PADRE REGINALDO MANZOTTI - BOLETIM INFORMATIVO (09 A 13/12/2024)

 Filhos e filhas,

Celebramos nessa semana, Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira das Américas. No entanto sua história e devoção são pouco conhecidas de nós, brasileiros. Por isso dedico esta mensagem para contar a história da Virgem de Guadalupe que se passa no ano de 1531, onde atualmente está o México, que ainda pertencia ao império espanhol.

Juan Diego não pertencia a qualquer classe social do Império, mas era livre. Sabia ler e escrever. Perdera os pais muito cedo e dedicava-se ao trabalho no campo, viúvo, ele vivia com o tio, Juan Bernardino, a quem estimava como a um pai. Eles haviam se convertido e receberam o batismo.

No dia 9 de dezembro de 1531, quando se dirigia para a Igreja das Missões, ouviu uma linda música vinda da montanha. Parou para apreciar, quando ouviu uma voz por cima da montanha o chamava suavemente: Juanito, Juan Diego. Subindo em sua direção, viu uma senhora e maravilhou-se pela sua grandeza. Seu vestido era radiante e seu rosto transparecia bondade e compaixão. Ela perguntou-lhe: Juanito, o mais humilde de meus filhos, onde vais? Juan Diego respondeu: Minha Senhora e Menina, vou a Igreja, seguir as coisas divinas. Então pediu-lhe a senhora: Eu desejo que um templo seja construído aqui, rapidamente; para que eu possa mostrar todo o meu amor, e realizar o que a minha clemência pretende, vá ao palácio do Bispo e comunica este meu grande desejo. Ele inclinou-se diante Dela e disse: Minha Senhora, Eu estou indo cumprir Tua ordem, agora me despeço de Ti, Teu humilde servo. Apressado seguiu para a casa do Bispo. Esperou muito tempo e quando foi atendido, após ouvi-lo, o Bispo mandou que voltasse outro dia, para relatar melhor a história.

Juan Diego saiu triste, mas no dia seguinte, depois de rezar a Virgem, ele deixou sua casa e foi ver o Bispo. Novamente, depois de muita dificuldade, o Bispo estava à sua frente. Ele expôs a ordem de Nossa Senhora do Céu e que, por Deus, acreditasse em sua mensagem. O Bispo, para assegurar-se, fez várias perguntas, e pediu que apresentasse provas de que estava dizendo a verdade.

Juan Diego voltou logo para contar a Virgem Santíssima, a resposta que trazia do Bispo. A Senhora, após ouvir, disse-lhe: Muito bem, você retornará aqui amanhã, então levará ao Bispo o sinal por ele pedido. Com isso ele irá acreditará.

No dia seguinte, não foi ao encontro da senhora, saiu para trazer um sacerdote para seu tio, que estava gravemente enfermo. Mas Ela o encontrou no caminho, aproximou-se dele e disse: O que há, meu pequeno filho? Onde estas indo? E Juan Diego pedindo desculpas disse que deveria levar um sacerdote, para administrar os Sacramentos, pois seu tio estava muito enfermo. A Santa Virgem lhe disse: Escuta-me e entenda bem, meu filho, nada deve amedrontar ou afligir você. Não deixe seu coração perturbado. Não tema esta ou qualquer outra enfermidade, ou angústia. Eu não estou aqui? Quem é sua Mãe? Você não está abaixo de minha proteção? Eu não sou a saúde? Não se aflija, pois seu tio será salvo dessa enfermidade. Então, Juan Diego prometeu que, o quanto antes, estaria na presença do Bispo, para levar o sinal ou prova, a fim de que cresse. A Senhora pediu que ele subisse ao topo da montanha para que colhesse flores, e trouxesse à sua presença.

Atendendo ao pedido da Virgem Maria, Juan Diego foi e quando chegou no topo da montanha ficou admirado vendo tantas rosas, perfumadas e umedecidas pelo orvalho. Colheu-as, levou-as a Senhora, que as arrumou dentro da tilma (manto) do índio e mandou que as mostrasse somente ao Bispo. Juan Diego se pôs a caminho, desta vez mais confiante.

Diante do Bispo, Juan Diego relatou como a Senhora o fizera subir até o local onde, naquela época do ano, só havia espinhos e lá encontrara rosas belíssimas. Dizendo isso, desenrolou o manto e as rosas rolaram pelo chão, o Bispo ficou maravilhado, pois além das rosas, estava estampada no manto de Juan Diego a imagem da Virgem de Guadalupe. Sua aparência, sua pele morena trazia as características de uma jovem indígena.

A preciosa Imagem da Sempre Virgem Santa Maria, Mãe de Deus, da mesma maneira como hoje ela é guardada no templo do Tepeyacac, chamada Guadalupe, desafiou e desafia o tempo e os estudos científicos, pois a imagem impressa milagrosamente em um tecido de pouca qualidade (feito a partir do cacto), que deveria se deteriorar em 20 anos, mas não mostra sinais de deterioração depois de 474 anos, desafiando qualquer explicação científica sobre sua origem.

O Bispo e toda Igreja acreditaram, logo foi erguida uma capela. Juan Diego construiu, ao lado do templo, uma cabana, onde permaneceu até sua morte. A virgem de Guadalupe foi declarada Mãe das Américas e, hoje, acolhe e intercede por todos seus filhos e filhas.

Que a história da Virgem de Guadalupe nos leve a uma autêntica devoção mariana.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 27 de novembro

 Filhos e filhas,

Nesta quarta-feira, dia 27 de novembro, a Igreja celebra Nossa Senhora das Graças. Isso porque no dia 27 de novembro de 1830, na capela das Irmãs Filhas da caridade de São Vicente de Paulo, a noviça Catarina Labouré teve uma visão de Nossa Senhora.

Nessa visão, a Virgem Santíssima estava em cima de um globo e tinha sob seus pés uma serpente. Das mãos de Nossa Senhora provinham raios luminosos, símbolo das graças que Ela derrama sobre quem suplica. E os raios opacos simbolizavam as graças que não eram pedidas.

Essa aparição, além de tanto simbolismo, nos lembra a importância de sempre rezarmos, suplicando, por intercessão de Maria, por nossas necessidades. Filhos, a oração transfigura, a oração transcende, a oração muda, a oração converte, a oração verdadeira nos impulsiona.

Muitas vezes, nossas orações não estão sendo qualificativas, nós estamos sendo mecânicos, ritualistas, cumpridores e observadores, mas não estamos deixando nos tocar por Deus.

Está sendo um caminho de ida, mas não há o caminho de volta. Não porque Deus não quer, porque não deixamos, nós não O escutamos. Na mesma proporção que nos dedicamos a cuidarmos do corpo, devemos dedicar a cuidar do espírito.

Se, na mesma proporção, buscamos manter a sobrevivência do corpo, buscássemos manter a sobrevivência da alma, não seríamos tão doentes espiritualmente, desnutridos, desesperados e desgastados. Por isso, insisto tanto na disciplina, no reservar um momento para a intimidade com Deus.

Muitos me perguntam: e quando a oração não é atendida? Como saber o que está errado? A oração é um combate e nós devemos lutar contra tudo aquilo que nos faz desanimar. Como a sensação de fracasso, ressentimento e decepção de não termos sido atendidos. Chamo a atenção para o que diz um dos Padres do Deserto: “Não te aflijas quando não receberes imediatamente de Deus, o objeto de teu pedido: é que Ele quer fazer-te ainda maior bem, por tua perseverança em permanecer com Ele na oração” (Evágrio Pôntico), “Ele quer que nosso desejo seja provado na oração. Assim Ele nos prepara para receber aquilo que Ele está pronto a nos dar” (Santo Agostinho).

Esses pensamentos dizem para não nos desesperarmos, a demora de Deus é uma provação da oração, nos prepara para a graça que vamos receber. Essa é a prática de esperar em Deus e a oração é uma espera em Deus que requer recolhimento. A meditação nos ajuda neste contexto de sempre voltarmos o pensamento para Deus e aumentar a esperança, sem cairmos em desespero.

Termino citando mais um grande Santo de nossa Igreja, Santo Afonso de Ligório: “É preciso que nos convençamos de que da oração depende todo o nosso bem. Da oração depende a nossa mudança de vida, o vencer das tentações; dela depende conseguirmos o amor de Deus, a perfeição, a perseverança e a salvação eterna”.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti