Padre Reginaldo Manzotti (boletim informativo-26 de julho)

 Filhos e filhas,

Nesta semana quando celebramos o Dia dos avós (26/07), em memória a São Joaquim e Sant’Ana, os pais de Nossa Senhora e, por conseguinte, avós de Jesus, gostaria de começar com este ensinamento, da Carta de São Paulo a Tito: “Aconselhe igualmente os jovens, para que em tudo tenham bom senso” (Tt 2, 6).

Como é edificante uma família que valoriza os avós, nesse caso, todos ganham! As crianças são beneficiadas porque convivem com gerações diferentes, aprendem a valorizar os idosos e mantêm o sentimento de pertença familiar. Alguns estudos indicam até que a convivência com os avós, fornece valores sólidos e apoio emocional aos netos.

Os pais também são beneficiados porque pode contar com uma ajuda na formação dos filhos. Porque, quando os avós não têm a função de educar os netos e justamente por isso, fica mais fácil ser conselheiro, companheiro e contribuir para o desenvolvimento deles. Não estou dizendo que os pais não podem realizar tal tarefa, porém a responsabilidade diária exige uma forma de tratamento diferente de quem ajuda temporariamente.

E convenhamos, hoje em dia, é graças aos avós que ainda temos crianças nas catequeses em nossas comunidades, pois os pais estão demasiadamente preocupados e ocupados no trabalho para garantir o melhor para os filhos, que muitas vezes, não quero generalizar, não tem “tempo” para a educação espiritual dos filhos. E aqui não posso deixar de lembrar que essa é uma responsabilidade dos pais.

A família é chamada por Deus a ser testemunha do amor e fraternidade, colaboradora da obra da Criação. Seu papel é fundamental na formação dos filhos, já que aos pais é dada a responsabilidade de formar pessoas conscientes e cristãs. Eles são representantes legítimos de Deus perante os filhos que devem ser conduzidos nos valores do Evangelho.

A Igreja sempre reconheceu e exaltou a importância da família para a construção de uma sociedade equilibrada, justa e fraterna. São João Paulo II, a descrevia como a célula mãe da sociedade e a conclamava a ser um santuário de amor, uma pequena igreja doméstica. O Papa Francisco nos ensina que “A família é um elemento essencial para todo e qualquer progresso humano e social sustentável”. E repito, feliz é a família que valoriza os avós, sejam idosos ou não, pois já nos ensina o livro dos Provérbios: “Os netos são a coroa dos anciãos, e os pais são a honra dos filhos” (Pr 17,6). 

Jesus fala de edificar a casa na rocha firme (cf. Mt 7,24-27), e a casa edificada na rocha é uma família que pratica a Palavra, é temente a Deus. O alicerce de nossa casa é a rocha e a única rocha é Jesus Cristo.

Muitas vezes permitimos que os fundamentos de nossa família comecem a ruir quando guardamos mágoas, dissabores, segredos; quando deixamos de rezar, quando não percebemos que os corações estão se distanciando. Mas é possível novamente fundamentar na rocha quando se volta a Deus. Voltar a Deus é reedificar os alicerces da família.

Senhor, por intercessão de São Joaquim e Sant’Ana, rogais pelos idosos e amparai as famílias.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Padre Reginaldo Manzotti (boletim informativo 19 de julho)

 

Filhos e filhas,  

São Pio, protetor da Obra Evangelizar, nos convida: “Contemplemos com devoção o sangue de Jesus derramado até a última gota por nós na cruz pela redenção da humanidade”.

O mês de julho é dedicado ao Preciosíssimo Sangue de Cristo, derramado pelo perdão dos nossos pecados. Essa devoção sempre esteve presente na Igreja, começou com São João Batista que apresentou Jesus ao mundo dizendo: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29).

Sem o Sangue desse Cordeiro não há salvação. O Sangue precioso de Cristo foi prefigurado também naquele sangue do cordeiro pascal que os judeus colocaram nos umbrais das portas de suas casas, no dia da Páscoa, na saída do Egito, para que o anjo exterminador não fizesse mal ao primogênito daquela casa. É sinal do Sangue do Cristo que nos protege de todos os males do corpo e da alma.

Na tradição da Igreja, o Papa Bento XIV (1740-1748) ordenou a missa e o ofício em honra ao Sangue de Jesus, que foi estendida à toda Igreja por decreto do Papa Pio IX (1846-1878). São Gaspar de Búfalo (1786-1837) propagou fortemente esta devoção, sendo chamado como o “Apóstolo do Preciosíssimo Sangue”.

Nessa semana e adentrando a próxima, estou fazendo, no programa Experiência de Deus, a novena do Preciosíssimo Sangue de Cristo, que jorraram das Santas Chagas de Jesus. E muitas graças e bênçãos foram e estão sendo derramadas, o Sangue de Cristo tem valor infinito, pois uma só gota pode salvar o mundo inteiro de qualquer culpa (cf. Carta Apostólica “Inde a Primis”, São João XXIII).

São Pedro ensina que fomos resgatados pelo Sangue do Cordeiro de Deus mediante “a aspersão do seu sangue” (1Pe 1, 2). “Porque vós sabeis que não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo precioso Sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado e sem defeito algum, aquele que foi predestinado antes da criação do mundo” (1Pe 1,19).

São Paulo também nos diz: “Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.  Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5,8-9).

O Sangue de Cristo nos purifica de todo pecado: “Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo 1, 7).

“Jesus Cristo, testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu Sangue e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém.” (Ap 1, 5)

Por fim, finalizo enviando a oração ao Preciosíssimo Sangue de Cristo:

 

Preciosíssimo Sangue de Cristo

Lava-me, Senhor, com Teu Sangue precioso, derrama o Sangue das Tuas Chagas, mãos, pés, do Teu lado aberto. Lava-me com Teu Sangue por inteiro: corpo, alma e espírito. Envolve com Teu Sangue, a minha mente, o meu coração, a minha vontade e os meus sentimentos. Estou pedindo: derrama o Teu Sangue precioso sobre toda a minha pessoa.

Senhor Jesus, que o Teu Sangue seja a minha defesa, minha fortaleza, minha guarda e que nada do maligno possa atingir a mim e a minha família, pelo poder do Teu Sangue precioso derramado sobre mim e sobre todos os que agora apresento em oração.

(diga o nome das pessoas por quem oferece esta novena)

Senhor Jesus, que derramastes Teu sangue precioso em remissão dos nossos pecados, humildemente peço essa graça que tanto necessito:

(fazer o pedido)

Agradecemos, Jesus, por Teu Sangue e por Tua Vida. Damos graças por termos sido salvos e sermos preservados de todo o mal. Damos graças pela redenção obtida por Teu Sangue.

A minha defesa é o Sangue de Jesus.

A minha proteção é o Sangue de Jesus.

A minha cura é o Sangue de Jesus.

A minha fortaleza é o Sangue de Jesus.

Diante do Teu Sangue, Jesus, o inimigo é repelido e foge. Todo joelho se dobra nos céus, na terra e nos infernos, porque esse Sangue tem poder. Amém.

 

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Padre Reginaldo Manzotti (boletem informativo 05 de julho)

 Filhos e filhas,

Iniciamos o mês de julho, mês muito celebrativo para a Obra Evangelizar é Preciso, pois no dia 16 comemoramos nossa Madrinha, Nossa Senhora do Carmo. Sobre ela, falarei oportunamente, apenas quero ressaltar a importância de sempre termos Maria como nossa Mãe e intercessora nesse mundo.

Como rezamos na oração da Salve Rainha: “A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva. A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas”. Às vezes esse nosso mundo parece um vale de lágrimas e ainda assim, Jesus nos pede que caminhemos de forma transparente, com a ajuda de Nossa Senhora, devemos agir de tal forma que nossas ações não deponham contra nós, que a nossa forma de agir seja de acordo com a luz.

Nós vivemos em sociedade, estamos sob uma lei, sob uma constituição. Estamos sob o peso de uma justiça humana, mas nós nunca devemos esquecer que não somos deste mundo, a nossa pátria final é junto de Deus, então nossa alma anseia por esta volta a Deus.

Estamos no mundo, mas não somos do mundo, por isso Jesus intercede ao Pai: “Não te peço para tirá-los do mundo, mas para guardá-los do Maligno” (Jo 17,15). Veja o que diz Nosso Senhor: “Pai proteja meus discípulos, proteja o meu rebanho do Maligno. Proteja de tudo aquilo que é força do mal e para que eles recebam esta graça diz ao final “eu me ofereço em favor deles” (cf. Jo 17,12-19).

Gente, que coisa linda! Que gesto de amor! “Eu me ofereço Pai, eu me consagro por eles. Guarde-os do Maligno”. Lembro que quando escrevi o livro Batalha Espiritual, enviei para correção teológica, e toda vez que iniciei a palavra maligno, inimigo, satanás, com letra minúscula, o censor de tal livro, Frei Clodovis Boff, que é uma pessoa de um conhecimento incrível, é maravilhoso, ele me devolveu circulado com o início em maiúsculo. Por que estou citando isto? Porque o mal existe e não podemos subestimá-lo. Porque a tentação não vem de Deus, como disse São Tiago: “Quando tentado, que ninguém diga: “Deus está me tentando”. Porque Deus não é tentado a fazer o mal nem tenta a ninguém”. (Tg 1,13)

Deus permite as tribulações, não como um castigo para punir, para nos fazer sofrer, mas para nos corrigir. Como um Pai que nos ama e nos aceita como filhos, Deus nos corrige (cf. Hb 12,6-8). Muitos quando passam por tribulações acabam desistindo de tudo ou veem na tribulação uma ausência de Deus, e não é verdade. A tribulação, principalmente, é sinal de que estamos no caminho.

As provações nos tiram do mundo e, de alguma forma, nos elevam para Deus, porque nas provações produzimos frutos de uma fé transformada, amadurecida, purificada. Produzimos frutos de esperança e perseverança. Aprendemos a esperar em Deus, não cruzar os braços e esperar que Deus faça tudo, mas um esperar ativo, uma presença ativa em Deus. A provação aumenta nossa confiança em Deus e o quanto somos necessitados do Seu amor. Deus nos dá forças para lutar e nos livra do mal.

Como escreveu Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, em seu livro Jesus de Nazaré, citando São Cipriano: “Quando dizemos ‘livrai-nos do mal’, então nada mais resta para pedir. Quando nós alcançamos a proteção pedida contra o mal, então estamos seguros e protegidos contra tudo o que o demônio e o mundo possam realizar. Que medo poderia vir do mundo para aqueles cujo protetor no mundo é Deus? Esta certeza deu suporte aos mártires e permitiu-lhes estarem alegres e confiantes num mundo cheio de ameaças e eles mesmos ‘salvos’ no mais profundo de si, libertados para a verdadeira liberdade”.

Quando nos colocamos na presença de Deus, vencemos e mantemos viva a esperança de um dia saciar Nele a nossa alma, definitivamente!

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti