PadreReginaldo Manzotti (boletim informativo semanal 25/12/2019)


Filhos e filhas,

É Natal! O Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14).
Todo o dia de hoje se volta para o Deus criança. É o céu e a terra se encontrando na altura de uma manjedoura. Isso acontece, independente se cremos ou não, se nós fizemos uma devida preparação ou não. Isso não importa, porque Deus nasceu como uma graça divina, é Dele a iniciativa.
Precisamos entender que Deus não existe porque nós cremos, mas sim porque Ele, no seu amor infinito, é incapaz de deixar de nos amar. A ação de nascer foi de Deus, mas felizes somos nós se nos deixarmos contagiar por esse grande feito: o amor de Deus em forma de criança!
Filhos, Jesus já nasce transformando vidas e eu gostaria de chamar atenção para alguns personagens para que nós nos espelhemos. Antes preciso lembrar que o nascimento de Jesus é histórico. A própria estrela guia, dizem os cientistas, foi um alinhamento de planetas que a olho nu pareciam uma única estrela. É interessante que depois de tanta negação, começa a ciência a rever suas posições e dizer que algo extraordinário aconteceu.
A fé vai muito além da ciência e Deus sempre nos surpreende. Então, se deixe surpreender por Deus. Se você acha que já está resolvido é porque você não experimentou esse Deus que nos surpreende a cada dia, que nos renova a cada dia.
Já feita essa explicação, quero destacar a figura de São José. Tenho pensado muito nesse homem que tinha todas as possibilidades de negar Nossa Senhora. Todo mundo fica surpreso que em sonho o anjo apareceu e lhe disse para acolher Maria porque ela concebeu do Espírito Santo (Mt1,19-21), porém fico pensando que mesmo antes do sonho, José poderia ter feito besteira, poderia ter posto tudo a perder.
Com José, aprendemos que Deus vai lapidando as pessoas. Quando Maria foi avisá-lo de sua gravidez, ele já tinha deixado se deixar lapidar por Deus para ser sensato, para esperar a resposta em Deus, para discernir na oração. E a pergunta fica: como nós nos deixamos lapidar por Deus diante das surpresas que a vida nos traz?
Deus, quando assumiu a condição humana, se colocou nas mãos de um homem, José. Que nós sejamos ‘José’ e sejamos mais coerentes, mais sóbrios nas decisões, menos intempestivos, menos tomados pela violência, pela fúria, pelo sangue quente, que nós sejamos mais temperados.
Outra figura que não posso deixar de realçar é Maria. O Natal é nascimento de Jesus, mas Deus se colocou refém do ventre de uma mulher. Maria faz acontecer o Natal! Pelo sim de Maria, pela sua fé e confiança, nós hoje celebramos o Natal.
E frente a tamanha força nos questionamos, será que nós fazemos acontecer o Natal em nossa família, em nosso lar? Se não acontece, não é porque Jesus não nasceu, mas porque nós não estamos próximos para cooperar, colaborar e sentir.
Então aproveite essa iniciativa de Deus e permita-se viver e conhecer Aquele que luz verdadeira que veio ao mundo e ilumina todas as pessoas, Jesus Cristo (cf. Jo 1,9).
Um santo e feliz Natal. Que o Menino Deus abençoe a todos.
Padre Reginaldo Manzotti

Padre Reginaldo Manzotti(boletim informativo semanal – 18/12/2019


Filhos e filhas,
 
Já estamos nos aproximando do Natal. O próximo domingo será o último do tempo do Advento que nos coloca às portas do Natal. Refletimos sobre o mistério da Encarnação: “Vejam: a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco” (Mt 1,23).
Contemplamos a figura de Maria e as circunstâncias que a envolveram nos dias que precederam o nascimento do Menino Jesus. “Deus enviou o seu Filho” (GI 4, 4). Mas, para lhe “formar um corpo”, quis a livre cooperação de uma criatura. Para isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu para ser a Mãe do seu Filho uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré, na Galileia. “Virgem que era noiva de um homem da casa de Davi, chamado José. O nome da virgem era Maria” (CIC 488).
A Salvação nos chega pelo seio de Maria. Ela é o modelo perfeito de obediência, humildade, pureza e fé. Se nos prepararmos e procurarmos vivenciar profundamente os elementos de cada Domingo do Advento, o nascimento do Salvador terá um sentido concreto em nossa vida e não será uma mera lembrança de um fato histórico.
Finalmente, gostaria de dizer que para se entender o Natal é necessário ter fé, pois senão será um feriado como tantos outros de nosso calendário.
Natal é o grande momento da paz em que, em torno do recém-nascido, o Divino (anjos) e o humano (Maria, José e os pastores), céu e terra, se unem num silêncio adorador. “Porque nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado: sobre o seu ombro está o manto real e ele se chama ‘Conselheiro Maravilhoso’, ‘Deus Forte’, ‘Pai para sempre’, ‘Príncipe da Paz’. Grande será o seu domínio e a paz não terá fim sobre o trono de Davi e seu reino, firmado e reforçado com o direito e a justiça, desde agora e para sempre” (Is 9,5-6).
Celebremos santamente o Natal. Tenhamos no coração aquilo que é essencial: o amor, a amizade, o perdão e a reconciliação.
Quando estivermos festejando com nossos familiares e amigos, não nos esqueçamos da oração. Silenciemos nosso interior e não nos esqueçamos do aniversariante. Ele é o centro de nossa vida. É a luz que ilumina toda a treva.
Lembremo-nos dos que sofrem ou estão na solidão.
Se pudermos, troquemos presentes lembrando que em todos os presentes de Natal deveria viver algo da dádiva primordial: Jesus Cristo. Daquele gesto do amor de Deus que em última análise não poderia e não queria dar menos do que a si mesmo. Pouco interessa se um presente é caro ou barato, quem não é capaz de dar com ele uma parte de si mesmo, sempre deu de menos.
O maior presente que poderíamos receber o céu nos deu. Na Noite Santa, Deus deu-se a si mesmo nascendo como uma frágil criança. Deus assumiu nossa humanidade para nos dar sua divindade.
Que todos tenhamos um Santo e Feliz Natal.
Deus abençoe
Padre Reginaldo Manzotti

Padre Reginaldo Manzotti boletim informativo semanal(12/12/2019)


Filhos e filhas
Nesta semana, celebramos Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira das Américas. No entanto, sua história e devoção são pouco conhecidas de nós, brasileiros. Por isso, dedico esta mensagem para contar a história da Virgem de Guadalupe, que se passa no ano de 1531 onde atualmente está o México, que ainda pertencia ao império espanhol.
Juan Diego não pertencia a qualquer classe social do Império, mas era livre. Sabia ler e escrever. Perdera os pais muito cedo e dedicava-se ao trabalho no campo. Viúvo, ele vivia com o tio, Juan Bernardino, a quem estimava como a um pai. Eles haviam se convertido e receberam o batismo.
No dia 9 de dezembro de 1531, quando se dirigia para a igreja das Missões, ouviu uma linda música vinda da montanha. Parou para apreciar, quando ouviu uma voz por cima da montanha que o chamava suavemente: "Juanito, Juan Diego". Subindo em sua direção, viu uma senhora e maravilhou-se pela sua grandeza. Seu vestido era radiante e seu rosto transparecia bondade e compaixão. Ela perguntou-lhe: "Juanito, o mais humilde de meus filhos, onde vais? Juan Diego respondeu: Minha Senhora e Menina, vou à igreja, seguir as coisas divinas". Então pediu-lhe a senhora: "Eu desejo que um templo seja construído aqui, rapidamente, para que eu possa mostrar todo o meu amor, e realizar o que a minha clemência pretende. Vá ao palácio do Bispo e comunica este meu grande desejo". Ele, inclinou-se diante d’Ela e disse: "Minha Senhora, Eu estou indo cumprir Tua ordem, agora me despeço de Ti, Teu humilde servo". Apressado seguiu para a casa do bispo. Esperou muito tempo e quando foi atendido, após ouvi-lo, o Bispo mandou que voltasse outro dia, para relatar melhor a história.
Juan Diego saiu triste, mas no dia seguinte, depois de rezar à Virgem, ele deixou sua casa e foi ver o Bispo. Novamente depois de muita dificuldade, o Bispo estava à sua frente. Ele expôs a ordem de Nossa Senhora do Céu, e que por Deus, acreditasse em sua mensagem. O Bispo, para assegurar-se, fez várias perguntas, e pediu que apresentasse provas de que estava dizendo a verdade.
Juan Diego voltou logo para contar à Virgem Santíssima, a resposta que trazia do Bispo. A Senhora, após ouvir, disse-lhe: "Muito bem, você retornará aqui amanhã, então levará ao Bispo o sinal por ele pedido. Com isso ele irá acreditar".
No dia seguinte, não foi ao encontro da senhora. Saiu para trazer um sacerdote para seu tio, que estava gravemente enfermo. Mas, Ela o encontrou no caminho.  Aproximou-se dele e disse: "O que há, meu pequeno filho? Onde estás indo?" E Juan Diego pedindo desculpas disse que deveria levar um sacerdote, para administrar os Sacramentos, pois seu tio estava muito enfermo. A Santa Virgem lhe disse: "Escuta-me e entenda bem, meu filho, nada deve amedrontar ou afligir você. Não deixe seu coração perturbado. Não tema esta ou qualquer outra enfermidade ou angústia. Eu não estou aqui? Quem é sua Mãe? Você não está abaixo de minha proteção? Eu não sou a saúde? Não se aflija, pois seu tio será salvo dessa enfermidade". Então Juan Diego prometeu que, quanto antes, estaria na presença do Bispo, para levar o sinal ou prova, a fim de que cresse. A Senhora pediu que ele subisse ao topo da montanha para que colhesse flores, e trouxesse à sua presença.
Atendendo ao pedido da Virgem Maria, Juan Diego foi e quando chegou no topo da montanha ficou admirado vendo tantas rosas, perfumadas e umedecidas pelo orvalho. Colheu-as, levou-as à Senhora, que as arrumou dentro da tilma (manto) do índio e mandou que as mostrasse somente ao Bispo. Juan Diego se pôs a caminho, desta vez mais confiante.
Diante do Bispo, Juan Diego relatou como a Senhora o fizera subir até o local onde naquela época do ano só havia espinhos e lá encontrara rosas belíssimas. Dizendo isso, desenrolou o manto e as rosas rolaram pelo chão, o Bispo ficou maravilhado, pois além das rosas, estava estampada no manto de Juan Diego a imagem da Virgem de Guadalupe. Sua aparência, sua pele morena trazia as características de uma jovem indígena.
A preciosa imagem da sempre Virgem Santa Maria, Mãe de Deus, da mesma maneira como hoje ela é guardada no templo do Tepeyacac, desafia o tempo e os estudos científicos, pois a imagem impressa milagrosamente em um tecido de pouca qualidade (feito a partir do cacto), que deveria se deteriorar em 20 anos, não mostra sinais de deterioração depois de 474 anos, desafiando qualquer explicação científica sobre sua origem.
O Bispo e toda Igreja acreditaram. Logo foi erguida uma capela. Juan Diego construiu, ao lado do templo, uma cabana, onde permaneceu até sua morte. A Virgem de Guadalupe foi declarada Mãe das Américas e hoje, acolhe e intercede por todos seus filhos e filhas.
Que a história da Virgem de Guadalupe nos leve a uma autêntica devoção mariana.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti

Confraternização do grupo de associados da Associação de São José


No dia primeiro de dezembro o grupo de associados da Associação de São José, da paróquia de São Francisco das Chagas, realizou a última reunião do ano, incluindo a confraternização.

Iniciou-se com as orações rotineiras e logo após a leitura da palavra foi realizada a leitura de um texto reflexivo apropriado para o momento onde houve participação de alguns associados presentes. Com essa reflexão foi revisto alguns dos valores essenciais cristãos para celebrarmos com dignidade o advento, como a vigilância, a esperança, a pobreza, a conversão, pois é necessário que “preparemos o caminho do Senhor”, lutando contra o pecado, contra a injustiça institucionalizada, através de uma maior disposição para a oração e imersão na Palavra. E também vimos  a importância de colocar um “tempero” pascal em nosso Advento e Natal, pois os festejos natalinos são um desdobramento da Páscoa.

Logo após a reflexão foi feito a troca de presentes, em seguida teve a distribuição de lembrança para todos os presentes. Esse momento foi concluído com a palavra da coordenadora, desejando um feliz natal e um ano repleto de fé e esperança, seguido da bênção. Ao terminar a fala da coordenadora foi servido um lanche, onde todos ficaram a vontade para se deliciarem das gostosas iguarias. Foi um momento muito especial para o grupo.
Pedimos as bençãos a Deus por intercessão de São José, que continuemos firmes na nossa caminhada de oração em 2020.

Reginaldo Manzotti boletim informativo semanal (04/12/2019)


 Filhos e Filhas,
Já estamos no tempo do Advento. O Natal se aproxima e precisamos preparar nossos corações para realmente viver o nascimento de Jesus. O tempo de advento é marcado por um momento de expectativa: o Senhor que vem! Jesus que veio e que vem; portanto, são dois momentos fortes de reflexão.
O 1º e o 2º Domingos do Advento, nos levam a refletir sobre a segunda vinda de Jesus, a parúsia. Muitos perguntam: que segunda vinda? Terá uma segunda vinda? Com certeza! É o que rezamos na profissão de fé: Jesus que virá para julgar os vivos e os mortos. Então, vai ter o fim do mundo? Quem disse que não? Só não sabemos quando, nem como.
Se na primeira Ele veio vestido com manto de pobreza, na gruta de Belém, e seu trono foi a cruz; na segunda Ele virá sobre as nuvens revestido de glória e majestade, com os coros dos anjos (Mt 14,30). Se na primeira vinda, Jesus, não foi ouvido, foi emudecido pela mão do homem, na segunda vez a voz do Senhor, irá ecoar em todos os cantos da Terra.
O 3º e 4º Domingos do Advento, são uma preparação imediata para o Santo Natal. A cada domingo do Advento, Deus nos dá uma mensagem. No 1º a mensagem é: vigiai. Pais de família, mães de família, lideranças: acordem do sono, despertem para a vida, Deus se manifesta!
O 2º Domingo do Advento nos traz, uma mensagem, um apelo fortíssimo de conversão: “Convertei-vos. O reino de Deus está próximo!” Jesus virá, com a plena sabedoria, com os dons plenos do Espírito. Jesus virá uma segunda vez. E nós antes que tarde, procuremos a conversão.
A conversão que Nosso Senhor deseja é que o nosso coração seja uma manjedoura, que o nosso coração esteja preparado para acolhê-Lo. Se queremos viver um Santo Natal, se queremos que o ano seja repleto de paz, comecemos hoje a limpar a eira, limpar embaixo, tirar a erva daninha, tirar o que não presta, tirar o que é fútil, tirar o que é supérfluo, tirar o que não vale nada.
O 3º Domingo do Advento, também conhecido como domingo Gaudete (Domingo da alegria), apresenta os tempos messiânicos e funciona como uma antecipação do Natal. A sua vinda se aproxima: Deus vem nos salvar. Nesse domingo, se anuncia a chegada do Senhor como causa de alegria para a comunidade. É como um aviso: “Ele está chegando!”. Esse anúncio alegre nos contagia e nos impele a preparar uma acolhida mais calorosa e amorosa para a chegada do Senhor.
No 4º Domingo do Advento, às portas do Natal, somos convidados a acolher Aquele que vem ao nosso encontro. O Senhor está à porta e bate! A figura da Virgem Maria simboliza a Igreja inteira à espera do Salvador. Maria é a terra fecunda para acolher a semente do Reino, é a imagem do povo da antiga Aliança à espera do Salvador.
Evangelizar é preciso também no Natal, para que nos lembremos o sentido maior desta festa. Que saibamos que a nossa jornada, a nossa luta é uma luta constante e diária. Sem querer ser pessimista, não irá demorar muito para saudarmos: feliz dia do Papai Noel! Isso, devido à grande inversão dos valores que está acontecendo. Uma inversão perigosa onde o que é secundário se o torna principal. E, não só se referindo ao Natal, mas a toda a escala de valores do ser humano.
Que possamos nos preparar para termos um Santo e Feliz Natal.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti