PADRE REGINALDO MANZOTTI (Boletim informativo)

 Filhos e filhas,

Neste domingo, dia 27 de novembro, celebramos o Primeiro Domingo do Advento e também dia de Nossa Senhora das Graças. Um dos aspectos que mais chama a minha atenção sobre estas aparições, foi quando Santa Catarina, para quem a Mãe de Jesus apareceu, notou que alguns raios estavam apagados e perguntou por que aquilo acontecia. Nossa Senhora explicou que eram as graças que Ela queria distribuir, mas que as pessoas não lhe pediam.

Isso me faz refletir o quanto Deus é grande e misericordioso. Ele já dispensou as graças em nossas vidas, então por que não as alcançamos? Porque Deus não arromba corações, as graças só são completadas quando formos ao encontro Dele, nós devemos ir ao seu encontro. E assim é a vida, busca e encontro.

Nossa grande busca é Deus, Ele é o amado de nossa alma, como diz São João da Cruz, num dos seus poemas espirituais: “Buscando meu Amor, meu Amado, vou por montes e vales, sem temer mil perigos. Nem flores colherei no caminho, pois segui-lo é preciso sem deter-me ou parar. Já não tenho outro ofício, só amar é o exercício. Solidão povoada, presença amorosa do Amado. Viver ou morrer, sem Ele eu não quero ser”!

Busquemos encontrar Deus e Ele se deixará encontrar. O próprio Deus nos diz, através do profeta Jeremias: “Vocês me procurarão e me encontrarão se me buscarem de todo o coração” (Jr 29,13).

Não importa se é como nos diz a Parábola dos trabalhadores da vinha (Mt 20,1-16), ao amanhecer, ao meio dia ou ao entardecer de nossa existência vamos ter um encontro com Deus, se não pelo amor, pela dor.

Jesus nos revelou o Pai, Ele é o caminho que nos leva ao Pai. Ele é a luz que dissipa as trevas. Ele disse eu vim como luz (cf. Jo 12, 46), mas o mundo preferiu as trevas. Quem vive no pecado não quer luz. Todos fomos crianças e quem tem filhos sabe que quando a criança é arteira e apronta alguma coisa errada, entra dentro de casa e vai pelos cantos escuros para não ser vista, para não chamar a atenção e passar sem levar bronca e ser castigada. É a mesma coisa quem anda no pecado. Não quer luz, não quer discernimento, quer se afastar da Igreja, quer se afastar dos sacramentos e das pessoas de bem.

Pecado gera pecado, quem está no meio do pecado quer andar na escuridão do pecado, para que a podridão não venha à tona. Então, se aproximar da luz de Jesus significa olhar para nossa própria podridão, olhar para nossos pecados e dizer: “Sou eu, Senhor. Dissipe as trevas da minha vida”.

Jesus é a verdade! Não a verdade do mundo que é idêntica a analgésico, tira a dor, mas não cura. A verdade do mundo fascina, ludibria, cega e engana. A verdade de Deus, muitas vezes dói, mas sempre liberta. A felicidade que buscamos e que sei que todos buscamos, só encontraremos em Deus, por Jesus.

Não depositemos a razão de nossa felicidade em pessoas, não arrisquemos todos os trunfos da nossa vida em alguém. Arrisquemos em Deus, Ele é fiel. Busquemos a luz sem trevas, a verdade sem mentiras, a felicidade absoluta que é Deus, em Cristo Jesus.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Padre Reginaldo Manzotti ( Boletim informativo semanal – 02/11/2022)

Filhos e Filhas,

Estamos no início do mês de novembro, quando celebramos a Solenidade de Todos os Santos e o Dia de Finados.Esses dois eventos nos levam a refletir sobre a efemeridade da vida e como salientou o Papa Emérito Bento XVI: “A Solenidade de Todos os Santos é a ocasião propícia para elevar o olhar das realidades terrenas, dispersas pelo tempo, à dimensão de Deus, à dimensão da eternidade e da santidade”.

É importante reforçar que todos nós temos a vocação à santidade. Toda a Sagrada Escritura é um chamado à santidade, ela exorta que a santidade de Deus deve ser imitada. Muitos têm a concepção de que santos são aqueles que tiveram feitos extraordinários, que fizeram milagres e por isso estão nos altares de nossas igrejas. Porém, é possível se santificar pela pequena via, como fez Santa Terezinha do Menino Jesus.

É possível nos santificar vivendo a nossa realidade do dia a dia. Sempre digo que os grandes gestos nos tornam heróis e os pequenos nos tornam santos. A santidade consiste em buscar a face de Deus e ser santo como Ele é Santo (Mt 5,48). Somos o que somos, porque Deus quis, somos o que somos porque Deus nos fez, portanto, nós somos uma extensão de Deus, um derramamento de Deus.

Viemos de Deus e nossa alma anseia por Deus. Pode o ser humano, nas suas diversas culturas, aceitar ou não: nós temos saudades do Criador, está em nossa natureza, está em nossa essência, está em nossa matéria.

É da natureza humana a fome de Deus, a fome de eternidade, a fome de encontrar o Criador, que só Jesus vem saciar. Ele nos disse: “Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede” (Jo 6,25).

Para nós que nessa luta pela santidade, todo dia procuramos saciar o latente desejo que temos de Deus, Jesus se dá Ele mesmo em comida e bebida (cf. Jo 6,52-59). Então, Jesus nos nutre naquilo que somos por excelência, aquilo que fomos e um dia seremos, face a face com o Criador.

Não posso deixar de exortar uma prece por todos os falecidos. Para aqueles que acreditam na ressurreição, a vida não é tirada, mas transformada. Assim como a semente que, ao cair na terra morre e dessa morte brota a nova vida, cremos que a morte é a passagem para a ressurreição, a nova vida em Cristo.

Acreditando que Jesus venceu a morte e ressuscitou, convido-os agora a rezarmos por todos os falecidos uma oração que está no rito das exéquias:

Nas vossas mãos, Pai de misericórdia, entregamos a alma de todos os falecidos na firme esperança de que eles ressurgirão com Cristo no último dia. Escutai, ó Deus, na vossa misericórdia, as nossas preces: abri para eles as portas do paraíso e a nós que ficamos, concedei que nos consolemos uns aos outros com as palavras da fé até que o dia em que nos encontraremos todos no Cristo e assim estaremos sempre convosco. Amém

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti