Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 17 de agosto

Filhos e Filhas,

 Nas próximas semanas, os cristãos do Brasil são convidados a voltar as atenções para a família. Estamos em plena Semana Nacional da Família, que em 2022 completa 30 anos de evangelização e valorização da célula mater da sociedade.

O tema escolhido para essa data festiva foi: “Amor Familiar, vocação e caminho de santidade”, pois é a partir do amor que a família pode manifestar, difundir e regenerar o amor de Deus no mundo. Sem o amor, não é possível viver como filhos de Deus, como cônjuges, pais e irmãos.

E na família, o amor se traduz em gestos concretos, principalmente na relação entre o casal. O relacionamento entre marido e mulher é um conjunto de sentimentos, gestos e ações que precisam ser bem trabalhados senão o amor pode acabar.

Em várias partilhas que ouço, percebo que o que mais machuca duas pessoas envolvidas numa relação, e que vai arranhando o amor, matando o companheirismo e acabando com a convivência é a desconsideração. Isto é, não valorizar as qualidades e apontar sempre os defeitos do outro.

Quando a desconsideração se torna crônica, provavelmente o casal chegou perto da dissolução, porque o ser humano não suporta viver numa relação em que nunca é valorizado. Por isso ressalto, a valorização do outro precisa acontecer no dia a dia do relacionamento. Não uma valorização extraordinária, num momento especial, só em datas especiais, mas no cotidiano, porque é aí que a relação vai se enfraquecendo.

Ninguém se casa para ser infeliz, carregando o peso de uma relação que, às vezes se torna até doentia, abusiva, onde não há momentos de alegria, de prazer, não há cumplicidade. Filhos e filhas, o casamento é para que um faça o outro feliz! E para isso, devemos sempre reservar o nosso melhor para a família.

Jesus fala de edificar a casa na rocha firme (cf. Mt 7,24-27), e a casa edificada na rocha é uma família que pratica a Palavra, é temente a Deus. E eu e minha casa serviremos ao senhor, está dizendo que praticaremos a vontade de Deus. Seremos tementes a Deus. O alicerce de nossa casa é a rocha e a única rocha é Jesus Cristo.

Muitas vezes, permitimos que os fundamentos de nossa família comecem a ruir quando guardamos mágoas, dissabores, segredos; quando deixamos de rezar, quando não percebemos que os corações estão se distanciando. Mas é possível novamente fundamentar na rocha quando se volta a Deus. Voltar a Deus é reedificar os alicerces da família. “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24,15) deveria ser o lema das famílias.

A Igreja é muito feliz em nos propor uma Semana da Família, de intensificar as orações pela família. Lembremos das palavras do Papa Francisco: “O verdadeiro vínculo é sempre com o Senhor. Todas as famílias têm necessidade de Deus: todas, todas! Necessidade da Sua ajuda, da Sua força, da Sua bênção, da Sua misericórdia, do Seu perdão. E requer simplicidade. Para rezar em família requer simplicidade! Quando a família reza unida, o vínculo torna-se mais forte”.

Vale a pena investir na família, ela traz alegria e realização a todos nós.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Padre Reginaldo Manzotti (boletim informativo semana l- 11 de agosto de 2023)

Filhos e filhas,

Com a proximidade do Dia dos Pais, gostaria de me debruçar sobre a nossa relação com Deus Pai. Claro, sempre por Jesus Cristo, nosso único mediador com o Pai (cf. 1 Tm 2,5). Jesus assumiu nossa humanidade para revelar-nos o rosto amoroso de Deus. E quando os Apóstolos pediram que Jesus os ensinassem a rezar, Jesus começou com PAI NOSSO.

Jesus começa a oração com a palavra “Pai”. Isso demostra que esse verbete já tinha sido elaborado, ou seja, já fazia parte do cotidiano e havia sido internalizada. Ele verbaliza aquilo que a sua filiação sentia. Segundo São Tertuliano, o “Pai Nosso” é, na verdade, o resumo de todo o Evangelho.

Nele, Jesus revela a sua relação com o Pai. Na estrutura, nas petições dessa oração, Jesus coloca a ordem e os valores das coisas que devemos pedir. São Mateus, propositalmente, dispõe o “Pai Nosso” em seguida as bem-aventuranças. É como se fosse uma necessidade rezarmos o “Pai Nosso” para sermos bem-aventurados.

Chamar Deus de Pai é uma ousadia filial e Ele quer que sejamos ousados, porque o filho não tem medidas: ele pede, implora, chora, grita e esperneia, mas não desiste. Somos autorizados por Jesus a ter essa ousadia, pois não estamos nos relacionando com um Deus abstrato ou distante. Jesus estabelece uma relação íntima entre nós e o Pai.

“Pai Nosso que estais nos céus” é sem dúvida um apelo de conversão de vida, porque chamar Deus de “Pai Nosso” nos coloca numa atitude de nos parecermos com Ele. O filho sempre puxa ao pai nas coisas boas e ruins. Chamamos Deus de Pai e Ele O é, mas será que nos parecemos com Ele? Isso também requer outra atitude: a de ter um coração humilde e confiante, um coração de criança, de filho, de quem se submete, quem aceita e obedece.

Quando Jesus diz: “Pai Nosso” e não “Pai meu”, Ele exclui uma fé individualista. Ele quebra toda e qualquer possibilidade de exclusão do outro no processo da salvação. Ao rezarmos “Pai Nosso”, entramos em profunda comunhão com todos os irmãos crentes ou não, com aqueles que já encontraram Deus e os que não O encontraram ainda. Incluímos os justos e pecadores.

Então, dizer “Pai Nosso” é sair do individualíssimo. É compreender que o amor de Deus é sem fronteira e nossa oração também deve ser assim. Isso aprendemos de Deus Pai, que nos ama profundamente a ponto de não poupar seu único Filho, para nos reconciliar com Ele.

Nesta mensagem, gostaria de fazer uma prece por todos os pais, que eles possam ser referência do amor de Deus Pai para seus filhos e que se espelhem em São José para tal missão. E que os seus filhos se sintam sempre amparados, protegidos e amados.

E para os pais já falecidos, pedimos que a luz perpétua os ilumine, que descansem em paz. Amém.

Deus abençoe a todos e um feliz Dia dos Pais para todos os pais!

Padre Reginaldo Manzotti