Filhos e filhas,
“Tomai e comei, isto
é o Meu corpo. Tomai e bebei, todos vós, isto é o Meu sangue. O sangue da
aliança, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.” (Mt 26, 26-27)
Em
nenhum versículo da Sagrada Escritura, a Eucaristia é apresentada como um mero
“símbolo” do corpo de Cristo. Na verdade, nela está presente o próprio Cristo:
corpo, sangue, alma e divindade. Essa é a verdadeira doutrina sobre a
Eucaristia ensinada por Cristo e pelos apóstolos, até porque se a Eucaristia
fosse apenas um “símbolo”, uma “lembrança”, ela não poderia se constituir em um
alimento para a vida eterna.
A
Eucaristia sempre foi considerada o “Sacramento da Igreja”, estando, portanto,
no centro da vida paroquial e da comunidade que dela participa. Não se edifica
uma comunidade se esta não tiver sua raiz e seu centro na Eucaristia, lembra o
Concílio Vaticano II (Presbyterorum Ordinis 6).
Nosso
Senhor Jesus instituiu a Eucaristia na noite em que foi entregue aos soldados
romanos, enquanto ceava com os apóstolos. Inaugurou o rito eucarístico,
oferecendo aos apóstolos o sacramento do pão e do vinho, Seu próprio corpo e
sangue em comida e bebida, e mandando que fizessem o mesmo em Sua memória.
Portanto, delegou o poder de realização deste sacramento até o Seu retorno.
São
João Paulo II assim falou sobre a Eucaristia: “Debaixo das aparências do pão e do vinho consagrados,
permanece conosco o mesmo Jesus dos Evangelhos, que os discípulos encontraram e
seguiram, viram crucificado e ressuscitado, cujas chagas Tomé tocou,
prostrando-se em adoração e exclamando: ‘Meu Senhor e meu Deus’”.
Tenho
sentido, ultimamente, uma necessidade de valorizarmos mais ainda a Jesus
Sacramentado. Nós, católicos, temos o privilégio de podermos adorar a Jesus.
Mas tenho ressaltado que esse privilégio é também responsabilidade nossa de
mostrar o real valor da Eucaristia.
Olhar
para Jesus no Sacramento do Altar é ter a consciência de que somos amados por
Deus e reconhecer os sinais desse amor presentes nos acontecimentos da nossa
vida, em todos os pontos e vírgulas da nossa história.
Fazer
uma experiência da presença real de Jesus é também amá-Lo e verificar se nosso
coração está inteiro n’Ele ou dividido. É descobrir onde deixamos cada pedaço
do nosso coração e pedir que o Espírito Santo revele qual parte dele não
pertence ao Senhor.
É
deixarmo-nos forjar no fogo do Espírito Santo, para que os pedaços do nosso
coração sejam fundidos como uma única peça, uma única joia, a qual não mais se
separe em pedaços e pertença inteiramente ao Senhor, um coração adorador.
Termino
esta mensagem com uma das orações ensinadas pelo anjo em Fátima, Portugal, aos
três pastorinhos: Lúcia, Jacinta e Francisco, que creio ser próprio de um
coração adorador:
“Meu Deus, eu creio, adoro, espero e
amo-Vos. Peço Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não
Vos amam.”
Amém.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo
Manzotti
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