Padre Reginaldo Manzotti boletim informativo semanal(27/11/2019)


Filhos e filhas, 

 
Nesta quarta-feira, 27 de novembro, a Igreja celebra Nossa Senhora das Graças. Neste dia, em 1830, a noviça Catarina Labouré teve uma visão de Nossa Senhora, na capela das Irmãs Filhas da caridade de São Vicente de Paulo.
Nessa visão, a Virgem Santíssima estava em cima de um globo e tinha sob seus pés uma serpente. Das mãos de Nossa Senhora provinham raios luminosos, símbolo das graças que Ela derrama sobre quem suplica. E os raios opacos simbolizavam as graças que não eram pedidas.
Essa aparição, além de tanto simbolismo, nos lembra a importância de sempre rezarmos, suplicando pela intercessão de Maria, para atender nossas necessidades. Filhos, a oração transfigura, a oração transcende, a oração muda, a oração converte, a oração verdadeira nos impulsiona.
Muitas vezes, nossas orações não estão sendo qualificativas. Nós estamos sendo mecânicos, ritualistas, cumpridores e observadores, mas não estamos deixando nos tocar por Deus.
Está sendo um caminho de ida, mas não há o caminho de volta. Não porque Deus não quer, mas porque não deixamos, nós não O escutamos. Na mesma proporção que nos dedicamos a cuidarmos do corpo, devemos dedicar a cuidar do espírito.
Se, na mesma proporção que buscamos manter a sobrevivência do corpo, buscássemos manter a sobrevivência da alma, não seríamos tão doentes espiritualmente. Não seríamos desnutridos, desesperados e desgastados. Por isso, insisto tanto na disciplina, no reservar um momento para a intimidade com Deus.
Muitos me perguntam: E quando a oração não é atendida? Como saber o que está errado? A oração é um combate e nós devemos lutar contra tudo aquilo que nos faz desanimar, como a sensação de fracasso, ressentimento e decepção, principalmente por não ser atendido. Chamo a atenção para o que diz, um dos Padres do Deserto: “Não te aflijas quando não receberes imediatamente de Deus, o objeto de teu pedido: é que Ele quer fazer-te ainda maior bem, por tua perseverança em permanecer com Ele na oração” (Evágrio Pôntico). “Ele quer que nosso desejo seja provado na oração. Assim Ele nos prepara para receber aquilo que Ele está pronto a nos dar” (Santo Agostinho).
Esses pensamentos dizem para não nos desesperarmos. A demora de Deus é uma provação da oração, nos prepara para a graça que vamos receber. Essa é a prática de esperar em Deus e a oração é uma espera em Deus que requer recolhimento. A meditação nos ajuda neste contexto de sempre voltarmos o pensamento para Deus e aumentar a esperança, sem cairmos em desespero.
Termino citando mais um grande Santo de nossa Igreja, Santo Afonso de Ligório: “É preciso que nos convençamos de que da oração depende todo o nosso bem. Da oração depende a nossa mudança de vida, o vencer das tentações; dela depende conseguirmos o amor de Deus, a perfeição, a perseverança e a salvação eterna”.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti