Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 1º de janeiro

Filhos e filhas,

Feliz Ano Novo! Um abençoado 2025! Que Nossa Senhora, Mãe da Igreja, esteja junto a nós nesse novo ano civil que se inicia.

Cada novo ano é uma dádiva que Deus nos concede. É como uma página em branco, onde podemos reescrever nossa história, acertando o que estava errado, melhorando o que já estava bom. Mas nada do que planejamos para este ano fará sentido ou atingirá seu objetivo se não tivermos o que é essencial: paz. Por isso, hoje também é celebrado o Dia Mundial da Paz.

A paz não é apenas a ausência de guerras, claro que precisamos de paz nas ruas, paz entre as nações. Todos os dias nos chegam enxurradas de notícias de conflito entre povos, guerrilhas, brigas, violência no trânsito, aliás violência de todo tipo. A vida humana não está valendo mais nada, porém nessa primeira mensagem do ano refiro-me especialmente à paz interior.

A verdadeira paz começa a existir do nosso encontro pessoal com Jesus, o ‘Príncipe da Paz’. Ela brota dentro de cada um de nós, para depois exteriorizar-se, manifestar e se expandir em casa, na família, no ambiente de trabalho, nas ruas, nas cidades e no mundo.

Ninguém é santo, ninguém é perfeito. Amamos e odiamos, erramos e acertamos, cometemos gestos bons e maus. A nossa fragilidade humana é marcada pelo pecado, mas Deus nos amou tanto que se compadeceu de nós, em Jesus assumiu nossa humanidade, assemelhou-se a nós em tudo, menos no pecado. E porque Jesus veio a nós, a paz tornou-se possível. Ele nos disse: “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo” (Jo 14,27).

O medo é um dos inimigos da paz, porque nos leva à insegurança, à desconfiança, a nos armarmos contra aqueles que pensamos ser ameaça para nós. Não digo que estejamos com armas de fogo, também não me refiro só à agressão física, fazemos de nossa língua uma arma mortal, espalhando fofoca e maledicência, “puxando o tapete”, mentindo e intimidando. A língua pode ter uma força de agressão violenta. Por isso, ao nos deixar a paz, Jesus nos recomendou que não tivéssemos medo, por isso também, em seguida, Ele nos mandou amar-nos uns aos outros (cf. Jo 15,17). O medo separa, desequilibra e desune; o amor atrai, congrega, dá segurança e traz a paz.

A mentira é outra inimiga da paz. A pessoa que pratica o mal não gosta de ver as coisas ruins à luz da verdade, ela se esconde. Por isso, quem faz o mal não gosta da luz. E Jesus é luz, e quem caminha no mal, quem é mentiroso, desonesto, quem busca o pecado não quer a luz, prefere as trevas, as sombras, prefere fazer as coisas na surdina, nas fofocas, intrigas, promovendo as discórdias.

Se não temos paz, além de não sermos felizes, deixamos os que estão próximos a nós infelizes, porque a luz irradia, mas o mal também irradia. Porém, a paz, além de ser um dom de Deus, é uma construção diária que depende muito de nós. Depende de nossas atitudes, de sermos capazes de nos reconciliar, nos acolher, nos perdoar e libertar-nos das mágoas e ressentimentos.

A paz interior é um dom do Espírito Santo, como nos diz a Carta aos Gálatas: “Por seu lado, são estes os frutos do Espírito: amor, alegria, paz” (Gl 5,22). Isso quer dizer que ela deve ser pedida como o próprio Apóstolo Paulo afirma: “Apresentem a Deus todas as necessidades de vocês através da oração e da súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão, guardará em Jesus Cristo os corações e pensamentos de vocês” (Fl 4,7). Esse trecho da Carta aos Filipenses nos dá uma certeza que a paz não é uma utopia, não é um “talvez”, mas é uma certeza em Jesus. Ele venceu o mundo! A paz já nos foi concedida!

Que Nossa Senhora, a Rainha da Paz, interceda por todos nós, os seus filhos e filhas.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

 

PADRE REGINALDO MANZOTTI - BOLETIM INFORMATIVO (09 A 13/12/2024)

 Filhos e filhas,

Celebramos nessa semana, Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira das Américas. No entanto sua história e devoção são pouco conhecidas de nós, brasileiros. Por isso dedico esta mensagem para contar a história da Virgem de Guadalupe que se passa no ano de 1531, onde atualmente está o México, que ainda pertencia ao império espanhol.

Juan Diego não pertencia a qualquer classe social do Império, mas era livre. Sabia ler e escrever. Perdera os pais muito cedo e dedicava-se ao trabalho no campo, viúvo, ele vivia com o tio, Juan Bernardino, a quem estimava como a um pai. Eles haviam se convertido e receberam o batismo.

No dia 9 de dezembro de 1531, quando se dirigia para a Igreja das Missões, ouviu uma linda música vinda da montanha. Parou para apreciar, quando ouviu uma voz por cima da montanha o chamava suavemente: Juanito, Juan Diego. Subindo em sua direção, viu uma senhora e maravilhou-se pela sua grandeza. Seu vestido era radiante e seu rosto transparecia bondade e compaixão. Ela perguntou-lhe: Juanito, o mais humilde de meus filhos, onde vais? Juan Diego respondeu: Minha Senhora e Menina, vou a Igreja, seguir as coisas divinas. Então pediu-lhe a senhora: Eu desejo que um templo seja construído aqui, rapidamente; para que eu possa mostrar todo o meu amor, e realizar o que a minha clemência pretende, vá ao palácio do Bispo e comunica este meu grande desejo. Ele inclinou-se diante Dela e disse: Minha Senhora, Eu estou indo cumprir Tua ordem, agora me despeço de Ti, Teu humilde servo. Apressado seguiu para a casa do Bispo. Esperou muito tempo e quando foi atendido, após ouvi-lo, o Bispo mandou que voltasse outro dia, para relatar melhor a história.

Juan Diego saiu triste, mas no dia seguinte, depois de rezar a Virgem, ele deixou sua casa e foi ver o Bispo. Novamente, depois de muita dificuldade, o Bispo estava à sua frente. Ele expôs a ordem de Nossa Senhora do Céu e que, por Deus, acreditasse em sua mensagem. O Bispo, para assegurar-se, fez várias perguntas, e pediu que apresentasse provas de que estava dizendo a verdade.

Juan Diego voltou logo para contar a Virgem Santíssima, a resposta que trazia do Bispo. A Senhora, após ouvir, disse-lhe: Muito bem, você retornará aqui amanhã, então levará ao Bispo o sinal por ele pedido. Com isso ele irá acreditará.

No dia seguinte, não foi ao encontro da senhora, saiu para trazer um sacerdote para seu tio, que estava gravemente enfermo. Mas Ela o encontrou no caminho, aproximou-se dele e disse: O que há, meu pequeno filho? Onde estas indo? E Juan Diego pedindo desculpas disse que deveria levar um sacerdote, para administrar os Sacramentos, pois seu tio estava muito enfermo. A Santa Virgem lhe disse: Escuta-me e entenda bem, meu filho, nada deve amedrontar ou afligir você. Não deixe seu coração perturbado. Não tema esta ou qualquer outra enfermidade, ou angústia. Eu não estou aqui? Quem é sua Mãe? Você não está abaixo de minha proteção? Eu não sou a saúde? Não se aflija, pois seu tio será salvo dessa enfermidade. Então, Juan Diego prometeu que, o quanto antes, estaria na presença do Bispo, para levar o sinal ou prova, a fim de que cresse. A Senhora pediu que ele subisse ao topo da montanha para que colhesse flores, e trouxesse à sua presença.

Atendendo ao pedido da Virgem Maria, Juan Diego foi e quando chegou no topo da montanha ficou admirado vendo tantas rosas, perfumadas e umedecidas pelo orvalho. Colheu-as, levou-as a Senhora, que as arrumou dentro da tilma (manto) do índio e mandou que as mostrasse somente ao Bispo. Juan Diego se pôs a caminho, desta vez mais confiante.

Diante do Bispo, Juan Diego relatou como a Senhora o fizera subir até o local onde, naquela época do ano, só havia espinhos e lá encontrara rosas belíssimas. Dizendo isso, desenrolou o manto e as rosas rolaram pelo chão, o Bispo ficou maravilhado, pois além das rosas, estava estampada no manto de Juan Diego a imagem da Virgem de Guadalupe. Sua aparência, sua pele morena trazia as características de uma jovem indígena.

A preciosa Imagem da Sempre Virgem Santa Maria, Mãe de Deus, da mesma maneira como hoje ela é guardada no templo do Tepeyacac, chamada Guadalupe, desafiou e desafia o tempo e os estudos científicos, pois a imagem impressa milagrosamente em um tecido de pouca qualidade (feito a partir do cacto), que deveria se deteriorar em 20 anos, mas não mostra sinais de deterioração depois de 474 anos, desafiando qualquer explicação científica sobre sua origem.

O Bispo e toda Igreja acreditaram, logo foi erguida uma capela. Juan Diego construiu, ao lado do templo, uma cabana, onde permaneceu até sua morte. A virgem de Guadalupe foi declarada Mãe das Américas e, hoje, acolhe e intercede por todos seus filhos e filhas.

Que a história da Virgem de Guadalupe nos leve a uma autêntica devoção mariana.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 27 de novembro

 Filhos e filhas,

Nesta quarta-feira, dia 27 de novembro, a Igreja celebra Nossa Senhora das Graças. Isso porque no dia 27 de novembro de 1830, na capela das Irmãs Filhas da caridade de São Vicente de Paulo, a noviça Catarina Labouré teve uma visão de Nossa Senhora.

Nessa visão, a Virgem Santíssima estava em cima de um globo e tinha sob seus pés uma serpente. Das mãos de Nossa Senhora provinham raios luminosos, símbolo das graças que Ela derrama sobre quem suplica. E os raios opacos simbolizavam as graças que não eram pedidas.

Essa aparição, além de tanto simbolismo, nos lembra a importância de sempre rezarmos, suplicando, por intercessão de Maria, por nossas necessidades. Filhos, a oração transfigura, a oração transcende, a oração muda, a oração converte, a oração verdadeira nos impulsiona.

Muitas vezes, nossas orações não estão sendo qualificativas, nós estamos sendo mecânicos, ritualistas, cumpridores e observadores, mas não estamos deixando nos tocar por Deus.

Está sendo um caminho de ida, mas não há o caminho de volta. Não porque Deus não quer, porque não deixamos, nós não O escutamos. Na mesma proporção que nos dedicamos a cuidarmos do corpo, devemos dedicar a cuidar do espírito.

Se, na mesma proporção, buscamos manter a sobrevivência do corpo, buscássemos manter a sobrevivência da alma, não seríamos tão doentes espiritualmente, desnutridos, desesperados e desgastados. Por isso, insisto tanto na disciplina, no reservar um momento para a intimidade com Deus.

Muitos me perguntam: e quando a oração não é atendida? Como saber o que está errado? A oração é um combate e nós devemos lutar contra tudo aquilo que nos faz desanimar. Como a sensação de fracasso, ressentimento e decepção de não termos sido atendidos. Chamo a atenção para o que diz um dos Padres do Deserto: “Não te aflijas quando não receberes imediatamente de Deus, o objeto de teu pedido: é que Ele quer fazer-te ainda maior bem, por tua perseverança em permanecer com Ele na oração” (Evágrio Pôntico), “Ele quer que nosso desejo seja provado na oração. Assim Ele nos prepara para receber aquilo que Ele está pronto a nos dar” (Santo Agostinho).

Esses pensamentos dizem para não nos desesperarmos, a demora de Deus é uma provação da oração, nos prepara para a graça que vamos receber. Essa é a prática de esperar em Deus e a oração é uma espera em Deus que requer recolhimento. A meditação nos ajuda neste contexto de sempre voltarmos o pensamento para Deus e aumentar a esperança, sem cairmos em desespero.

Termino citando mais um grande Santo de nossa Igreja, Santo Afonso de Ligório: “É preciso que nos convençamos de que da oração depende todo o nosso bem. Da oração depende a nossa mudança de vida, o vencer das tentações; dela depende conseguirmos o amor de Deus, a perfeição, a perseverança e a salvação eterna”.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Momento especial para o Grupo da Associação de São José, da Paroquia de São Francisco das Chagas: A presença das relíquias dos Pastorinhos de Fátima-Portugal

 

   No dia 13 de Novembro de 2024, chegou na paroquia de São Francisco das Chagas, aqui em Bacabal-Ma, as relíquias de São Francisco Marto e de Santa Jacinta Marto, pastorinhos que viram Nossa Senhora de Fátima em Portugal. O nosso grupo, Associação de São José, ficou responsável pelo momento de oração no período de 16:00h a 16:30h. Tivemos a participação de alguns membros associados. Foi um momento muito especial para os presentes. Iniciamos o nosso momento com o canto “A Nós descei Divina Luz”, logo em seguida, fizemos a oração a Nossa Senhora de Fátima, seguido pela suplica aos pastorinhos, pedindo mais vocações sacerdotais e religiosas, pelas famílias, por leigos comprometidos com os trabalhos da igreja, pela conversão dos pecadores e pela paz. Depois desse momento rezamos o terço de São José, enfatizando mais uma vez o pedido ao compromisso e missão do sacerdote. Depois da oração do terço foi cantado “São José meu protetor” e em seguida cantamos “Maria do Sim”. Concluímos com a oração “Benção de São José”. Aproveitamos os minutos finais para fazermos um momento de oração diante das relíquias e da Imagem de Nossa Senhoria de Fátima, logo após tiramos algumas fotos para registrar esse momento tão especial e único para todos nós.

 

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 13 de novembro

 

Filhos e filhas,

Já estamos em meados de novembro, mais um final do ano chegando e a Igreja Católica dedica esse mês a uma reflexão sobre a santidade. Todos nós somos chamados a ser santos, é bíblico: “Sedes santos, como vosso Pai é Santo!” (Mt 5,48). E como ser santo? Seguindo nosso maior exemplo de santidade: Jesus Cristo.

Disse Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6a). Ao colocar essas afirmações, Ele consegue condensar, sintetizar o processo de santificação, de humanização, de divinização e de cura. Ele mostra como pode fazer um processo de cura do homem todo e todo homem, porque a grande meta de Jesus é que todos sejamos perdoados, regenerados e inteiramente curados Nele.

Jesus se diz o caminho, que implica para todos nós cristãos, para todos aqueles que de fato querem chegar ao Pai, uma porta estreita, difícil de passar (cf. Jo 10,9). Ninguém vai ao Pai se não passar por Jesus e, para passar por Jesus, é necessário entender sua proposta.

O caminho significa seguir os Seus passos, assumir as consequências do discipulado. O caminho que significa resignação, esvaziamento, obediência a Deus, o caminho que significa aceitar a perseguição, o caminho que é carregar a cruz, o caminho que é Jesus Cristo.

Nós encontramos a verdade nos ensinamentos de Jesus Cristo, nas suas ações, na sua forma de agir. A verdade que é colocada diante de cada um de nós, de mim a cada dia nestes quase 30 anos de sacerdócio, de você cristão e que está diante de nós para que não erremos nas nossas opções e decisões, a verdade que é Jesus. A verdade que não nos deixa recuar, que nos faz caminhar certo.

Eu sou a vida”, disse Jesus. Quando se perde a vida plena de Deus somos prisioneiros de nossas paixões. A vida que Deus nos propõe em Jesus Cristo, nos faz livres, mais donos de nós mesmos. A vida em Cristo é liberdade diante de nossos próprios apetites, de nossas próprias paixões e de nossos próprios vícios. É a liberdade de escolhas que o Apóstolo Paulo ilustrou muito bem ao dizer: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma” (1Cor 6,12). Por isso é um caminho de santificação e humanização.

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, são três palavras que nós não deveríamos escrever, mas tatuar em nossos corações, tatuar em nossa mente, tatuar em nossa alma. Desculpe a palavra tatuar, mas é a que eu acredito que seja mais oportuna.

O Apóstolo Felipe foi aquele que, como nós, às vezes temos dificuldades e pedimos: “Mostra-nos o Pai” (cf. 14,8). Um pedido até inocente e, estaria tudo certo se, a resposta de Jesus não fosse: “Ninguém vai ao Pai, senão por mim” (Jo 14,6b). Repito, Ele é a porta estreita que temos que atravessar. Felipe representa exatamente a nossa busca de Deus sem Jesus, do Criador sem o Redentor, do Todo-Poderoso sem a encarnação. Por isso, Felipe representa um pouco de cada um de nós, na nossa limitação de fé.

Se estamos buscando a santidade, temos que nos perguntar: o caminho, a verdade e a vida são para nós realmente um modelo de discipulado e de vida?

Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação (1Ts 4,3). Que Ele, em Jesus, com a intercessão de todos os santos, nos ajude a buscar e viver a santidade.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Padre Reginaldo Manzotti boletim informativo semanal

 

Filhos e filhas,

Já passamos a data de Finados e já podemos ver decorações natalinas ao nosso redor. Acho válido e indico decorar, ou pelo menos ter um enfeite de Natal em sua casa. É o externo nos recordando que estamos em um tempo especial.

Como Padre, não posso deixar de lembrar que devemos preparar a nossa alma para revivermos o mistério do Natal. E nada melhor para nos prepararmos do que uma boa Confissão. O Sacramento da Reconciliação é um convite a fazer a experiência da misericórdia pelo perdão, por intermédio do sacerdote que age em nome de Deus e da Igreja.

Nosso Senhor Jesus Cristo, sabendo de nossas fraquezas, instituiu o Sacramento da Confissão e escolheu seus representantes, dando-lhes o poder de perdoar os pecados em Seu nome, como ensina São João: "Soprando sobre eles, dizendo-lhes: 'Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos'" (Jo 20, 22b-23).

Jesus já havia dito em outra ocasião: "Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu, e tudo quanto desligardes na terra será desligado também no céu" (Mt 18, 18). Sendo assim, o sacerdote não age em seu nome, mas com a autoridade concedida por Jesus. Ou seja, mesmo sendo uma pessoa sujeita ao pecado, como todas as outras, ele atua em nome de Deus e da Igreja para absolver os pecados. É instrumento do perdão de Deus, e o fato de também possuir fraquezas o faz compreender a conduta humana e sua inclinação ao pecado, não se colocando na posição de juiz intransigente. Vale mencionar ainda que, segundo o cânon 1388, o segredo de confissão é inviolável.

Costumo dizer que a confissão é um banho espiritual que lava a alma. Da mesma forma que é preciso tomar banho todos os dias para manter o corpo limpo, há a necessidade de confessar-se para garantir a limpeza espiritual. A confissão apaga completamente os pecados, mesmo os mortais, e concede a graça santificante. Aumenta os méritos diante do Criador e permite desenvolver todas as virtudes, além de proporcionar tranquilidade de consciência, alívio das mágoas e consolo espiritual.

Para realizar uma confissão adequada, são necessárias, pelo menos, cinco condições:

- Fazer um exame de consciência, que consiste em lembrar os pecados mortais cometidos desde a última confissão.  Para que seja caracterizado pecado mortal ou matéria grave (praticar ato que caracterize grande ofensa aos Mandamentos de Deus e da Igreja) é necessário:  conhecimento (estar ciente, saber que o ato a ser praticado é pecado); consentimento (ter tempo para refletir e, mesmo assim, cometer o pecado por livre e espontânea vontade); quando falta um só adjetivo a esses 3 requisitos, é pecado venial ou leve.

- Estar sinceramente arrependido por ter ofendido a Deus e ao próximo.

- Ter o firme propósito de não cometer mais o(s) erro(s), confiando no auxílio da graça de Deus.

- Confessar objetivamente os próprios pecados e não os dos outros.

- Cumprir a penitência que o confessor indicar.

Muitas pessoas, de fato, não sabem confessar e usam a seguinte fórmula: “Não matei, não roubei, o resto fiz tudo”. Não é tão simples assim, nada melhor do que examinarmos nossa consciência, baseando-nos nos Dez Mandamentos da Lei de Deus:

1º) “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças”;

2º) “Não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão”;

3º) “Guardarás o domingo e dias santos de preceito”;

4º) “Honrarás pai e mãe”;

5º) “Não matarás”;

6º) “Não pecarás contra a castidade";

7º) “Não furtarás”;

8º) “Não levantarás falso testemunho”;

9º) “Não cobiçarás a mulher do próximo”;

10º) “Não cobiçarás as coisas alheias”.

Confesse seus pecados com a fé em Jesus Cristo. E lembre-se: “Se confessarmos nossos pecados, fiel e justo é Ele para perdoar-nos e purificar-nos de toda iniquidade" (1 João 1, 9).

Que o Espírito Santo ilumine e impulsione sempre à confissão. Amém.

Padre Reginaldo Manzotti

 

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 9 de outubro

 Filhos e filhas,

Nesta semana somos todos filhos entusiasmados por celebrar o dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil. Digo que somos filhos, porque celebramos o dia da nossa Mãe que, com todo amor, estende seu manto por todos os brasileiros e brasileiras.

Tenho um grande amor por Nossa Senhora, você que me acompanha há mais tempo, sabe disso. E faço questão de celebrar e exaltar Nossa Senhora Aparecida, pois sou fruto e testemunha viva do seu poder intercessor. Se não conhece essa história, leia meu artigo da semana no site Aleteia.

Nesta mensagem destaco duas, entre tantas, virtudes de Nossa Senhora Aparecida que creio que mais inspiram o povo brasileiro: a ESPERANÇA e a FORTALEZA.

Maria é modelo da perfeita Esperança. Demonstrou isso desde sua juventude, quando ardentemente desejou a vinda do Messias. Depois, ao guardar o segredo da filiação divina de Jesus, esperançosa de que José a compreenderia assim que o próprio Deus lhe explicasse. Teve esperança em Deus quando precisou fugir para o Egito e salvar o Menino Jesus do extermínio imposto por Herodes aos recém-nascidos (Mt 2, 13-14), e novamente durante as Bodas de Caná, ao pedir para fazerem o que Jesus dissesse (Jo 2,5).

Imitar a esperança de Maria é esperar em Deus, não se desesperar nem desanimar diante das dificuldades e sofrimentos, mas, como Ela, voltar-se para Deus na oração, com a convicção de que Ele nos ajuda e só quer o nosso bem.

Maria nos ensina a Fortaleza, quando, ao ver todo o sofrimento do seu Filho, manteve-se firme e junto a Cruz (Jo 19,25), acompanhando-O em todas as suas provações. Essa presença silenciosa de Maria na hora da dor que devemos ter como exemplo em nossa vida.

Às vezes, nos deparamos com pessoas que estão sofrendo, por doença ou acidente, e pelas quais já não podemos fazer mais nada, não encontrando palavras que confortem. Contudo, mesmo sem verbalizar, nossa presença é de grande ajuda, pois aquele que sofre sabe estar acompanhado em seu calvário. Maria entendeu isso e, diante da cruz, não pronunciou uma palavra sequer. Pelos Evangelhos sabemos que Jesus falou, enquanto Maria permaneceu de pé, forte, perseverante. Não precisa estar escrito para sabermos que seu coração dizia: “Estou aqui, filho, estou ao Teu lado”.

Certamente não é fácil. Muitas vezes, dá até vontade de “dormir hoje e acordar apenas quando tudo passar”, como se diz popularmente, mas o exemplo de Maria ensina-nos a perseverar, mantendo-nos firmes em meio a pequenos e grandes sofrimentos.

São muitas virtudes que Maria têm, inúmeras... Mas nesta semana da padroeira do Brasil, destaco essas duas, para que seja inspiração para o povo brasileiro. E, pedindo a intercessão da Mãe, que tenhamos esperança de dias melhores para nossa nação e fortaleza para, juntos, construirmos um país justo e fraterno.

Não posso deixar de terminar esta mensagem sem, antes, pedir com muita humildade uma prece, uma Ave Maria, pelo XVII Evangelizar é Preciso Fortaleza, que vai acontecer no dia 26 de outubro, sábado, no Aterro da Praia de Iracema. Conto com sua oração para que seja um momento de graças e bênçãos a fortalecer a fé, a esperança e a fortaleza de todos os que lá estiverem, ou acompanharem em oração.

Que Deus, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, abençoe a todos nós.

Padre Reginaldo Manzotti

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 2 de outubro

 Filhos e filhas,

Louvo e agradeço a Deus por tantas graças derramadas ao longo de toda a Festa das Santas Chagas que terminou no último domingo, dia 29. Agradecer a São Pio de Pietrelcina pela conquista da Terra Prometida e aqui quero, também, agradecer a todos que fizeram comigo a Ação de Oração “As Muralhas vão cair”. E já entregar a Nossa Senhora do Carmo todos os associados, juntos vamos conseguir pagar e tomar posse da Terra Prometida.

Sobre a conquista da Terra Prometida reservo outro momento, nesta mensagem quero me debruçar sobre os Arcanjos de Deus, celebrado dia 29 de setembro, e os Anjos da Guarda, dia 2 de outubro. Sim, filhos, os anjos existem e são citados na Sagrada Escritura.

Na passagem do Evangelho, quando Jesus vê Natanael e diz “eu te vi debaixo da figueira”, Ele está querendo dizer “Natanael, você está maravilhado porque eu te vi, eu te vejo sempre, eu te vejo na hora que você deita, quando você fuxica, fala mal dos outros, rouba. Eu vejo tudo, nada escapa do meu olhar, você pode se esconder dentro de um cofre de aço que eu te vejo. Você está maravilhado com isto, mais maravilhado ficará quando vir o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre filho do homem.” (cf. Jo 1,47-51).

Outro texto, Êxodo 23, 20-21: “Eu vou enviar um Anjo diante de ti, para que te proteja no caminho e te conduza até o lugar que te preparei. Respeita-o e escuta sua voz”. Então quer dizer que anjos realmente existem? Sim, todos nós temos nosso Anjo da Guarda. Existem Arcanjos sim, os Arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel, as potestades celestes, do bem e do mal (cf. Ef 6,10-12) porque é a batalha a que somos chamados a travar.

São Miguel é o grande chefe da milícia celeste. Seu nome em forma de pergunta: “Quem é igual a Deus?” Seria porque quando o anjo decaído Lúcifer, inflamado pelo orgulho, quis ser igual a Deus, o Arcanjo perguntou com voz forte: "Quem é igual a Deus?"

Quem dera tivéssemos a coragem de dizer: “São Miguel põe teu pé de Arcanjo sobre o homem velho que há dentro de mim, o homem mesquinho; põe teu pé nas minhas intenções erradas, no meu pensar equivocado; coloque o pé sobre os inimigos da minha família; coloque o pé e amasse a cabeça do Diabo que tenta a minha vida”.

São Rafael, cujo nome deste Arcanjo vem do hebraico Rafa, sinônimo de cura, e El, que significa Deus. “Cura de Deus” ou “Curador divino”, “Medicina de Deus”. Citado no Livro de Tobias, como seu companheiro de viagem (cf. Tb 5,16). Enviado por Deus para curar Tobit, pai de Tobias e livrar Sara do demônio, Rafael se revela como um dos sete espíritos que assistem ao Trono de Deus (cf. Tb 12,11-15). É considerado o Anjo da Providência, que nos conduz pelos caminhos certos e cura os males do corpo e da alma.

São Gabriel é o “emissário do Senhor”, seu nome significa “Força de Deus”. É um dos Anjos que está sempre na presença de Deus (Lc 1,19). Foi ele quem disse a Zacarias que sua oração fora ouvida, e que Isabel, sua mulher, lhe daria um filho, e deveria se chamar João (cf. Lc 1,8-20). Porém, sua mais nobre missão foi a de anunciar à Virgem Maria, o maior acontecimento da história da humanidade: a encarnação em seu seio, do Verbo de Deus. (Lc 1,26-38). Por sua missão estar relacionada tanto no Antigo, como no Novo Testamento com a vinda do Salvador, São Gabriel é conhecido como Arcanjo da Redenção.

Queridos filhos e filhas, o amor de Deus é maior do que pensamos e Ele não nos deixa sozinhos nesta batalha. Não tenham medo, tomem as armas da luz. Não tenham medo do que o Inimigo de Deus pode fazer em nós, na humanidade. Deus nos deu tudo para que nos levantemos. Arcanjos do Senhor venham em nosso auxílio. Amém.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti