Filhos e filhas,
Iniciamos o mês de julho, mês muito celebrativo para a Obra Evangelizar é Preciso, pois no dia 16 comemoramos nossa Madrinha, Nossa Senhora do Carmo. Sobre ela, falarei oportunamente, apenas quero ressaltar a importância de sempre termos Maria como nossa Mãe e intercessora nesse mundo.
Como rezamos na oração da Salve Rainha: “A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva. A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas”. Às vezes esse nosso mundo parece um vale de lágrimas e ainda assim, Jesus nos pede que caminhemos de forma transparente, com a ajuda de Nossa Senhora, devemos agir de tal forma que nossas ações não deponham contra nós, que a nossa forma de agir seja de acordo com a luz.
Nós vivemos em sociedade, estamos sob uma lei, sob uma constituição. Estamos sob o peso de uma justiça humana, mas nós nunca devemos esquecer que não somos deste mundo, a nossa pátria final é junto de Deus, então nossa alma anseia por esta volta a Deus.
Estamos no mundo, mas não somos do mundo, por isso Jesus intercede ao Pai: “Não te peço para tirá-los do mundo, mas para guardá-los do Maligno” (Jo 17,15). Veja o que diz Nosso Senhor: “Pai proteja meus discípulos, proteja o meu rebanho do Maligno. Proteja de tudo aquilo que é força do mal e para que eles recebam esta graça diz ao final “eu me ofereço em favor deles” (cf. Jo 17,12-19).
Gente, que coisa linda! Que gesto de amor! “Eu me ofereço Pai, eu me consagro por eles. Guarde-os do Maligno”. Lembro que quando escrevi o livro Batalha Espiritual, enviei para correção teológica, e toda vez que iniciei a palavra maligno, inimigo, satanás, com letra minúscula, o censor de tal livro, Frei Clodovis Boff, que é uma pessoa de um conhecimento incrível, é maravilhoso, ele me devolveu circulado com o início em maiúsculo. Por que estou citando isto? Porque o mal existe e não podemos subestimá-lo. Porque a tentação não vem de Deus, como disse São Tiago: “Quando tentado, que ninguém diga: “Deus está me tentando”. Porque Deus não é tentado a fazer o mal nem tenta a ninguém”. (Tg 1,13)
Deus permite as tribulações, não como um castigo para punir, para nos fazer sofrer, mas para nos corrigir. Como um Pai que nos ama e nos aceita como filhos, Deus nos corrige (cf. Hb 12,6-8). Muitos quando passam por tribulações acabam desistindo de tudo ou veem na tribulação uma ausência de Deus, e não é verdade. A tribulação, principalmente, é sinal de que estamos no caminho.
As provações nos tiram do mundo e, de alguma forma, nos elevam para Deus, porque nas provações produzimos frutos de uma fé transformada, amadurecida, purificada. Produzimos frutos de esperança e perseverança. Aprendemos a esperar em Deus, não cruzar os braços e esperar que Deus faça tudo, mas um esperar ativo, uma presença ativa em Deus. A provação aumenta nossa confiança em Deus e o quanto somos necessitados do Seu amor. Deus nos dá forças para lutar e nos livra do mal.
Como escreveu Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, em seu livro Jesus de Nazaré, citando São Cipriano: “Quando dizemos ‘livrai-nos do mal’, então nada mais resta para pedir. Quando nós alcançamos a proteção pedida contra o mal, então estamos seguros e protegidos contra tudo o que o demônio e o mundo possam realizar. Que medo poderia vir do mundo para aqueles cujo protetor no mundo é Deus? Esta certeza deu suporte aos mártires e permitiu-lhes estarem alegres e confiantes num mundo cheio de ameaças e eles mesmos ‘salvos’ no mais profundo de si, libertados para a verdadeira liberdade”.
Quando nos colocamos na presença de Deus, vencemos e mantemos viva a esperança de um dia saciar Nele a nossa alma, definitivamente!
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
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