Filhos e filhas,
Feliz
Ano Novo! Um abençoado 2025! Que Nossa Senhora, Mãe da Igreja, esteja junto a
nós nesse novo ano civil que se inicia.
Cada
novo ano é uma dádiva que Deus nos concede. É como uma página em branco, onde
podemos reescrever nossa história, acertando o que estava errado, melhorando o
que já estava bom. Mas nada do que planejamos para este ano fará sentido ou
atingirá seu objetivo se não tivermos o que é essencial: paz. Por isso, hoje
também é celebrado o Dia Mundial da Paz.
A
paz não é apenas a ausência de guerras, claro que precisamos de paz nas ruas,
paz entre as nações. Todos os dias nos chegam enxurradas de notícias de conflito
entre povos, guerrilhas, brigas, violência no trânsito, aliás violência de todo
tipo. A vida humana não está valendo mais nada, porém nessa primeira mensagem
do ano refiro-me especialmente à paz interior.
A
verdadeira paz começa a existir do nosso encontro pessoal com Jesus, o
‘Príncipe da Paz’. Ela brota dentro de cada um de nós, para depois
exteriorizar-se, manifestar e se expandir em casa, na família, no ambiente de
trabalho, nas ruas, nas cidades e no mundo.
Ninguém
é santo, ninguém é perfeito. Amamos e odiamos, erramos e acertamos, cometemos
gestos bons e maus. A nossa fragilidade humana é marcada pelo pecado, mas Deus
nos amou tanto que se compadeceu de nós, em Jesus assumiu nossa humanidade,
assemelhou-se a nós em tudo, menos no pecado. E porque Jesus veio a nós, a paz
tornou-se possível. Ele nos disse: “Eu
deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês
não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo”
(Jo 14,27).
O
medo é um dos inimigos da paz, porque nos leva à insegurança, à desconfiança, a
nos armarmos contra aqueles que pensamos ser ameaça para nós. Não digo que
estejamos com armas de fogo, também não me refiro só à agressão física, fazemos
de nossa língua uma arma mortal, espalhando fofoca e maledicência, “puxando o
tapete”, mentindo e intimidando. A língua pode ter uma força de agressão
violenta. Por isso, ao nos deixar a paz, Jesus nos recomendou que não
tivéssemos medo, por isso também, em seguida, Ele nos mandou amar-nos uns aos
outros (cf. Jo 15,17). O medo separa, desequilibra e desune; o amor atrai,
congrega, dá segurança e traz a paz.
A
mentira é outra inimiga da paz. A pessoa que pratica o mal não gosta de ver as
coisas ruins à luz da verdade, ela se esconde. Por isso, quem faz o mal não
gosta da luz. E Jesus é luz, e quem caminha no mal, quem é mentiroso,
desonesto, quem busca o pecado não quer a luz, prefere as trevas, as sombras,
prefere fazer as coisas na surdina, nas fofocas, intrigas, promovendo as
discórdias.
Se
não temos paz, além de não sermos felizes, deixamos os que estão próximos a nós
infelizes, porque a luz irradia, mas o mal também irradia. Porém, a paz, além
de ser um dom de Deus, é uma construção diária que depende muito de nós.
Depende de nossas atitudes, de sermos capazes de nos reconciliar, nos acolher,
nos perdoar e libertar-nos das mágoas e ressentimentos.
A
paz interior é um dom do Espírito Santo, como nos diz a Carta aos
Gálatas: “Por seu
lado, são estes os frutos do Espírito: amor, alegria, paz” (Gl
5,22). Isso quer dizer que ela deve ser pedida como o próprio Apóstolo Paulo
afirma: “Apresentem a
Deus todas as necessidades de vocês através da oração e da súplica, em ação de
graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão, guardará em Jesus
Cristo os corações e pensamentos de vocês” (Fl 4,7). Esse
trecho da Carta aos Filipenses nos dá uma certeza que a paz não é uma utopia,
não é um “talvez”, mas é uma certeza em Jesus. Ele venceu o mundo! A paz já nos
foi concedida!
Que
Nossa Senhora, a Rainha da Paz, interceda por todos nós, os seus filhos e
filhas.
Deus
abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
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