Filhos e filhas, Já estamos em
meados de novembro, mais um final do ano chegando e a Igreja Católica dedica
esse mês a uma reflexão sobre a santidade. Todos nós somos chamados a ser
santos, é bíblico: “Sedes santos, como vosso Pai é Santo!” (Mt
5,48). E como ser santo? Seguindo nosso maior exemplo de santidade: Jesus
Cristo. Disse Jesus: “Eu
sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6a). Ao colocar essas
afirmações, Ele consegue condensar, sintetizar o processo de santificação, de
humanização, de divinização e de cura. Ele mostra como pode fazer um processo
de cura do homem todo e todo homem, porque a grande meta de Jesus é que todos
sejamos perdoados, regenerados e inteiramente curados Nele. Jesus se diz o
caminho, que implica para todos nós cristãos, para todos aqueles que de fato
querem chegar ao Pai, uma porta estreita, difícil de passar (cf. Jo 10,9).
Ninguém vai ao Pai se não passar por Jesus e, para passar por Jesus, é
necessário entender sua proposta. O caminho
significa seguir os Seus passos, assumir as consequências do discipulado. O
caminho que significa resignação, esvaziamento, obediência a Deus, o caminho
que significa aceitar a perseguição, o caminho que é carregar a cruz, o
caminho que é Jesus Cristo. Nós encontramos a
verdade nos ensinamentos de Jesus Cristo, nas suas ações, na sua forma de
agir. A verdade que é colocada diante de cada um de nós, de mim a cada dia
nestes quase 30 anos de sacerdócio, de você cristão e que está diante de nós
para que não erremos nas nossas opções e decisões, a verdade que é Jesus. A
verdade que não nos deixa recuar, que nos faz caminhar certo. “Eu sou a vida”,
disse Jesus. Quando se perde a vida plena de Deus somos prisioneiros de
nossas paixões. A vida que Deus nos propõe em Jesus Cristo, nos faz livres,
mais donos de nós mesmos. A vida em Cristo é liberdade diante de nossos
próprios apetites, de nossas próprias paixões e de nossos próprios vícios. É
a liberdade de escolhas que o Apóstolo Paulo ilustrou muito bem ao dizer: “Tudo
me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me
deixarei dominar por coisa alguma” (1Cor 6,12). Por isso é um caminho de
santificação e humanização. “Eu sou o caminho,
a verdade e a vida”, são três palavras que nós
não deveríamos escrever, mas tatuar em nossos corações, tatuar em nossa
mente, tatuar em nossa alma. Desculpe a palavra tatuar, mas é a que eu
acredito que seja mais oportuna. O Apóstolo Felipe
foi aquele que, como nós, às vezes temos dificuldades e pedimos: “Mostra-nos
o Pai” (cf. 14,8). Um pedido até inocente e, estaria tudo certo se, a
resposta de Jesus não fosse: “Ninguém vai ao Pai, senão por mim” (Jo
14,6b). Repito, Ele é a porta estreita que temos que atravessar. Felipe
representa exatamente a nossa busca de Deus sem Jesus, do Criador sem o
Redentor, do Todo-Poderoso sem a encarnação. Por isso, Felipe representa um
pouco de cada um de nós, na nossa limitação de fé. Se estamos
buscando a santidade, temos que nos perguntar: o caminho, a verdade e a vida
são para nós realmente um modelo de discipulado e de vida? Esta é a vontade
de Deus: a vossa santificação (1Ts 4,3). Que Ele, em Jesus, com a intercessão
de todos os santos, nos ajude a buscar e viver a santidade. Deus abençoe, Padre Reginaldo Manzotti |
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