PADRE REGINALDO MANZOTTI (informativo semanal 24/06/2021)

 

Filhos e filhas,

Celebramos a Natividade de São João Batista nesta quinta-feira, dia 24. Tratei sobre esse assunto no meu artigo semanal do portal Aleteia e se você ainda não leu, convido a fazê-lo. Por isso, aqui gostaria de tratar de duas virtudes que o próprio Jesus nos recomenda a aprender: mansidão e humildade.

“Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu os aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11,28-30).

Se o Coração de Jesus é manso e humilde, o nosso também deve ser. Esforcemo-nos para aprender e viver a mansidão e a humildade do Coração de Jesus Cristo. Essa humildade que é uma virtude moral. Podemos nascer com ela, mas ela pode ser trabalhada, buscada e aperfeiçoada.

Segundo Santa Teresa D’Avila, ser humilde é andar com a verdade. Deus é a verdade, então humildade é a busca da verdade, é andar na presença de Deus. Essa virtude nos coloca a serviço, numa atitude de alegria, e, não em busca de honras, mas também não nos deixa afetar pelas desonras. Se não buscamos a humilde, nos tornamos soberbos, deixando nossa alma mesquinha, apegada a coisas pequenas e nos julgando autossuficientes, além de considerar tudo como mérito próprio e negar que somos necessitados de Deus.

O primeiro princípio para exercitar a humildade é olhar para nossos valores e atribuí-los à graça de Deus. O segundo é nos colocar diante de Deus, numa atitude de filho, de criança confiante. O terceiro é despertar em nós a mansidão, porque a humildade vem com a mansidão, e a mansidão estimula a humildade. Estas virtudes estão sempre acompanhadas uma da outra. Se trabalhamos a mansidão, a humildade aparece.

A mansidão age na vontade, na sensibilidade e se exterioriza nas palavras, gestos e maneira de ser. A virtude da mansidão não caminha sozinha, ela vem com a paciência, com a fortaleza e principalmente com a caridade. O exercício da mansidão nos cala na hora da ira, mantém nossa alma serena e com brandura, mas não significa aceitar um erro fechando os olhos para o que está errado.

A mansidão e humildade nos levam a Deus. A mansidão e paciência nos levam ao próximo. A mansidão nos leva a fé, a doçura, a gentileza e a afabilidade. A mansidão e a humildade passam pelos nossos relacionamentos com o próximo e devem ser usadas em relação às nossas próprias fraquezas, ao conhecimento de nossas fragilidades e nos levar a agir com misericórdia.

Na semana das 24 Horas em Oração na Presença do Senhor, ainda com restrição de público, peçamos essas duas virtudes, rezando: Jesus Manso e humilde de coração fazei o nosso coração semelhante ao Vosso!

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Padre Reginal Manzotti (boletim informativo semanal - 16/06/2021)

 

Filhos e filhas,

Já estamos no meio do ano de 2021, vivendo a mais de um ano um marco na história. Essa época nos faz valorizar a fé que recebemos, seja da nossa família ou de outra fonte. Devemos ser gratos, pois é agora que nossa fé nos sustenta – e o encontro com Jesus nunca foi tão importante.

Um encontro capaz de nos curar e transformar nossas vidas. O relacionamento com Jesus cura a visão da nossa própria existência, que acaba adquirindo um novo sentido. Quem faz essa experiência do “encontro” fica tão preenchido de Jesus que não consegue reter só para si a graça, a alma e o coração curado, que se torna um coração evangelizador.

Jesus não nos força a nada, não arromba nosso coração. Mas, quando damos pelo menos uma brechinha, Ele entra lentamente em nossa vida e realiza maravilhas. Quando percebemos, já não conseguiremos viver sem Ele, pois todo nosso ser é tomado por Ele. E essa experiência do Seu amor e da Sua presença é que nos leva à mudança.

Passamos a querer imitar o Mestre, tentar agir como Ele, tentar ver as coisas e as pessoas com o olhar semelhante ao Dele e vamos descobrindo o verdadeiro sentido da nossa vida. Seguir Jesus requer autenticidade e fidelidade, a Ele ninguém engana, pois Ele conhece os nossos pensamentos e sentimentos. Quando pensamos em procurá-Lo, Ele já nos encontrou.

Só encontramos nossa felicidade, nossa vida plena em Jesus Cristo. Não adianta buscar em outro lugar ou pessoa. Santo Agostinho compreendeu isto e lamentava: “Tarde Te amei... Eu poderia ter encontrado esta felicidade antes”. Podemos encontrar Jesus e não ser mais um serviçal, ser como Ele mesmo nos chamou “amigos”. Ninguém é servo de Jesus. Somos amigos e foi Ele quem nos autorizou e confirmou esta amizade (cf. Jo 15,15). Essa experiência pessoal com Jesus é fundamental e é essa experiência que traz a alegria de Deus.

Você já foi olhado por Jesus? Ou melhor, você já olhou nos olhos de Jesus, quando está diante do Santíssimo? Isso é de um valor incomensurável, se ajoelhar em frente do Sacrário e fazer como Santa Teresinha de Lisieux, “Jesus, tua menina chegou, tua menina está aqui”, Não precisa rezar, somente se colocar sob o olhar de Jesus. Se sentir vontade de chorar, chore. Se sentir vontade de cantar, cante. Se não sentir vontade de fazer nada, não faça. Apenas saber que está sob o olhar de Jesus basta.

Jesus nos olha com amor (cf. Mc 10,21). Você já sentiu esse olhar de Jesus que diz: “Eu te amo!”? Esse olhar de Jesus muda toda a nossa vida e nos leva a uma experiência de amor tão grande que nos faz nos apaixonar por Ele a ponto de afirmar: “Jesus é meu amado, é a razão da minha vida!”

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti


Padre Reginaldo Manzotti - boletim informativo semanal

 

Filhos e Filhas,

Estamos no mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Tenho enfatizado que toda devoção não pode ser estéril, não deve ser reduzida apenas ao ritualismo, mas sim conduzir os fiéis a um discipulado amoroso com Deus. Logo, se queremos ser discípulos missionários de Jesus, devemos procurar ter um coração semelhante ao Dele.

Pio XII salienta que é o próprio Jesus quem toma a iniciativa de nos apresentar ao Seu Coração como fonte de restauração e paz ao afirmar: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu os aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11, 28-30).

Então, se o Coração de Jesus é manso e humilde, o nosso também deve ser. Busquemos viver como Ele, amando como Ele, pautando nossa vida nos Seus valores, que são ensinados no Evangelho. No coração de Jesus, não cabe amargura, não cabe ódio. No coração de Jesus não cabem mágoas, intrigas, discórdias e desavenças.

Na Última Ceia, João, o discípulo amado, fez a experiência do Sagrado Coração de Jesus ao reclinar-se sobre o peito do Senhor. Mais tarde. o próprio João, diante da cruz, apresenta o Coração de Jesus transpassado pela lança do soldado do qual jorrou Sangue e Água (Jo 19, 34-37). Ali, se cumpre a profecia de Zacarias: “Olharão para aquele que transpassaram” (Zc 12, 19) e começa a devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

Porém, esse Coração foi esquecido pelos homens, até no ano de 1675, durante a oitava da Festa de Corpus Christi. Foi quando Jesus faz para Margarida Maria Alacoque, a chamada Grande Revelação:

Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia.

Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares”.

Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra”.

Coloquemos nossas esperanças e confianças no Sagrado Coração de Jesus, que é fonte de misericórdia e cura.

Jesus Manso e humilde de Coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso!

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 02 de junho 2021

Filhos e filhas,

Tomai e comei, isto é o Meu corpo. Tomai e bebei, todos vós, isto é o Meu sangue. O sangue da aliança, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26, 26-27)

Em nenhum versículo da Sagrada Escritura, a Eucaristia é apresentada como um mero “símbolo” do corpo de Cristo. Na verdade, nela está presente o próprio Cristo: corpo, sangue, alma e divindade. Essa é a verdadeira doutrina sobre a Eucaristia ensinada por Cristo e pelos apóstolos, até porque se a Eucaristia fosse apenas um “símbolo”, uma “lembrança”, ela não poderia se constituir num alimento para a vida eterna.

A Eucaristia sempre foi considerada o “Sacramento da Igreja”, estando no centro da vida paroquial e da comunidade que dela participa. Não se edifica uma comunidade se esta não tiver sua raiz e seu centro na Eucaristia, lembra o Concílio Vaticano II (Presbyterorum Ordinis 6).

Nosso Senhor Jesus instituiu a Eucaristia na noite em que foi entregue aos soldados romanos, enquanto ceava com os apóstolos. Inaugurou o rito eucarístico, oferecendo aos apóstolos o sacramento do pão e do vinho, Seu próprio corpo e sangue em comida e bebida, e mandando que fizessem o mesmo em Sua memória. Portanto, delegou o poder de realização deste sacramento até o Seu retorno.

São João Paulo II assim falou sobre a Eucaristia: “Debaixo das aparências do pão e do vinho consagrados, permanece conosco o mesmo Jesus dos Evangelhos, que os discípulos encontraram e seguiram, viram crucificado e ressuscitado, cujas chagas Tomé tocou, prostrando-se em adoração e exclamando: ‘Meu Senhor e meu Deus’”.

Desde a Quinta-feira Santa de 2017, Deus tem colocado em meu coração uma necessidade de valorizarmos ainda mais Jesus Sacramentado. Nós, católicos, temos o privilégio de podermos adorar a Jesus. Mas, tenho ressaltado que esse privilégio também nos dá a responsabilidade de mostrar o real valor da Eucaristia.

Olhar para Jesus no Sacramento do Altar é ter a consciência de que somos amados por Deus e reconhecer os sinais desse amor presentes nos acontecimentos da nossa vida, em todos os pontos e vírgulas da nossa história.

Fazer uma experiência da presença real de Jesus é também amá-Lo e verificar se nosso coração está inteiro n’Ele ou dividido. É descobrir onde deixamos cada pedaço do nosso coração e pedir que o Espírito Santo revele qual parte dele não pertence ao Senhor.

É deixarmo-nos forjar no fogo do Espírito Santo, para que os pedaços do nosso coração sejam fundidos como uma única peça, uma única joia, a qual não mais se separe em pedaços e pertença inteiramente ao Senhor, um coração adorador.

Termino essa mensagem com uma das orações ensinadas pelo anjo em Fátima, aos três pastorinhos: Lúcia, Jacinta e Francisco, que creio ser próprio de um coração adorador:

Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.” Amém

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti