PADRE REGINALDO MANZOTTI (boletim semanal 26/05/2021)

 Filhos e filhas,

Nós poderíamos perguntar: qual a identidade de um católico? Em nossa vida civil, o que nos identifica como cidadãos é a nossa Carteira de Identidade, popularmente conhecida como RG, além do CPF. Onde quer que vamos, é o primeiro documento solicitado.

E como católicos, qual é a nossa identidade? Alguns podem pensar que é a devoção à Nossa Senhora. Errado! Isso é consequência. De fato, temos devoção a Nossa Senhora e a consideramos como nossa Mãe e intercessora junto a Jesus. Neste mês dedicado a ela, a Mãe de todas as mães, lembramos que amor a Nossa Senhora é algo que caminha conosco, mas não é a nossa identidade.

Nossa identidade de católicos é a Santíssima Trindade. Nenhum católico começa uma oração, uma espiritualidade, uma adoração ou a Santa Missa sem invocar a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, fazendo o sinal da Cruz.

Não entendo como alguém pode negar a existência da Santíssima Trindade, sendo Jesus foi muito claro: “Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (Mateus 28,19-20).

Pois bem, é bíblico! Tanto que em nosso Batismo, seja por imersão, como era antigamente, ou como nós fazemos hoje, por ablução – que consiste em derramar um pouco de água sobre a cabeça da criança ou do catequizando candidato ao Batismo –, o fazemos não em nome só de Jesus ou só do Espírito Santo. Um Batismo assim não seria válido. Batizamos seguindo o que nos pede Jesus: “Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Logo, nossa identidade não foi tirada do nada.

Não é fácil compreender o mistério da Santíssima Trindade. Porém, não podemos deixar de buscar e podemos aprender com Santo Agostinho, que assim se expressou em um de seus sermões: “Sabeis, irmãos, que naquela invisível e incorruptível Trindade, que nossa fé retém e que a Igreja Católica prega, Deus Pai não é “Pai” do Espírito Santo, mas do Filho; e Deus Filho não é “Filho” do Espírito Santo, mas do Pai; enfim, Deus Espírito Santo não é “Espírito” apenas do Pai nem apenas do Filho, mas do Pai e do Filho. E que essa Trindade, embora mantida a propriedade e a subsistência de cada uma das pessoas, não congrega três deuses, mas, em razão de sua única e inseparável essência ou natureza de eternidade, verdade e bondade, é o único Deus” e finaliza o grande Doutor da Igreja: “O Pai é, portanto, origem veraz para o Filho verdade; o Filho é a verdade nascida do Pai veraz; e o Espírito Santo é a bondade derramada pelo Pai bom e pelo Filho bom; comum aos três é a igual divindade e a inseparável unidade”. (Trechos do Sermão 71,12, 18. Trad. de Luciano Rouanet, oar)

Nós precisamos da Santíssima Trindade. Precisamos para a criação, precisamos para a nossa redenção, pois sem Jesus nós terminaríamos no cemitério. E precisamos do Espírito Santo para nos santificar, porque nós somos teimosos e fracos. Precisamos, em nossas vidas, dessas ações de Deus que é Uno e Trino.

Portanto, celebrar a Santíssima Trindade é celebrar o Pai Criador, o Filho Redentor e o Espírito santificador. Nós somos convidados a clamar: “Pai, eu fui criado, e recriado pela graça da redenção do Teu Filho. Eu creio nisso, mas preciso mais, então dai-me o Teu Espírito Santificador. Dá-me o Teu Espírito consolador, que vem em auxílio das minhas fraquezas. Aquele que vem me defender do mal. Aquele que vem afugentar o Inimigo. Vem Espírito Santo, vem com Seu poder”.

Termino dizendo que negar a doutrina da Santíssima Trindade é rejeitar todo plano de Deus, para nossa redenção e salvação.

Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês”. (1Cor 13,13)

Padre Reginaldo Manzotti


5 coisas que todo católico deve saber sobre o Espírito Santo

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Papa Francisco: Ascensão nos convoca a ‘olhar além das coisas terrenas’

Papa Francisco: Ascensão nos convoca a ‘olhar além das coisas terrenas’ 

PADRE REGINALDO MANZOTTI - boletim informativo(17 a 21/05/2021)

 

Filhos e filhas,

A Igreja nasceu e se sustenta sob a força do Espírito Santo. Contemplo o Cristo que volta para o Pai, Glorioso, como diz o Salmo: “Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta. Está sentado no seu trono glorioso” (Sl 42,6.9).

Penso como Deus confia na humanidade e penso que é só pelo Espírito Santo, não tem outra razão, outra explicação. Vejamos: Deus se encarnou e os homens O colocaram numa estrebaria. Ele andou entre nós fazendo o bem por trinta anos de forma mais reservada, três anos explicitamente e o ser humano O fez parar numa cruz. Sozinho, na fidelidade plena, no amor e na obediência ao Pai foi morto, mas ressuscitou pela graça de Deus, na sua força intrínseca. Ele venceu o pecado, sem nenhum auxílio humano.

Verdadeiramente morto pelas mãos humanas, verdadeiramente vivo pela força de Deus, a vitória é Dele. Lucas nos fala que depois de sua Paixão, Ele se mostrou vivo, ressurreto e, durante quarenta dias, apareceu falando do Reino de Deus. E o mais impressionante é que precisou dar provas da Sua ressurreição (cf. At 1,3).

Jesus não precisava mostrar que Ele era Glorioso. Apareceu para dar provas de que estava vivo, mostrou as mãos, os pés e deixou-se apalpar para que vissem que tinha carne e ossos, além de comer com os Apóstolos para mostrar que não era um espírito (cf. Lc 24,35,42).

Impressionante que a Igreja começa a contar isso logo no início, nos quarenta dias. E o Espírito Santo é o único recurso para que nós, como cristãos, como Igreja, possamos ser depósitos dessa vitória. Os Atos dos Apóstolos diz que, depois de aparecer durante quarenta dias, se deparam com o Cristo subindo aos céus. A impressão que eu tenho é que os Apóstolos ainda ficaram lá embaixo pedindo: “Senhor não vá! Fica, que a gente não sabe o que fazer”.

Aquilo que os anjos disseram foi mais ou menos por causa disso: “Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu” (At 1,10). Esta afirmação confirma: chegou o tempo da missão, nada de ficar olhando o infinito, de braços cruzados. A missão de Jesus continua através da ação dos discípulos.

A missão está em mim e em você. O Senhor perscruta os corações. Ele sabia o que tinha no coração de Pedro, de Judas e de todos que gritavam: “Crucifica-o”. Mas o Senhor confiou. O capitulo 1, versículos de 1 a 11, dos Atos dos Apóstolos é um ato de fé que o Senhor tem nos homens.

Por isso, o derramamento do Espírito fortalece o que é fraco, dá vigor ao abatido, dá ânimo ao desanimado, porque o Senhor olha e diz, vocês são meus. Já conquistei, já fui vitorioso, vivam da Minha vitória.

Vinde Espírito Santo!

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti


PADRE REGINALDO MANZOTTI - BOLETIM INFORMATIVO SEMANAL(10 a 15/05 de 2021)

Filhos e Filhas

 Nesta quinta-feira, dia 13, iremos celebrar 104 anos da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima aos 3 Pastosinhos. Vale lembrar que Jesus é a plena revelação, nada mais pode ser acrescentado. Mas, por sua infinita misericórdia, Deus permite que Nossa Senhora oriente seus filhos para o caminho do céu. Explico bem sobre isso no vídeo sobre o Segredo de Fátima, que vai ao ar no meu canal do YouTube às 20h.

“Não tenhais medo, não vos faço mal. Sou do céu.”

Com estas palavras iniciais, Nossa Senhora interfere na história humana para, em um ambiente de guerra, trazer mensagens de Paz e salvação. Já em sua saudação, repete o que seu Filho tantas vezes repetiu de forma insistente: “Não tenhais medo” (Mt 14, 27).

De todas as aparições, está foi a que Maria mais falou e aconselhou, além de ser a aparição que mais se tem registros e escritos, isto devido também ao fato de ser recente, em 1917, e pelo fato de ter os desígnios de Deus, permitido que Lúcia vivesse tantos anos entre nós. Sua morte aconteceu no dia 13 de fevereiro de 2005, como idosa monja Carmelita enclausurada.

Em Fátima, Portugal, Maria falou do céu e do inferno como uma realidade indiscutível. Jesus já havia falado “Eu voltarei para o Pai e vos prepararei um lugar” (Jo 14, 2-3). Fala do céu à Jacinta como um sim e à Francisco como condição de seu muito rezar o terço. À Lúcia, garante o céu após muitas tribulações. Fala do inferno numa prece que brota de seus próprios lábios e coração materno.

Quando hoje para muitos o céu e o inferno são tidos como uma fantasia, fruto de discursos inflamados de pregadores alienados, somos instigados por Maria, na aparição em Fátima, a buscar o céu como uma realidade dos bem-aventurados e a romper com todo e qualquer pacto com o Inimigo de Deus.

Em Fátima, Maria fala de Paz, em particular o fim da 1ª Guerra Mundial. Mas, em um contexto atual, exorta que os conflitos e verdadeiras guerrilhas rurais, urbanas, familiares e pessoais serão pacificadas quando no coração humano pulsar os sentimentos do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria.

Nossa Senhora de Fátima prenunciou a queda dos muros que dividiam nações e nos apresenta um desafio continuo para um empenho pessoal de construir pontes em situações de abismos.

Na última aparição em Fátima, Nossa Senhora traz o Menino Jesus e, quando se despede, insiste veementemente na recitação do terço.

O sol estremece mediante as bênçãos que são derramadas sobre o mundo por intercessão de Maria, pelo próprio Jesus Cristo Senhor Nosso.

Fico a refletir que se até o sol (astro maior) se abala diante das bênçãos de Deus, quanto mais nossas frágeis vidas e nosso mísero coração.

Nesta aparição, há algo muito importante a ser destacado: Maria não só insistiu na necessidade de rezar, mas também ensinou uma oração que posteriormente foi incorporada na recitação do terço. Disse Maria, em Fátima:

“Quereis aprender uma oração? Quando rezais o terço, dizei em cada mistério: Oh! Meu Jesus, perdoai-nos, Livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem. Amém!”

Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti