de São Jerônimo, patrono dos biblistas, celebrado todos os anos em 30 de setembro, a Igreja Católica dedica o referido mês para a Bíblia. Neste ano, o livro bíblico escolhido para aprofundamento é a Carta aos Efésios, com a inspiração “Vestir-se da nova humanidade!”(cf. Ef 4,24). Essa carta foi escolhida por tratar da Igreja, e estar em sintonia com o Sínodo convocado pelo Papa Francisco, que será ser desenvolvido de outubro de 2023 a outubro de 2024, com o tema: “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”.

Escrita em três idiomas – hebraico, aramaico e grego –, a Bíblia foi traduzida para o latim por São Jerônimo a pedido do Papa Damásio I. Assim, após anos de dedicação, estudo e trabalho, São Jerônimo concluiu a chamada Vulgataprimeira tradução latina da Bíblia.

Com o passar do tempo, a Bíblia se tornou o livro mais procurado, lido e pesquisado de todos os tempos. Consequentemente, também é a obra com maior número de publicações na história da humanidade, tendo sido traduzida do latim para a maior parte das línguas e dialetos existentes no mundo.

A Igreja Católica adotou o cânon (princípio) grego, por isso sua Bíblia é composta por 46 livros no Antigo Testamento, dos quais 39 são conhecidos como protocanônicos, isto é, foram catalogados em primeiro lugar. Os outros sete livros adicionais, catalogados posteriormente, denominados deuterocanônicos, já se econtravam na versão grega (Septuaginta), mas não existem na versão hebraica. O Novo Testamento é composto por 27 livros.  Vale ressaltar que os sete livros deuterocanônicos não integram a Bíblia Protestante, contudo essa diferença não impede que, católicos ou não, todos nós, cristãos, reconheçamos a Bíblia como verdadeira depositária da Palavra de Deus.

A Bíblia não veio do céu pronta. Pessoas inspiradas pelo Espírito Santo a escreveram, mas, apesar de ter sido materializada por mãos humanas, o autor da Bíblia é Deus. Como ensina São Paulo em sua segunda carta a Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (2 Tm 3, 16).

Sim, o Espírito Santo inspirou a redação, dando aos escritores faculdades e capacidades para que pudessem transcrever aquilo que era da vontade de Deus. Consequentemente, os livros inspirados por Deus, escritos por homens em linguagem humana, trazem a VERDADE. A Palavra de Deus é viva e eficaz (Hb 4, 12). Não é "letra morta" e, justamente por isso, age como "fermento". Ela não é estática; a cada vez que a lemos, ainda que o conteúdo seja o mesmo, sempre descobrimos novos significados que, talvez, não tenham sido percebidos anteriormente.

Demandadora de leitura constante e aprofundada, a Bíblia não é um romance, uma novela ou uma notícia de jornal, e, para entendê-la melhor, é importante prestar atenção a informações cruciais como quando e onde ocorreu cada uma das passagens relatadas; quem são os personagens envolvidos, tanto o principal quanto os coadjuvantes; e, por fim, qual a mensagem transmitida a nós por cada texto. Essa é a forma mais coerente de nos debruçarmos sobre a Palavra de Deus numa atitude de oração, lendo a "carta" que é fruto do Seu amor por nós e estabelecendo com Ele um diálogo franco e revelador.

De fato, quando rezamos, falamos com Deus; quando lemos as Sagradas Escrituras e meditamos sobre seu conteúdo, Deus nos fala.

São Jerônimo afirmou: “Desconhecer a Sagrada Escritura é ignorar o próprio Cristo”.

Por tudo isso, reforço que a Bíblia não deve ser um adorno a criar poeira em cima de um móvel qualquer, tampouco pode ficar fechada numa estante. A Palavra de Deus deve ser internalizada e vivenciada todos os dias. Então, faça de sua Bíblia seu livro de cabeceira.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Padre Reginaldo Manzotti (boletim informativo 23/09/2023)

Filhos e filhas,

Estamos em plena Festa de Jesus das Santas Chagas, nos aproximando do dia de São Pio de Pietrelcina, dia 23. Já falei de como São Pio entrou na minha vida e da minha experiência em San Giovanni Rotondo, no Santuário a ele dedicado, o que me fez admirar ainda mais esse grande santo e fazê-lo intercessor da Obra Evangelizar.

São Pio de Pietrelcina é um santo moderno, ele foi canonizado em 2002 pelo então Papa João Paulo II e temos muito o que aprender com ele. Padre Pio faleceu em 23 de setembro de 1968, na ocasião, ele tinha 81 anos, dos quais mais de 50 carregou os estigmas da Paixão, as chagas de Cristo.

É claro que os dons especiais que acompanharam São Pio, os dons da visão, da bilocação, da cura e, sobretudo, o dom dos estigmas, que o tornaram muito semelhante ao Crucificado, contribuíram para a sua reputação de santidade. Mas outros fatores, como a incompreensão de muitos, as dúvidas impostas pela Igreja e as limitações a que se submeteu através da obediência de filho, tornaram verdadeiro e nobre o grau da sua santidade.

Papa Paulo VI, hoje também santo, que foi contemporâneo de São Pio já apontava de que forma Padre Pio alcançou a santidade: “Veja que fama ele alcançou! Que clientela mundial reuniu em torno de si! Mas por quê? Por que era um filósofo? Por que era um sábio? Por que dispunha de meios? Não, mas porque rezava a Missa humildemente, confessava de manhã à noite; era, difícil de dizer, representante estampado dos estigmas de Jesus. Era um homem de oração e de sofrimento” (20 de fevereiro de 1971).

Quem dera se nós também, um dia, tenhamos tamanha intimidade com Deus, assim como São Pio. Que possamos aprender com ele a obedecermos a nosso Anjo da Guarda, termos tanto amor e devoção quanto São Pio e que tivéssemos tanto ardor pela Eucaristia em nosso coração como ele.

Enfim, um grande santo com tantas virtudes para nos inspirarmos e claro pedirmos sua intercessão.

Antes de finalizar, indico a oração, composta pelo próprio São Pio, Fica Senhor Comigo. No seu momento de oração pessoal, seja em casa, na frente do Santíssimo, faça essa experiência:

 

Fica Senhor comigo, pois preciso da tua presença para não te esquecer.

Sabes quão facilmente posso te abandonar.

Fica Senhor comigo, porque sou fraco e preciso da tua força para não cair.

Fica Senhor comigo, porque és minha vida, e sem ti perco o fervor.

Fica Senhor comigo, porque és minha luz, e sem ti reina a escuridão.

Fica Senhor comigo, para me mostrar tua vontade.

Fica Senhor comigo, para que ouça tua voz e te siga.

Fica Senhor comigo, pois desejo amar-te e permanecer sempre em tua companhia.

Fica Senhor comigo, se queres que te seja fiel.

Fica Senhor comigo, porque, por mais pobre que seja minha alma, quero que se transforme num lugar de consolação para ti, um ninho de amor.

Fica comigo, Jesus, pois se faz tarde e o dia chega ao fim; a vida passa, e a morte, o julgamento e a eternidade se aproximam. Preciso de ti para renovar minhas energias e não parar no caminho. Está ficando tarde, a morte avança e eu tenho medo da escuridão, das tentações, da falta de fé, da cruz, das tristezas. Oh, quanto preciso de ti, meu Jesus, nesta noite de exílio.

Fica comigo nesta noite, Jesus, pois ao longo da vida, com todos os seus perigos, eu preciso de ti. Faze, Senhor, que te reconheça como te reconheceram teus discípulos ao partir do pão, a fim de que a Comunhão Eucarística seja a luz a dissipar a escuridão, a força a me sustentar, a única alegria do meu coração.

Fica comigo, Senhor, porque na hora da morte quero estar unido a ti, se não pela Comunhão, ao menos pela graça e pelo amor.

Fica comigo, Jesus. Não peço consolações divinas, porque não as mereço, mas apenas o presente da tua presença, ah, isso sim te suplico!

Fica Senhor comigo, pois é só a ti que procuro, teu amor, tua graça, tua vontade, teu coração, teu Espírito, porque te amo, e a única recompensa que te peço é poder amar-te sempre mais. Com este amor resoluto desejo amar-te de todo o coração enquanto estiver na terra, para continuar a te amar perfeitamente por toda a eternidade.

Amém.

 

São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!

 

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti