Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 12 de junho

 

Filhos e filhas,


Dia 13 de junho, a Igreja celebra um dos santos mais populares do Brasil e do mundo, Santo Antônio. Eu, particularmente, tenho um carinho muito grande por este santo. Minha família tem uma grande devoção a Santo Antônio, é nosso grande protetor, meu pai era homônimo do santo e tenho um irmão com o mesmo nome.

Santo Antônio nasceu em Portugal e morreu na Itália, por isso é conhecido tanto como “de Lisboa”, como “de Pádua”. Em Coimbra foi ordenado sacerdote agostiniano, e já possuía o dom da palavra e força na pregação. Na mesma cidade viu os corpos de 5 franciscanos martirizados, no Marrocos, por anunciarem o Evangelho e se sentiu profundamente tocado, a ponto de pedir para ingressar na ordem.

Já franciscano, pediu para ser missionário no Marrocos, mas durante a viagem ficou muito doente e foi obrigado a voltar. Na viagem de volta, o barco onde estava foi atingido por uma forte tempestade que desviou a rota, e foi parar na Itália, em Pádua, onde até hoje estão depositadas as relíquias do Santo, a língua e a faringe com as cordas vocais.

Santo Antônio era um exímio pregador, ele falava com tanto carinho de Jesus que o Mesmo lhe aparece nos braços acariciando Antônio e dizendo: “Quem dera se todos falassem tão bem de mim quanto você, os corações me amariam mais”.

Devido a sua popularidade, Santo Antônio tem o seu lado folclórico, tanto que ele é conhecido como santo casamenteiro, isso porque Antônio era um homem preocupado com os dotes das moças, lembremos que naquela época, uma mulher sem dote não podia casar, o que não era apropriado, a mulher ou casava ou ingressava em um convento. Santo Antônio, então, zelava pela integridade da mulher e as ajudava quando precisavam.

Aliás, me permita fazer uma recomendação sobre esse assunto. No meu Istagram, no dia dos namorados, postei uma reflexão sobre o amor para todas as pessoas em diversos estados de vida, namorados, casados, solteiros e viúvos. Vale a pena amar? Vou deixar como curiosidade para você ler lá no Instagram. Voltemos para Santo Antônio...

Santo Antônio era também um homem preocupado com os necessitados. Podemos dizer que ele foi o homem da partilha, tanto que é tradição em muitos lugares, no dia de Santo Antônio, abençoar os pães que devem ser partilhados entre os familiares e amigos, pois esse grande Santo nos ensina que a vida deve ser uma partilha e aqueles que não sabem partilhar, não sabem viver.

Isso podemos aprender de Antônio com um fato curioso. Certa vez, distribuiu aos pobres todo o pão do convento. O frade padeiro ficou em apuros quando, na hora da refeição, percebeu que os frades não tinham o que comer. Surpreso, foi contar ao Santo o ocorrido. Este mandou que verificasse novamente o lugar em que os tinha deixado. O frade padeiro voltou maravilhado, os cestos transbordavam de pão, tanto que foram distribuídos aos frades do convento e aos pobres.

Aprendamos, filhos e filhas, com esse grande Santo, o dom a partilha. Aprendamos com ele a viver a prece:

Dai pão a quem tem fome e fome de justiça a quem tem pão”.

Que sejamos livres do egoísmo e do individualismo, estando sempre abertos ao diálogo e ao próximo.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

 

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 5 de junho

 

Filhos e filhas,

Nesta sexta-feira, dia 7 de junho, celebramos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. E no sábado seguinte, teremos a Festa do Imaculado Coração de Maria. Na linguagem bíblica, o coração não simboliza apenas o aspecto afetivo, mas representa a totalidade da pessoa, incluindo sua inteligência, consciência, memória e escolhas.

Do lado aberto de Jesus, transpassado pela lança, saiu água e sangue. Desse manancial de graças, que é o Sagrado Coração de Jesus, um rio de misericórdia desce sobre o nosso coração ferido, endurecido e indiferente ao apelo e ao amor de Deus. A devoção ao Sagrado Coração de Jesus nos ajuda a experimentar esse amor e depois testemunhá-lo. O amor leva nosso coração a bater no mesmo ritmo, pulsar na mesma frequência desse Sagrado Coração.

O coração de Maria era um lugar de encontro com Deus. No seu íntimo ela guardava e meditava todas as coisas que a poderiam afligir e confiava no seu Senhor (cf. Lc 2, 19 | Lc 2, 51). Por isso, este coração Imaculado é o modelo mais perfeito de coração humano. Aquele para o qual nós podemos olhar e o qual devemos imitar, para nos assemelharmos a Jesus e identificarmos também o nosso coração com o d’Ele.

Não sei se é uma linguagem poética ou se tem algum fundo científico, mas ouvi dizer que quando nos aproximamos de alguém que amamos e esse amor é recíproco, o coração dispara para depois acalmar-se e ambos batem na mesma frequência.

Como disse, não sei se é uma linguagem poética, mas não foi por acaso que, quando Maria chegou à casa de Isabel, a criança pulou de alegria no seu ventre (Lc 1,44). Também quando o discípulo amado reclinou sua cabeça no peito do Mestre, seu coração pulsou na mesma frequência que o Dele (cf. 13,23).

Então, quando chegarmos à presença de Jesus, deixemos nosso coração acelerar de alegria e quando se acalmar, pulsar no mesmo ritmo do coração de Jesus. Esta é a espiritualidade de quem quer viver a jaculatória lindíssima:

Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso.

Espiritualidade que nos leva a encontrar o verdadeiro sentido de ser, que significa permanecer afastado das perversões e das impurezas.

Para ter o coração como o de Jesus, não podemos permitir que a semente do mal, do joio, cresça e tome conta da nossa vontade. Temos que erradicar, tirar, cortar o mal pela raiz.

Se queremos ter o coração semelhante ao de Jesus, não podemos ter as mãos sujas pelas negociatas, sujas por tocar onde não devia, suja porque fomos coniventes com as injustiças, sujas porque cruzamos os braços quando alguém precisou. Mãos sujas porque faltamos com o respeito, pelo desacato, pela omissão.

Para nos ajudar a ter um coração semelhante ao de Jesus e Maria, sugiro esta oração:

Ó Jesus, no seu Sagrado Coração e no Coração Imaculado de Maria, confio as minhas intenções:

(Coloque a sua intenção agora)

Sagrado Coração de Jesus, fonte de todo o bem e de todas as graças, onde procurarei a não ser no tesouro que contém todas as riquezas de Vossa clemência e bondade? Onde baterei, a não ser à porta do Vosso Coração, pelo qual o próprio Pai vem a nós, e nós vamos a Ele?

A Vós pois, Sagrado Coração de Jesus, recorremos. Em Vós, Sagrado Coração de Jesus, encontro consolação quando aflito, proteção quando perseguido, força quando oprimido de tristeza. No Teu Coração Jesus, encontro luz, quando envolto nas trevas da dúvida.

Ó Maria, Vós que tendes um Coração suave e humilde lembrai-Vos de nós quando cairmos no pecado. Concedei que, por meio de Vosso Imaculado e Materno Coração, sejamos curados de toda doença espiritual.

Doce Coração de Jesus, sede o meu amor.

Doce Coração de Maria, sede a minha salvação.

Amado seja por toda a parte o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria.

Sagrado Coração de Jesus, Imaculado Coração de Maria, eu tenho confiança em Vós e por isso, neste momento, repito o meu pedido:

(Diga novamente sua intenção)

Sagrado Coração de Jesus, eu tenho confiança em Vós.

Sagrado Coração de Jesus, creio em Vosso amor para comigo.

Sagrado Coração de Jesus, coloque em nosso coração os sentimentos que tiveste: amor, paz, perdão e obediência ao Eterno Pai.

Imaculado Coração de Maria, fazei que possamos sempre contemplar a bondade de Vosso Materno Coração e nos convertamos por meio do Vosso Coração.

Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao Vosso.

Doce Coração de Maria, sede a minha salvação!

Amém.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 29 de maio

 

Filhos e filhas,


“Tomai e comei, isto é o Meu corpo. Tomai e bebei, todos vós, isto é o Meu sangue. O sangue da aliança, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.” (Mt 26, 26-27)

Em nenhum versículo da Sagrada Escritura, a Eucaristia é apresentada como um mero “símbolo” do corpo de Cristo. Na verdade, nela está presente o próprio Cristo: corpo, sangue, alma e divindade. Essa é a verdadeira doutrina sobre a Eucaristia ensinada por Cristo e pelos apóstolos, até porque se a Eucaristia fosse apenas um “símbolo”, uma “lembrança”, ela não poderia se constituir em um alimento para a vida eterna.

A Eucaristia sempre foi considerada o “Sacramento da Igreja”, estando, portanto, no centro da vida paroquial e da comunidade que dela participa. Não se edifica uma comunidade se esta não tiver sua raiz e seu centro na Eucaristia, lembra o Concílio Vaticano II (Presbyterorum Ordinis 6).

Nosso Senhor Jesus instituiu a Eucaristia na noite em que foi entregue aos soldados romanos, enquanto ceava com os apóstolos. Inaugurou o rito eucarístico, oferecendo aos apóstolos o sacramento do pão e do vinho, Seu próprio corpo e sangue em comida e bebida, e mandando que fizessem o mesmo em Sua memória. Portanto, delegou o poder de realização deste sacramento até o Seu retorno.

São João Paulo II assim falou sobre a Eucaristia: “Debaixo das aparências do pão e do vinho consagrados, permanece conosco o mesmo Jesus dos Evangelhos, que os discípulos encontraram e seguiram, viram crucificado e ressuscitado, cujas chagas Tomé tocou, prostrando-se em adoração e exclamando: ‘Meu Senhor e meu Deus’”.

Tenho sentido, ultimamente, uma necessidade de valorizarmos mais ainda a Jesus Sacramentado. Nós, católicos, temos o privilégio de podermos adorar a Jesus. Mas tenho ressaltado que esse privilégio é também responsabilidade nossa de mostrar o real valor da Eucaristia.

Olhar para Jesus no Sacramento do Altar é ter a consciência de que somos amados por Deus e reconhecer os sinais desse amor presentes nos acontecimentos da nossa vida, em todos os pontos e vírgulas da nossa história.

Fazer uma experiência da presença real de Jesus é também amá-Lo e verificar se nosso coração está inteiro n’Ele ou dividido. É descobrir onde deixamos cada pedaço do nosso coração e pedir que o Espírito Santo revele qual parte dele não pertence ao Senhor.

É deixarmo-nos forjar no fogo do Espírito Santo, para que os pedaços do nosso coração sejam fundidos como uma única peça, uma única joia, a qual não mais se separe em pedaços e pertença inteiramente ao Senhor, um coração adorador.

Termino esta mensagem com uma das orações ensinadas pelo anjo em Fátima, Portugal, aos três pastorinhos: Lúcia, Jacinta e Francisco, que creio ser próprio de um coração adorador:

“Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.”

Amém.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti