PADRE REGINALDO MANZOTT - BOLETIM INFORMATIVO 26/08/2025

Filhos e filhas,

Estamos por celebrar Santa Mônica e Santo Agostinho, mãe e filho que muito podem nos ensinar para o crescimento da nossa fé. Mônica, durante muitos anos rezou pela conversão de Agostinho, que depois se tornou Bispo e doutor da Igreja, escreveu: “Ela me gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade”. Nessa frase de Santo Agostinho está a missão de cada pai, de cada mãe: gerar também para a graça.

Nos diz o Catecismo da Igreja Católica, “O papel dos pais na educação dos filhos é tão importante que é quase impossível substituí-los” (CIC 2221). E ainda a Exortação Apostólica Familiaris Consortio, São João Paulo II nos diz: “O direito e o dever de educação são primordiais e inalienáveis para os pais” (FC 36).

Santa Mônica também ensina a nunca desistir dos filhos. Ela era uma cristã exemplar que se preocupava com a conversão de sua família, por isso se consumiu na oração pelo esposo e, principalmente, pelo filho mais velho Agostinho, que vivia nos vícios e na imoralidade.

Mesmo sem ver no horizonte uma melhora, Santa Monica intensificou suas orações e súplicas para ver a conversão de seu filho. Certo dia ouviu de um bispo, a seguinte revelação: “Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”. E aqui, Santa Mônica é um exemplo para todos nós, devemos sempre perseverar na oração confiando que Deus nos ama e quer o melhor para nós.

E Santa Mônica foi recompensada, nos últimos momentos de sua vida e disse a Agostinho: “Meu filho, nada mais me atrai nesta vida; não sei o que estou ainda fazendo aqui, nem porque estou ainda aqui. Já se acabou toda esperança terrena. Por um só motivo eu desejava prolongar a vida nesta terra: ver-te católico. Deus me satisfez amplamente, porque te vejo desprezar a felicidade terrena para servi-lo… Enterrai este corpo em qualquer lugar, e não vos preocupeis com ele. Faço-vos apenas um pedido: lembrai-vos de mim no altar do Senhor… Para Deus nada é longe”.

Com Santa Mônica aprendemos a nunca desistir da conversão do próximo e com Santo Agostinho aprendemos que nunca devemos desistir da nossa própria conversão. Como Agostinho, creio que quase todos nós temos um passado do qual não nos orgulhamos muito. Situações que preferíamos apagar de nossa história.

Ouço muitas partilhas de pessoas que estão presas a um passado, um erro que cometeram e não conseguem viver o presente e nem planejar um futuro. Muitas vezes utilizam esse erro como um escudo, excluindo uma possibilidade de mudança. O famoso: “Eu sou assim e vou morrer assim”. Essa desculpa faz o passado limitar o nosso futuro.

Então olhamos para Agostinho e seu exame de consciência, no livro Confissões, e observamos que nunca é tarde demais para mudar e começar a ser a pessoa que Deus quer que sejamos. Hoje conhecemos Agostinho como santo e isso pode nos induzir a relativizar o seu passado. Mas é preciso saber quem ele era antes de se decidir a mudar e perceber que a santidade está no alcance de todos, porque a misericórdia de Deus é infinita.

Que Deus nos dê a graça da consciência dos nossos pecados e nós nos deixemos alcançar pela Misericórdia Divina.

 

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 04 de junho

 

Filhos e filhas,

 Pentecostes não é apenas uma memória do passado, mas uma realidade viva e presente. Assim como aconteceu no Cenáculo, quando os Apóstolos reunidos com Maria, Mãe de Jesus, perseveravam em oração, também nós somos chamados a viver essa mesma experiência. Foi, na primeira novena da história, que o Espírito Santo desceu como línguas de fogo, transformando aqueles homens temerosos em anunciadores destemidos do Evangelho.

O Pentecostes não é um evento isolado na história. Aconteceu na casa de Cornélio (cf. At 10) e se renova na vida da Igreja sempre que abrimos nosso coração. Todos nós temos áreas da nossa vida que ainda precisam ser preenchidas pela ação do Espírito. Por isso, nunca podemos dizer que estamos “plenos”. Plenitude, na verdade, só se alcança quando estivermos face a face com Deus. Até lá, o Espírito continua a nos transformar, a cada ano, a cada celebração.

O Evangelho de João nos traz uma belíssima reflexão sobre o Pentecostes. No capítulo 20, o Ressuscitado aparece aos seus discípulos e, por três vezes, diz: “A paz esteja convosco”. Não é uma saudação qualquer, mas uma cura profunda. O primeiro “Shalom” cura a ferida do medo e da frustração. Aqueles homens estavam trancados, inseguros, envergonhados por terem abandonado o Mestre. Jesus entra e diz: “Eu conheço suas fraquezas e mesmo assim continuo confiando em vocês”.

O segundo “Shalom” cura a incredulidade. Assim como Tomé precisou tocar nas chagas, também nós muitas vezes nos deixamos abater pela tibieza espiritual — aquele estado em que a fé se esfria, a oração perde sentido e a vida na comunidade se torna um peso. Jesus, no entanto, se oferece: “Ponha tua mão aqui”. Ele não rejeita nossas dúvidas, mas nos convida a um reencontro com a fé viva.

Por fim, o terceiro “Shalom” nos envia. Depois de curados, restaurados na paz e na fé, Jesus sopra sobre eles e diz: “Recebei o Espírito Santo”. É o envio missionário. A paz recebida não é para ser guardada, mas compartilhada. Foi assim que Pedro, o pescador simples, teve coragem de pregar no Pórtico de Salomão, lugar reservado aos mestres da Lei.

A Igreja nasce do Espírito e se mantém de pé por Ele. A missão não é apenas dos padres ou religiosos. Todos, nas mais diversas vocações, são chamados a serem instrumentos de transformação no mundo. Precisamos de médicos, professores, políticos, advogados, pais e mães cheios do Espírito Santo. Somente assim veremos os sinais e prodígios que acompanharam os primeiros cristãos se repetirem também hoje.

Pentecostes nos lembra que o mundo pode até tentar nos dividir, mas em Cristo, e pela força do Espírito, permanecemos unidos, cada um no seu carisma, mas todos pela mesma causa: anunciar Jesus e fazer o Reino de Deus acontecer.

Termino essa mensagem com a Sequência de Pentecostes, clamando o Espírito de Deus:

"Espírito de Deus, enviai dos céus um raio de luz!

Vinde, Pai dos pobres, dai aos corações vossos sete dons.

Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívio, vinde!

No labor descanso, na aflição remanso, no calor aragem.

Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele.

Ao sujo lavai, ao seco regai, curai o doente.

Dobrai o que é duro, guiai no escuro, o frio aquecei.

Dai à vossa Igreja, que espera e deseja, vossos sete dons

Dai em prêmio ao forte uma santa morte, alegria eterna!

Enchei, luz bendita, chama que crepita, o íntimo de nós!"

 

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

 

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 21 de maio

 

Filhos e filhas,

 Quem verdadeiramente ama, reza. Quem verdadeiramente reza, ama.

 Somos chamados a ser tocados pelo Senhor através de uma vida de oração, para que o amor Dele se manifeste em nós. Todos os dias somos chamados a estar na presença de Deus em oração. Mas para nos colocarmos diante Dele é preciso, primeiramente, silenciar o nosso interior, para então fazer uma oração. Mas o que rezar?

Rezar a Palavra de Deus, rezar a vida, pedir mais graças santificantes que temporais. É importante que em cada oração o coração esteja junto, aquilo que rezamos precisa ser nossa vida. Uma alma sem oração é como carro sem gasolina, ou seja, não funciona. O combustível mais seguro para que Deus nos mantenha no caminho do bem é a oração, a fé e o amor.

Ninguém experimenta o amor de Deus se não viver na Sua presença. Quem não leva a sério sua vida com Deus, se perde. Não importa se consagrado, religioso, sacerdote ou leigo, se perde. Portanto, devemos sempre olhar para a bússola de Deus, a fim de sabermos para onde estamos indo. Todo problema espiritual que tivermos, devemos prestar a devida atenção, pois está em risco a nossa salvação.

Uma das formas de cuidar da nossa vida espiritual é através dos Sacramentos, principalmente a Confissão. Eu não consigo entender alguém que diz ser da Igreja Católica e não tem uma vida de confissão.

Temos que purificar a nossa fé, não podemos ficar com o coração dividido. Ou somos inteiros de Deus ou não somos nada. Deus não tenta ninguém, mas Ele permite que sejamos tentados. Ele é forte e poderoso, mas o inimigo existe e quer semear em nosso coração a dúvida e a confusão.

Nossa alma tem fome de Deus e precisa ser alimentada em Deus, através do Sacramento da Eucaristia, ela é o alimento eterno. Temos necessidade de comungar. Ao receber Jesus, na verdade, é Ele que nos envolve com seu amor.

Devemos dar mais valor à Eucaristia, é preciso, após cada comunhão, adorar Cristo Vivo dentro de nós, isso nos cura. Caso deixemos de experimentar o amor de Deus, e se em algum momento da vida nos cansarmos e nos dermos conta de nossa imperfeição, nos coloquemos diante Dele e recomecemos. Ele estenderá as mãos para que cheguemos mais perto de Seu amor, pois a Sua misericórdia é infinita.

Santa Rita de Cássia, que celebramos essa semana, é um grande exemplo de alma orante e confiante em Deus. Mesmo diante das provações mais duras, como um casamento conturbado e a morte dos filhos, ela não abandonou a oração. Rita entregava tudo nas mãos do Senhor, buscando Nele forças para suportar e transformar a dor em graça. Sua vida nos mostra que a fidelidade à oração é capaz de operar milagres e manter acesa a chama da esperança mesmo nas noites mais escuras da alma.

Conhecida como a santa das causas impossíveis, Santa Rita soube unir o sofrimento à cruz de Cristo com amor e confiança. Sua devoção à Eucaristia e sua vida de penitência revelam uma mulher totalmente entregue à vontade de Deus.

Ela nos ensina que, mesmo nas situações mais difíceis, o amor de Deus é maior, e que, pela oração perseverante, podemos encontrar paz, consolo e direção. Que Santa Rita interceda por nós, para que também sejamos fiéis em nossa caminhada de fé.

 

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

 

TRIDUO EM HONRA A SÃO JOSÉ DO GRUPO ASSOCIAÇÃO DE SÃO JOSE DA PAROQUIA DE SÃO FRANCISCO DAS CHAGAS

 

              O grupo da Associação de São José, realizou no período de 28 a 30 de abril de 2025, o tríduo em honra a São José, nosso patrono. Foram 03 (três) dias de orações intensas. O tema do tríduo: “São José peregrino de esperança, num mundo em mudança. Esse tema faz referencia ao tema do ano jubilar:” Peregrinos da esperança”. As orações foram realizadas na capelinha do Centro Paroquial, com início, todos os dias das 1700h às 18:ooh. No dia 30 foi realizado a renovação dos nossos votos, feito por frei Jorge. Inclusive Frei Jorge, participou conosco todos os dias.

           Durante os três dias de orações refletimos sobre a vida do nosso Patrono, como peregrino de esperança. ” São José não viveu a esperança como um simples desejo, mas como uma certeza enraizada na fé. Quando o anjo lhe revelou que Maria concebera pela ação do Espirito Santo, ele não temeu acolhê-la, confiando plenamente no plano divino (cf. Mt. 1, 20-24). Durante a fuga para o Egito, permaneceu fiel e corajoso, sustentando s Sagrada Família em meio ao exilio e ao desconhecido (cf. Mt 2, 13-15). No cotidiano humilde de Nazaré trabalhou com dedicação e amor, esperando n cumprimento das promessas de Deus e formando Jesus no caminho da justiça”.

           “Nos desafios do nosso tempo, somos chamados a olhar para São josé e aprender com ele. Em momentos de dificuldade, dúvida e tribulação, ele nos ensinos que a verdadeira esperança não se apoia em nossas forças ou planos, mas na confiança inabalável em Deus. Como José, somos convidados a ser guardiões da esperança, testemunhando a fé no seio da família, no trabalho e na missão que nos foi confiada”.

       “Que, neste Ano da esperança, São José interceda por nós, ajudando-nos a viver com a mesma confiança e entrega que ele teve. Que, a seu exemplo, possamos irradiar a esperança cristã ao mundo, firmes na certeza de que Deus jamais nos abandona”. Como ação concreta, foi arrecadado seis cestas básicas, que foram distribuídas ás famílias com vulnerabilidades social, nos bairros periféricos de Bacabal. 

São José, guardião da esperança, rogai e intercedei por nós!

Novena em honra a nosso Patrono São Jose, do grupo Associação de São Jose, da Paroquia de São Francisco das Chagas - Bacabal-MA.

 

           No período de 10 a 19 de março, o grupo Associação de São José, realizou a novena em honra ao Patrono do grupo. As orações foram realizadas na Capelinha do Centro Paroquial, no horário de 18:00 h ás 19:00h, exceto no domingo, que as orações foram realizadas a partir da 15:00h até as 16:00h. O tema da novena rezado foi: “São José, servo bom e fiel, que cuida da casa de Nazaré e da casa comum” Esse tema faz referência ao tema da Campanha da fraternidade de 2025, que é: Fraternidade e Ecologia Integral e o lema: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).

          Foi um momento oportuno para relacionamos o tema da novena com o tema da campanha da fraternidade, onde pudemos enfatizar essa problemática real dos nossos dias, a fim de nos sensibilizarmos para ações concretas para melhorar a nossa casa comum, e despertar em cada cristão participante esse processo de conversão integral

          Nesses 09 dias, através da reflexão do tema, vimos a vida desse grande Santo, sempre disposto a ouvir Deus e seguir o que lhe era solicitado, pois sabemos que São Jose foi escolhido para ser o sustento e o fiel guardião dos bens mais preciosos de Deus: seu filho e de Sua esposa, função que ele cumpriu muito bem com toda fidelidade.

            São José é um santo inigualavelmente grande, pois é o Patrono da Igreja Universal, advogado dos lares cristãos e modelo dos operários, que nos ajuda com sua esperança a sermos discípulos de Jesus para realização de ações concretas, para se ter um mundo melhor, cuidando da casa comum. Mesmo sabendo pouco sobre a sua vida, Ele foi um sinal de fecunda alegria, de tal modo, suficiente para destacar, de modo inequívoco, a importância do Carpinteiro de Nazaré na história do novo povo de Deus. Em São José acreditamos, mesmo num contexto adverso ao projeto solidário do nosso bom Deus, que sua solenidade faça crescer em nós a esperança e a reviver a alegria de muitos corações.

                   A nossa novena é sempre realizada na quaresma, o que faz com que nos voltemos para São José, pensando na vida dos cristãos dos nossos tempos, no nosso peregrinar rumo á paixão, morte e ressurreição de Jesus, mistério luminoso que nele esperamos e cremos “contra toda esperança”, falando-nos em humilde escuta e no diálogo sincero com Deus, reconhecendo a mão de Deus na sua vontade de salvar o mundo. Durante as orações da novena pedimos pela conversão da mais absoluta certeza da salvação que nos é oferecida por Deus através da morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Foi realizada uma ação concreta através da arrecadação de seis cestas básicas, que foram distribuídas a algumas famílias carentes no bairro periférico da cidade: Novo Bacabal.

           As orações da novena foram momentos de devoção, fé e alegria. No dia 19 de março foi feita um momento de oração e em seguida participamos da Santa missa, onde realizamos a nossa consagração a São Jose!

               São José, rogai e intercedei por nós!

Padre Reginaldo Manzotti boletim informativo semanal (09 de abril de 2025)

 

Filhos e filhas,

À medida que se aproxima a Semana Santa, somos convidados a voltar o coração para o maior mistério da nossa fé: a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Este é um tempo de graça, um momento único de reencontro com Deus, de aprofundar nossa intimidade com Ele.

A vida é feita de busca e de encontros. E a nossa maior busca deve ser sempre por Deus, o amado de nossa alma. São João da Cruz, em um de seus belíssimos poemas espirituais, expressa isso de maneira tocante:

“Buscando meu Amor, meu Amado,

vou por montes e vales, sem temer mil perigos.

Nem flores colherei no caminho, pois segui-lo é preciso

sem deter-me ou parar.

Já não tenho outro ofício, só amar é o exercício.

Solidão povoada, presença amorosa do Amado.

Viver ou morrer, sem Ele eu não quero ser!”

Se O buscarmos com sinceridade, Deus se deixará encontrar. Ele mesmo nos assegura, por meio do profeta Jeremias: “Vocês me procurarão e me encontrarão, se me buscarem de todo o coração” (Jr 29,13).

Não importa se o nosso encontro com Deus acontece no amanhecer, no meio-dia ou no entardecer de nossa vida, como nos ensina a parábola dos trabalhadores da vinha (cf. Mt 20,1-16), o importante é que esse encontro aconteça. Seja pelo amor, seja pela dor, todos somos chamados a nos voltar para Ele.

Deus espera pacientemente a conversão de cada um de nós. Isso me lembra Santo Agostinho, que tanto fez sua mãe, Santa Mônica, sofrer. Agostinho viveu longe de Deus, mergulhado no pecado e na descrença, mas foi transformado pela graça. Depois de sua profunda experiência com o Senhor, ele declarou com sabedoria: “Nosso coração foi feito para Ti, Senhor, e inquieto está enquanto não repousa em Ti.”

Agostinho representa o anseio de todos nós. No fundo, cada ser humano carrega essa pergunta: onde está o sentido da vida? A resposta está em Deus. Foi isso que ele descobriu, e por isso escreveu com tanta paixão:

“Tarde te amei, Senhor. 

Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova. 

Eis que estavas dentro, e eu fora. 

Estavas comigo, e eu não estava contigo.  

Exalaste teu perfume, e eu respirei. 

Agora, tenho fome e sede de Ti. 

Tocaste-me, e ardi por tua paz.”

Jesus nos revelou o Pai. Ele é o caminho que conduz à vida, a luz que dissipa toda escuridão. Ele mesmo disse: “Eu vim como luz ao mundo” (Jo 12,46), mas muitos preferem as trevas. Quem vive no pecado evita a luz, porque ela revela. Assim como uma criança que faz arte e tenta se esconder nos cantos da casa para não ser repreendida, quem está no erro busca se afastar da Igreja, dos sacramentos, das pessoas que podem iluminar sua consciência.

O pecado atrai mais pecado. Quem permanece nas trevas teme o que a luz pode mostrar. Mas se aproximar de Jesus é ter coragem de dizer: “Sou eu, Senhor. Dissipa as trevas da minha vida.”

Jesus é a verdade. Não a “verdade” do mundo — que é como um analgésico: alivia, mas não cura. A verdade do mundo fascina, engana, cega. A de Deus, às vezes dói, mas sempre liberta. A felicidade verdadeira, a que todos buscamos, só será encontrada em Deus, por meio de Cristo.

Não coloquemos nossa felicidade nas mãos das pessoas. Não apostemos tudo em alguém. Apostemos em Deus — Ele é fiel. Busquemos a luz sem trevas, a verdade sem engano, a felicidade que não passa. 

Busquemos a Deus. Em Cristo Jesus.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 1º de janeiro

Filhos e filhas,

Feliz Ano Novo! Um abençoado 2025! Que Nossa Senhora, Mãe da Igreja, esteja junto a nós nesse novo ano civil que se inicia.

Cada novo ano é uma dádiva que Deus nos concede. É como uma página em branco, onde podemos reescrever nossa história, acertando o que estava errado, melhorando o que já estava bom. Mas nada do que planejamos para este ano fará sentido ou atingirá seu objetivo se não tivermos o que é essencial: paz. Por isso, hoje também é celebrado o Dia Mundial da Paz.

A paz não é apenas a ausência de guerras, claro que precisamos de paz nas ruas, paz entre as nações. Todos os dias nos chegam enxurradas de notícias de conflito entre povos, guerrilhas, brigas, violência no trânsito, aliás violência de todo tipo. A vida humana não está valendo mais nada, porém nessa primeira mensagem do ano refiro-me especialmente à paz interior.

A verdadeira paz começa a existir do nosso encontro pessoal com Jesus, o ‘Príncipe da Paz’. Ela brota dentro de cada um de nós, para depois exteriorizar-se, manifestar e se expandir em casa, na família, no ambiente de trabalho, nas ruas, nas cidades e no mundo.

Ninguém é santo, ninguém é perfeito. Amamos e odiamos, erramos e acertamos, cometemos gestos bons e maus. A nossa fragilidade humana é marcada pelo pecado, mas Deus nos amou tanto que se compadeceu de nós, em Jesus assumiu nossa humanidade, assemelhou-se a nós em tudo, menos no pecado. E porque Jesus veio a nós, a paz tornou-se possível. Ele nos disse: “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo” (Jo 14,27).

O medo é um dos inimigos da paz, porque nos leva à insegurança, à desconfiança, a nos armarmos contra aqueles que pensamos ser ameaça para nós. Não digo que estejamos com armas de fogo, também não me refiro só à agressão física, fazemos de nossa língua uma arma mortal, espalhando fofoca e maledicência, “puxando o tapete”, mentindo e intimidando. A língua pode ter uma força de agressão violenta. Por isso, ao nos deixar a paz, Jesus nos recomendou que não tivéssemos medo, por isso também, em seguida, Ele nos mandou amar-nos uns aos outros (cf. Jo 15,17). O medo separa, desequilibra e desune; o amor atrai, congrega, dá segurança e traz a paz.

A mentira é outra inimiga da paz. A pessoa que pratica o mal não gosta de ver as coisas ruins à luz da verdade, ela se esconde. Por isso, quem faz o mal não gosta da luz. E Jesus é luz, e quem caminha no mal, quem é mentiroso, desonesto, quem busca o pecado não quer a luz, prefere as trevas, as sombras, prefere fazer as coisas na surdina, nas fofocas, intrigas, promovendo as discórdias.

Se não temos paz, além de não sermos felizes, deixamos os que estão próximos a nós infelizes, porque a luz irradia, mas o mal também irradia. Porém, a paz, além de ser um dom de Deus, é uma construção diária que depende muito de nós. Depende de nossas atitudes, de sermos capazes de nos reconciliar, nos acolher, nos perdoar e libertar-nos das mágoas e ressentimentos.

A paz interior é um dom do Espírito Santo, como nos diz a Carta aos Gálatas: “Por seu lado, são estes os frutos do Espírito: amor, alegria, paz” (Gl 5,22). Isso quer dizer que ela deve ser pedida como o próprio Apóstolo Paulo afirma: “Apresentem a Deus todas as necessidades de vocês através da oração e da súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão, guardará em Jesus Cristo os corações e pensamentos de vocês” (Fl 4,7). Esse trecho da Carta aos Filipenses nos dá uma certeza que a paz não é uma utopia, não é um “talvez”, mas é uma certeza em Jesus. Ele venceu o mundo! A paz já nos foi concedida!

Que Nossa Senhora, a Rainha da Paz, interceda por todos nós, os seus filhos e filhas.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti