PADRE REGINALDO MANZOTTI - BOLETIM INFORMATIVO (09 A 13/12/2024)

 Filhos e filhas,

Celebramos nessa semana, Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira das Américas. No entanto sua história e devoção são pouco conhecidas de nós, brasileiros. Por isso dedico esta mensagem para contar a história da Virgem de Guadalupe que se passa no ano de 1531, onde atualmente está o México, que ainda pertencia ao império espanhol.

Juan Diego não pertencia a qualquer classe social do Império, mas era livre. Sabia ler e escrever. Perdera os pais muito cedo e dedicava-se ao trabalho no campo, viúvo, ele vivia com o tio, Juan Bernardino, a quem estimava como a um pai. Eles haviam se convertido e receberam o batismo.

No dia 9 de dezembro de 1531, quando se dirigia para a Igreja das Missões, ouviu uma linda música vinda da montanha. Parou para apreciar, quando ouviu uma voz por cima da montanha o chamava suavemente: Juanito, Juan Diego. Subindo em sua direção, viu uma senhora e maravilhou-se pela sua grandeza. Seu vestido era radiante e seu rosto transparecia bondade e compaixão. Ela perguntou-lhe: Juanito, o mais humilde de meus filhos, onde vais? Juan Diego respondeu: Minha Senhora e Menina, vou a Igreja, seguir as coisas divinas. Então pediu-lhe a senhora: Eu desejo que um templo seja construído aqui, rapidamente; para que eu possa mostrar todo o meu amor, e realizar o que a minha clemência pretende, vá ao palácio do Bispo e comunica este meu grande desejo. Ele inclinou-se diante Dela e disse: Minha Senhora, Eu estou indo cumprir Tua ordem, agora me despeço de Ti, Teu humilde servo. Apressado seguiu para a casa do Bispo. Esperou muito tempo e quando foi atendido, após ouvi-lo, o Bispo mandou que voltasse outro dia, para relatar melhor a história.

Juan Diego saiu triste, mas no dia seguinte, depois de rezar a Virgem, ele deixou sua casa e foi ver o Bispo. Novamente, depois de muita dificuldade, o Bispo estava à sua frente. Ele expôs a ordem de Nossa Senhora do Céu e que, por Deus, acreditasse em sua mensagem. O Bispo, para assegurar-se, fez várias perguntas, e pediu que apresentasse provas de que estava dizendo a verdade.

Juan Diego voltou logo para contar a Virgem Santíssima, a resposta que trazia do Bispo. A Senhora, após ouvir, disse-lhe: Muito bem, você retornará aqui amanhã, então levará ao Bispo o sinal por ele pedido. Com isso ele irá acreditará.

No dia seguinte, não foi ao encontro da senhora, saiu para trazer um sacerdote para seu tio, que estava gravemente enfermo. Mas Ela o encontrou no caminho, aproximou-se dele e disse: O que há, meu pequeno filho? Onde estas indo? E Juan Diego pedindo desculpas disse que deveria levar um sacerdote, para administrar os Sacramentos, pois seu tio estava muito enfermo. A Santa Virgem lhe disse: Escuta-me e entenda bem, meu filho, nada deve amedrontar ou afligir você. Não deixe seu coração perturbado. Não tema esta ou qualquer outra enfermidade, ou angústia. Eu não estou aqui? Quem é sua Mãe? Você não está abaixo de minha proteção? Eu não sou a saúde? Não se aflija, pois seu tio será salvo dessa enfermidade. Então, Juan Diego prometeu que, o quanto antes, estaria na presença do Bispo, para levar o sinal ou prova, a fim de que cresse. A Senhora pediu que ele subisse ao topo da montanha para que colhesse flores, e trouxesse à sua presença.

Atendendo ao pedido da Virgem Maria, Juan Diego foi e quando chegou no topo da montanha ficou admirado vendo tantas rosas, perfumadas e umedecidas pelo orvalho. Colheu-as, levou-as a Senhora, que as arrumou dentro da tilma (manto) do índio e mandou que as mostrasse somente ao Bispo. Juan Diego se pôs a caminho, desta vez mais confiante.

Diante do Bispo, Juan Diego relatou como a Senhora o fizera subir até o local onde, naquela época do ano, só havia espinhos e lá encontrara rosas belíssimas. Dizendo isso, desenrolou o manto e as rosas rolaram pelo chão, o Bispo ficou maravilhado, pois além das rosas, estava estampada no manto de Juan Diego a imagem da Virgem de Guadalupe. Sua aparência, sua pele morena trazia as características de uma jovem indígena.

A preciosa Imagem da Sempre Virgem Santa Maria, Mãe de Deus, da mesma maneira como hoje ela é guardada no templo do Tepeyacac, chamada Guadalupe, desafiou e desafia o tempo e os estudos científicos, pois a imagem impressa milagrosamente em um tecido de pouca qualidade (feito a partir do cacto), que deveria se deteriorar em 20 anos, mas não mostra sinais de deterioração depois de 474 anos, desafiando qualquer explicação científica sobre sua origem.

O Bispo e toda Igreja acreditaram, logo foi erguida uma capela. Juan Diego construiu, ao lado do templo, uma cabana, onde permaneceu até sua morte. A virgem de Guadalupe foi declarada Mãe das Américas e, hoje, acolhe e intercede por todos seus filhos e filhas.

Que a história da Virgem de Guadalupe nos leve a uma autêntica devoção mariana.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 27 de novembro

 Filhos e filhas,

Nesta quarta-feira, dia 27 de novembro, a Igreja celebra Nossa Senhora das Graças. Isso porque no dia 27 de novembro de 1830, na capela das Irmãs Filhas da caridade de São Vicente de Paulo, a noviça Catarina Labouré teve uma visão de Nossa Senhora.

Nessa visão, a Virgem Santíssima estava em cima de um globo e tinha sob seus pés uma serpente. Das mãos de Nossa Senhora provinham raios luminosos, símbolo das graças que Ela derrama sobre quem suplica. E os raios opacos simbolizavam as graças que não eram pedidas.

Essa aparição, além de tanto simbolismo, nos lembra a importância de sempre rezarmos, suplicando, por intercessão de Maria, por nossas necessidades. Filhos, a oração transfigura, a oração transcende, a oração muda, a oração converte, a oração verdadeira nos impulsiona.

Muitas vezes, nossas orações não estão sendo qualificativas, nós estamos sendo mecânicos, ritualistas, cumpridores e observadores, mas não estamos deixando nos tocar por Deus.

Está sendo um caminho de ida, mas não há o caminho de volta. Não porque Deus não quer, porque não deixamos, nós não O escutamos. Na mesma proporção que nos dedicamos a cuidarmos do corpo, devemos dedicar a cuidar do espírito.

Se, na mesma proporção, buscamos manter a sobrevivência do corpo, buscássemos manter a sobrevivência da alma, não seríamos tão doentes espiritualmente, desnutridos, desesperados e desgastados. Por isso, insisto tanto na disciplina, no reservar um momento para a intimidade com Deus.

Muitos me perguntam: e quando a oração não é atendida? Como saber o que está errado? A oração é um combate e nós devemos lutar contra tudo aquilo que nos faz desanimar. Como a sensação de fracasso, ressentimento e decepção de não termos sido atendidos. Chamo a atenção para o que diz um dos Padres do Deserto: “Não te aflijas quando não receberes imediatamente de Deus, o objeto de teu pedido: é que Ele quer fazer-te ainda maior bem, por tua perseverança em permanecer com Ele na oração” (Evágrio Pôntico), “Ele quer que nosso desejo seja provado na oração. Assim Ele nos prepara para receber aquilo que Ele está pronto a nos dar” (Santo Agostinho).

Esses pensamentos dizem para não nos desesperarmos, a demora de Deus é uma provação da oração, nos prepara para a graça que vamos receber. Essa é a prática de esperar em Deus e a oração é uma espera em Deus que requer recolhimento. A meditação nos ajuda neste contexto de sempre voltarmos o pensamento para Deus e aumentar a esperança, sem cairmos em desespero.

Termino citando mais um grande Santo de nossa Igreja, Santo Afonso de Ligório: “É preciso que nos convençamos de que da oração depende todo o nosso bem. Da oração depende a nossa mudança de vida, o vencer das tentações; dela depende conseguirmos o amor de Deus, a perfeição, a perseverança e a salvação eterna”.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Momento especial para o Grupo da Associação de São José, da Paroquia de São Francisco das Chagas: A presença das relíquias dos Pastorinhos de Fátima-Portugal

 

   No dia 13 de Novembro de 2024, chegou na paroquia de São Francisco das Chagas, aqui em Bacabal-Ma, as relíquias de São Francisco Marto e de Santa Jacinta Marto, pastorinhos que viram Nossa Senhora de Fátima em Portugal. O nosso grupo, Associação de São José, ficou responsável pelo momento de oração no período de 16:00h a 16:30h. Tivemos a participação de alguns membros associados. Foi um momento muito especial para os presentes. Iniciamos o nosso momento com o canto “A Nós descei Divina Luz”, logo em seguida, fizemos a oração a Nossa Senhora de Fátima, seguido pela suplica aos pastorinhos, pedindo mais vocações sacerdotais e religiosas, pelas famílias, por leigos comprometidos com os trabalhos da igreja, pela conversão dos pecadores e pela paz. Depois desse momento rezamos o terço de São José, enfatizando mais uma vez o pedido ao compromisso e missão do sacerdote. Depois da oração do terço foi cantado “São José meu protetor” e em seguida cantamos “Maria do Sim”. Concluímos com a oração “Benção de São José”. Aproveitamos os minutos finais para fazermos um momento de oração diante das relíquias e da Imagem de Nossa Senhoria de Fátima, logo após tiramos algumas fotos para registrar esse momento tão especial e único para todos nós.

 

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 13 de novembro

 

Filhos e filhas,

Já estamos em meados de novembro, mais um final do ano chegando e a Igreja Católica dedica esse mês a uma reflexão sobre a santidade. Todos nós somos chamados a ser santos, é bíblico: “Sedes santos, como vosso Pai é Santo!” (Mt 5,48). E como ser santo? Seguindo nosso maior exemplo de santidade: Jesus Cristo.

Disse Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6a). Ao colocar essas afirmações, Ele consegue condensar, sintetizar o processo de santificação, de humanização, de divinização e de cura. Ele mostra como pode fazer um processo de cura do homem todo e todo homem, porque a grande meta de Jesus é que todos sejamos perdoados, regenerados e inteiramente curados Nele.

Jesus se diz o caminho, que implica para todos nós cristãos, para todos aqueles que de fato querem chegar ao Pai, uma porta estreita, difícil de passar (cf. Jo 10,9). Ninguém vai ao Pai se não passar por Jesus e, para passar por Jesus, é necessário entender sua proposta.

O caminho significa seguir os Seus passos, assumir as consequências do discipulado. O caminho que significa resignação, esvaziamento, obediência a Deus, o caminho que significa aceitar a perseguição, o caminho que é carregar a cruz, o caminho que é Jesus Cristo.

Nós encontramos a verdade nos ensinamentos de Jesus Cristo, nas suas ações, na sua forma de agir. A verdade que é colocada diante de cada um de nós, de mim a cada dia nestes quase 30 anos de sacerdócio, de você cristão e que está diante de nós para que não erremos nas nossas opções e decisões, a verdade que é Jesus. A verdade que não nos deixa recuar, que nos faz caminhar certo.

Eu sou a vida”, disse Jesus. Quando se perde a vida plena de Deus somos prisioneiros de nossas paixões. A vida que Deus nos propõe em Jesus Cristo, nos faz livres, mais donos de nós mesmos. A vida em Cristo é liberdade diante de nossos próprios apetites, de nossas próprias paixões e de nossos próprios vícios. É a liberdade de escolhas que o Apóstolo Paulo ilustrou muito bem ao dizer: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma” (1Cor 6,12). Por isso é um caminho de santificação e humanização.

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, são três palavras que nós não deveríamos escrever, mas tatuar em nossos corações, tatuar em nossa mente, tatuar em nossa alma. Desculpe a palavra tatuar, mas é a que eu acredito que seja mais oportuna.

O Apóstolo Felipe foi aquele que, como nós, às vezes temos dificuldades e pedimos: “Mostra-nos o Pai” (cf. 14,8). Um pedido até inocente e, estaria tudo certo se, a resposta de Jesus não fosse: “Ninguém vai ao Pai, senão por mim” (Jo 14,6b). Repito, Ele é a porta estreita que temos que atravessar. Felipe representa exatamente a nossa busca de Deus sem Jesus, do Criador sem o Redentor, do Todo-Poderoso sem a encarnação. Por isso, Felipe representa um pouco de cada um de nós, na nossa limitação de fé.

Se estamos buscando a santidade, temos que nos perguntar: o caminho, a verdade e a vida são para nós realmente um modelo de discipulado e de vida?

Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação (1Ts 4,3). Que Ele, em Jesus, com a intercessão de todos os santos, nos ajude a buscar e viver a santidade.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Padre Reginaldo Manzotti boletim informativo semanal

 

Filhos e filhas,

Já passamos a data de Finados e já podemos ver decorações natalinas ao nosso redor. Acho válido e indico decorar, ou pelo menos ter um enfeite de Natal em sua casa. É o externo nos recordando que estamos em um tempo especial.

Como Padre, não posso deixar de lembrar que devemos preparar a nossa alma para revivermos o mistério do Natal. E nada melhor para nos prepararmos do que uma boa Confissão. O Sacramento da Reconciliação é um convite a fazer a experiência da misericórdia pelo perdão, por intermédio do sacerdote que age em nome de Deus e da Igreja.

Nosso Senhor Jesus Cristo, sabendo de nossas fraquezas, instituiu o Sacramento da Confissão e escolheu seus representantes, dando-lhes o poder de perdoar os pecados em Seu nome, como ensina São João: "Soprando sobre eles, dizendo-lhes: 'Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos'" (Jo 20, 22b-23).

Jesus já havia dito em outra ocasião: "Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu, e tudo quanto desligardes na terra será desligado também no céu" (Mt 18, 18). Sendo assim, o sacerdote não age em seu nome, mas com a autoridade concedida por Jesus. Ou seja, mesmo sendo uma pessoa sujeita ao pecado, como todas as outras, ele atua em nome de Deus e da Igreja para absolver os pecados. É instrumento do perdão de Deus, e o fato de também possuir fraquezas o faz compreender a conduta humana e sua inclinação ao pecado, não se colocando na posição de juiz intransigente. Vale mencionar ainda que, segundo o cânon 1388, o segredo de confissão é inviolável.

Costumo dizer que a confissão é um banho espiritual que lava a alma. Da mesma forma que é preciso tomar banho todos os dias para manter o corpo limpo, há a necessidade de confessar-se para garantir a limpeza espiritual. A confissão apaga completamente os pecados, mesmo os mortais, e concede a graça santificante. Aumenta os méritos diante do Criador e permite desenvolver todas as virtudes, além de proporcionar tranquilidade de consciência, alívio das mágoas e consolo espiritual.

Para realizar uma confissão adequada, são necessárias, pelo menos, cinco condições:

- Fazer um exame de consciência, que consiste em lembrar os pecados mortais cometidos desde a última confissão.  Para que seja caracterizado pecado mortal ou matéria grave (praticar ato que caracterize grande ofensa aos Mandamentos de Deus e da Igreja) é necessário:  conhecimento (estar ciente, saber que o ato a ser praticado é pecado); consentimento (ter tempo para refletir e, mesmo assim, cometer o pecado por livre e espontânea vontade); quando falta um só adjetivo a esses 3 requisitos, é pecado venial ou leve.

- Estar sinceramente arrependido por ter ofendido a Deus e ao próximo.

- Ter o firme propósito de não cometer mais o(s) erro(s), confiando no auxílio da graça de Deus.

- Confessar objetivamente os próprios pecados e não os dos outros.

- Cumprir a penitência que o confessor indicar.

Muitas pessoas, de fato, não sabem confessar e usam a seguinte fórmula: “Não matei, não roubei, o resto fiz tudo”. Não é tão simples assim, nada melhor do que examinarmos nossa consciência, baseando-nos nos Dez Mandamentos da Lei de Deus:

1º) “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças”;

2º) “Não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão”;

3º) “Guardarás o domingo e dias santos de preceito”;

4º) “Honrarás pai e mãe”;

5º) “Não matarás”;

6º) “Não pecarás contra a castidade";

7º) “Não furtarás”;

8º) “Não levantarás falso testemunho”;

9º) “Não cobiçarás a mulher do próximo”;

10º) “Não cobiçarás as coisas alheias”.

Confesse seus pecados com a fé em Jesus Cristo. E lembre-se: “Se confessarmos nossos pecados, fiel e justo é Ele para perdoar-nos e purificar-nos de toda iniquidade" (1 João 1, 9).

Que o Espírito Santo ilumine e impulsione sempre à confissão. Amém.

Padre Reginaldo Manzotti

 

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 9 de outubro

 Filhos e filhas,

Nesta semana somos todos filhos entusiasmados por celebrar o dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil. Digo que somos filhos, porque celebramos o dia da nossa Mãe que, com todo amor, estende seu manto por todos os brasileiros e brasileiras.

Tenho um grande amor por Nossa Senhora, você que me acompanha há mais tempo, sabe disso. E faço questão de celebrar e exaltar Nossa Senhora Aparecida, pois sou fruto e testemunha viva do seu poder intercessor. Se não conhece essa história, leia meu artigo da semana no site Aleteia.

Nesta mensagem destaco duas, entre tantas, virtudes de Nossa Senhora Aparecida que creio que mais inspiram o povo brasileiro: a ESPERANÇA e a FORTALEZA.

Maria é modelo da perfeita Esperança. Demonstrou isso desde sua juventude, quando ardentemente desejou a vinda do Messias. Depois, ao guardar o segredo da filiação divina de Jesus, esperançosa de que José a compreenderia assim que o próprio Deus lhe explicasse. Teve esperança em Deus quando precisou fugir para o Egito e salvar o Menino Jesus do extermínio imposto por Herodes aos recém-nascidos (Mt 2, 13-14), e novamente durante as Bodas de Caná, ao pedir para fazerem o que Jesus dissesse (Jo 2,5).

Imitar a esperança de Maria é esperar em Deus, não se desesperar nem desanimar diante das dificuldades e sofrimentos, mas, como Ela, voltar-se para Deus na oração, com a convicção de que Ele nos ajuda e só quer o nosso bem.

Maria nos ensina a Fortaleza, quando, ao ver todo o sofrimento do seu Filho, manteve-se firme e junto a Cruz (Jo 19,25), acompanhando-O em todas as suas provações. Essa presença silenciosa de Maria na hora da dor que devemos ter como exemplo em nossa vida.

Às vezes, nos deparamos com pessoas que estão sofrendo, por doença ou acidente, e pelas quais já não podemos fazer mais nada, não encontrando palavras que confortem. Contudo, mesmo sem verbalizar, nossa presença é de grande ajuda, pois aquele que sofre sabe estar acompanhado em seu calvário. Maria entendeu isso e, diante da cruz, não pronunciou uma palavra sequer. Pelos Evangelhos sabemos que Jesus falou, enquanto Maria permaneceu de pé, forte, perseverante. Não precisa estar escrito para sabermos que seu coração dizia: “Estou aqui, filho, estou ao Teu lado”.

Certamente não é fácil. Muitas vezes, dá até vontade de “dormir hoje e acordar apenas quando tudo passar”, como se diz popularmente, mas o exemplo de Maria ensina-nos a perseverar, mantendo-nos firmes em meio a pequenos e grandes sofrimentos.

São muitas virtudes que Maria têm, inúmeras... Mas nesta semana da padroeira do Brasil, destaco essas duas, para que seja inspiração para o povo brasileiro. E, pedindo a intercessão da Mãe, que tenhamos esperança de dias melhores para nossa nação e fortaleza para, juntos, construirmos um país justo e fraterno.

Não posso deixar de terminar esta mensagem sem, antes, pedir com muita humildade uma prece, uma Ave Maria, pelo XVII Evangelizar é Preciso Fortaleza, que vai acontecer no dia 26 de outubro, sábado, no Aterro da Praia de Iracema. Conto com sua oração para que seja um momento de graças e bênçãos a fortalecer a fé, a esperança e a fortaleza de todos os que lá estiverem, ou acompanharem em oração.

Que Deus, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, abençoe a todos nós.

Padre Reginaldo Manzotti

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 2 de outubro

 Filhos e filhas,

Louvo e agradeço a Deus por tantas graças derramadas ao longo de toda a Festa das Santas Chagas que terminou no último domingo, dia 29. Agradecer a São Pio de Pietrelcina pela conquista da Terra Prometida e aqui quero, também, agradecer a todos que fizeram comigo a Ação de Oração “As Muralhas vão cair”. E já entregar a Nossa Senhora do Carmo todos os associados, juntos vamos conseguir pagar e tomar posse da Terra Prometida.

Sobre a conquista da Terra Prometida reservo outro momento, nesta mensagem quero me debruçar sobre os Arcanjos de Deus, celebrado dia 29 de setembro, e os Anjos da Guarda, dia 2 de outubro. Sim, filhos, os anjos existem e são citados na Sagrada Escritura.

Na passagem do Evangelho, quando Jesus vê Natanael e diz “eu te vi debaixo da figueira”, Ele está querendo dizer “Natanael, você está maravilhado porque eu te vi, eu te vejo sempre, eu te vejo na hora que você deita, quando você fuxica, fala mal dos outros, rouba. Eu vejo tudo, nada escapa do meu olhar, você pode se esconder dentro de um cofre de aço que eu te vejo. Você está maravilhado com isto, mais maravilhado ficará quando vir o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre filho do homem.” (cf. Jo 1,47-51).

Outro texto, Êxodo 23, 20-21: “Eu vou enviar um Anjo diante de ti, para que te proteja no caminho e te conduza até o lugar que te preparei. Respeita-o e escuta sua voz”. Então quer dizer que anjos realmente existem? Sim, todos nós temos nosso Anjo da Guarda. Existem Arcanjos sim, os Arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel, as potestades celestes, do bem e do mal (cf. Ef 6,10-12) porque é a batalha a que somos chamados a travar.

São Miguel é o grande chefe da milícia celeste. Seu nome em forma de pergunta: “Quem é igual a Deus?” Seria porque quando o anjo decaído Lúcifer, inflamado pelo orgulho, quis ser igual a Deus, o Arcanjo perguntou com voz forte: "Quem é igual a Deus?"

Quem dera tivéssemos a coragem de dizer: “São Miguel põe teu pé de Arcanjo sobre o homem velho que há dentro de mim, o homem mesquinho; põe teu pé nas minhas intenções erradas, no meu pensar equivocado; coloque o pé sobre os inimigos da minha família; coloque o pé e amasse a cabeça do Diabo que tenta a minha vida”.

São Rafael, cujo nome deste Arcanjo vem do hebraico Rafa, sinônimo de cura, e El, que significa Deus. “Cura de Deus” ou “Curador divino”, “Medicina de Deus”. Citado no Livro de Tobias, como seu companheiro de viagem (cf. Tb 5,16). Enviado por Deus para curar Tobit, pai de Tobias e livrar Sara do demônio, Rafael se revela como um dos sete espíritos que assistem ao Trono de Deus (cf. Tb 12,11-15). É considerado o Anjo da Providência, que nos conduz pelos caminhos certos e cura os males do corpo e da alma.

São Gabriel é o “emissário do Senhor”, seu nome significa “Força de Deus”. É um dos Anjos que está sempre na presença de Deus (Lc 1,19). Foi ele quem disse a Zacarias que sua oração fora ouvida, e que Isabel, sua mulher, lhe daria um filho, e deveria se chamar João (cf. Lc 1,8-20). Porém, sua mais nobre missão foi a de anunciar à Virgem Maria, o maior acontecimento da história da humanidade: a encarnação em seu seio, do Verbo de Deus. (Lc 1,26-38). Por sua missão estar relacionada tanto no Antigo, como no Novo Testamento com a vinda do Salvador, São Gabriel é conhecido como Arcanjo da Redenção.

Queridos filhos e filhas, o amor de Deus é maior do que pensamos e Ele não nos deixa sozinhos nesta batalha. Não tenham medo, tomem as armas da luz. Não tenham medo do que o Inimigo de Deus pode fazer em nós, na humanidade. Deus nos deu tudo para que nos levantemos. Arcanjos do Senhor venham em nosso auxílio. Amém.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 12 de junho

 

Filhos e filhas,


Dia 13 de junho, a Igreja celebra um dos santos mais populares do Brasil e do mundo, Santo Antônio. Eu, particularmente, tenho um carinho muito grande por este santo. Minha família tem uma grande devoção a Santo Antônio, é nosso grande protetor, meu pai era homônimo do santo e tenho um irmão com o mesmo nome.

Santo Antônio nasceu em Portugal e morreu na Itália, por isso é conhecido tanto como “de Lisboa”, como “de Pádua”. Em Coimbra foi ordenado sacerdote agostiniano, e já possuía o dom da palavra e força na pregação. Na mesma cidade viu os corpos de 5 franciscanos martirizados, no Marrocos, por anunciarem o Evangelho e se sentiu profundamente tocado, a ponto de pedir para ingressar na ordem.

Já franciscano, pediu para ser missionário no Marrocos, mas durante a viagem ficou muito doente e foi obrigado a voltar. Na viagem de volta, o barco onde estava foi atingido por uma forte tempestade que desviou a rota, e foi parar na Itália, em Pádua, onde até hoje estão depositadas as relíquias do Santo, a língua e a faringe com as cordas vocais.

Santo Antônio era um exímio pregador, ele falava com tanto carinho de Jesus que o Mesmo lhe aparece nos braços acariciando Antônio e dizendo: “Quem dera se todos falassem tão bem de mim quanto você, os corações me amariam mais”.

Devido a sua popularidade, Santo Antônio tem o seu lado folclórico, tanto que ele é conhecido como santo casamenteiro, isso porque Antônio era um homem preocupado com os dotes das moças, lembremos que naquela época, uma mulher sem dote não podia casar, o que não era apropriado, a mulher ou casava ou ingressava em um convento. Santo Antônio, então, zelava pela integridade da mulher e as ajudava quando precisavam.

Aliás, me permita fazer uma recomendação sobre esse assunto. No meu Istagram, no dia dos namorados, postei uma reflexão sobre o amor para todas as pessoas em diversos estados de vida, namorados, casados, solteiros e viúvos. Vale a pena amar? Vou deixar como curiosidade para você ler lá no Instagram. Voltemos para Santo Antônio...

Santo Antônio era também um homem preocupado com os necessitados. Podemos dizer que ele foi o homem da partilha, tanto que é tradição em muitos lugares, no dia de Santo Antônio, abençoar os pães que devem ser partilhados entre os familiares e amigos, pois esse grande Santo nos ensina que a vida deve ser uma partilha e aqueles que não sabem partilhar, não sabem viver.

Isso podemos aprender de Antônio com um fato curioso. Certa vez, distribuiu aos pobres todo o pão do convento. O frade padeiro ficou em apuros quando, na hora da refeição, percebeu que os frades não tinham o que comer. Surpreso, foi contar ao Santo o ocorrido. Este mandou que verificasse novamente o lugar em que os tinha deixado. O frade padeiro voltou maravilhado, os cestos transbordavam de pão, tanto que foram distribuídos aos frades do convento e aos pobres.

Aprendamos, filhos e filhas, com esse grande Santo, o dom a partilha. Aprendamos com ele a viver a prece:

Dai pão a quem tem fome e fome de justiça a quem tem pão”.

Que sejamos livres do egoísmo e do individualismo, estando sempre abertos ao diálogo e ao próximo.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

 

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 5 de junho

 

Filhos e filhas,

Nesta sexta-feira, dia 7 de junho, celebramos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. E no sábado seguinte, teremos a Festa do Imaculado Coração de Maria. Na linguagem bíblica, o coração não simboliza apenas o aspecto afetivo, mas representa a totalidade da pessoa, incluindo sua inteligência, consciência, memória e escolhas.

Do lado aberto de Jesus, transpassado pela lança, saiu água e sangue. Desse manancial de graças, que é o Sagrado Coração de Jesus, um rio de misericórdia desce sobre o nosso coração ferido, endurecido e indiferente ao apelo e ao amor de Deus. A devoção ao Sagrado Coração de Jesus nos ajuda a experimentar esse amor e depois testemunhá-lo. O amor leva nosso coração a bater no mesmo ritmo, pulsar na mesma frequência desse Sagrado Coração.

O coração de Maria era um lugar de encontro com Deus. No seu íntimo ela guardava e meditava todas as coisas que a poderiam afligir e confiava no seu Senhor (cf. Lc 2, 19 | Lc 2, 51). Por isso, este coração Imaculado é o modelo mais perfeito de coração humano. Aquele para o qual nós podemos olhar e o qual devemos imitar, para nos assemelharmos a Jesus e identificarmos também o nosso coração com o d’Ele.

Não sei se é uma linguagem poética ou se tem algum fundo científico, mas ouvi dizer que quando nos aproximamos de alguém que amamos e esse amor é recíproco, o coração dispara para depois acalmar-se e ambos batem na mesma frequência.

Como disse, não sei se é uma linguagem poética, mas não foi por acaso que, quando Maria chegou à casa de Isabel, a criança pulou de alegria no seu ventre (Lc 1,44). Também quando o discípulo amado reclinou sua cabeça no peito do Mestre, seu coração pulsou na mesma frequência que o Dele (cf. 13,23).

Então, quando chegarmos à presença de Jesus, deixemos nosso coração acelerar de alegria e quando se acalmar, pulsar no mesmo ritmo do coração de Jesus. Esta é a espiritualidade de quem quer viver a jaculatória lindíssima:

Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso.

Espiritualidade que nos leva a encontrar o verdadeiro sentido de ser, que significa permanecer afastado das perversões e das impurezas.

Para ter o coração como o de Jesus, não podemos permitir que a semente do mal, do joio, cresça e tome conta da nossa vontade. Temos que erradicar, tirar, cortar o mal pela raiz.

Se queremos ter o coração semelhante ao de Jesus, não podemos ter as mãos sujas pelas negociatas, sujas por tocar onde não devia, suja porque fomos coniventes com as injustiças, sujas porque cruzamos os braços quando alguém precisou. Mãos sujas porque faltamos com o respeito, pelo desacato, pela omissão.

Para nos ajudar a ter um coração semelhante ao de Jesus e Maria, sugiro esta oração:

Ó Jesus, no seu Sagrado Coração e no Coração Imaculado de Maria, confio as minhas intenções:

(Coloque a sua intenção agora)

Sagrado Coração de Jesus, fonte de todo o bem e de todas as graças, onde procurarei a não ser no tesouro que contém todas as riquezas de Vossa clemência e bondade? Onde baterei, a não ser à porta do Vosso Coração, pelo qual o próprio Pai vem a nós, e nós vamos a Ele?

A Vós pois, Sagrado Coração de Jesus, recorremos. Em Vós, Sagrado Coração de Jesus, encontro consolação quando aflito, proteção quando perseguido, força quando oprimido de tristeza. No Teu Coração Jesus, encontro luz, quando envolto nas trevas da dúvida.

Ó Maria, Vós que tendes um Coração suave e humilde lembrai-Vos de nós quando cairmos no pecado. Concedei que, por meio de Vosso Imaculado e Materno Coração, sejamos curados de toda doença espiritual.

Doce Coração de Jesus, sede o meu amor.

Doce Coração de Maria, sede a minha salvação.

Amado seja por toda a parte o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria.

Sagrado Coração de Jesus, Imaculado Coração de Maria, eu tenho confiança em Vós e por isso, neste momento, repito o meu pedido:

(Diga novamente sua intenção)

Sagrado Coração de Jesus, eu tenho confiança em Vós.

Sagrado Coração de Jesus, creio em Vosso amor para comigo.

Sagrado Coração de Jesus, coloque em nosso coração os sentimentos que tiveste: amor, paz, perdão e obediência ao Eterno Pai.

Imaculado Coração de Maria, fazei que possamos sempre contemplar a bondade de Vosso Materno Coração e nos convertamos por meio do Vosso Coração.

Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao Vosso.

Doce Coração de Maria, sede a minha salvação!

Amém.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Pe. Reginaldo Manzotti | Boletim Informativo - 29 de maio

 

Filhos e filhas,


“Tomai e comei, isto é o Meu corpo. Tomai e bebei, todos vós, isto é o Meu sangue. O sangue da aliança, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.” (Mt 26, 26-27)

Em nenhum versículo da Sagrada Escritura, a Eucaristia é apresentada como um mero “símbolo” do corpo de Cristo. Na verdade, nela está presente o próprio Cristo: corpo, sangue, alma e divindade. Essa é a verdadeira doutrina sobre a Eucaristia ensinada por Cristo e pelos apóstolos, até porque se a Eucaristia fosse apenas um “símbolo”, uma “lembrança”, ela não poderia se constituir em um alimento para a vida eterna.

A Eucaristia sempre foi considerada o “Sacramento da Igreja”, estando, portanto, no centro da vida paroquial e da comunidade que dela participa. Não se edifica uma comunidade se esta não tiver sua raiz e seu centro na Eucaristia, lembra o Concílio Vaticano II (Presbyterorum Ordinis 6).

Nosso Senhor Jesus instituiu a Eucaristia na noite em que foi entregue aos soldados romanos, enquanto ceava com os apóstolos. Inaugurou o rito eucarístico, oferecendo aos apóstolos o sacramento do pão e do vinho, Seu próprio corpo e sangue em comida e bebida, e mandando que fizessem o mesmo em Sua memória. Portanto, delegou o poder de realização deste sacramento até o Seu retorno.

São João Paulo II assim falou sobre a Eucaristia: “Debaixo das aparências do pão e do vinho consagrados, permanece conosco o mesmo Jesus dos Evangelhos, que os discípulos encontraram e seguiram, viram crucificado e ressuscitado, cujas chagas Tomé tocou, prostrando-se em adoração e exclamando: ‘Meu Senhor e meu Deus’”.

Tenho sentido, ultimamente, uma necessidade de valorizarmos mais ainda a Jesus Sacramentado. Nós, católicos, temos o privilégio de podermos adorar a Jesus. Mas tenho ressaltado que esse privilégio é também responsabilidade nossa de mostrar o real valor da Eucaristia.

Olhar para Jesus no Sacramento do Altar é ter a consciência de que somos amados por Deus e reconhecer os sinais desse amor presentes nos acontecimentos da nossa vida, em todos os pontos e vírgulas da nossa história.

Fazer uma experiência da presença real de Jesus é também amá-Lo e verificar se nosso coração está inteiro n’Ele ou dividido. É descobrir onde deixamos cada pedaço do nosso coração e pedir que o Espírito Santo revele qual parte dele não pertence ao Senhor.

É deixarmo-nos forjar no fogo do Espírito Santo, para que os pedaços do nosso coração sejam fundidos como uma única peça, uma única joia, a qual não mais se separe em pedaços e pertença inteiramente ao Senhor, um coração adorador.

Termino esta mensagem com uma das orações ensinadas pelo anjo em Fátima, Portugal, aos três pastorinhos: Lúcia, Jacinta e Francisco, que creio ser próprio de um coração adorador:

“Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.”

Amém.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

 

Padre Reginaldo Manzotti (boletim informativo semanal – 22/05/2024)

 Filhos e filhas,

Nesta semana quando celebramos Santa Rita de Cássia, somos impelidos para o impossível, pois Santa Rita é a santa das causas impossíveis. E tudo bem, filhos e filhas, porque nosso Deus é especialista no impossível, mas para que possamos acreditar que o impossível existe, necessitamos de FÉ!

Na Carta aos Hebreus, encontramos: “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê” (Hb 11,1). Belíssima a definição para a fé, que é uma das virtudes teologais chamada infusa. Isso quer dizer que, juntamente com a esperança e a caridade, recebemos como dom gratuito pelo nosso Batismo.

Mas a fé é como uma semente, precisamos fazer com que ela cresça e produza frutos. Então, podemos afirmar que é dom de Deus, ou seja, ela não nasce separadamente da vontade humana, porque ninguém acredita se não quiser, mas também ninguém acredita sem que Deus o permita.

A fé cresce e se revigora, mas precisa ser estimulada e exercitada. E podemos fazê-lo de várias formas. Uma delas é através da caridade, pois a fé sem caridade não frutifica e a caridade sem fé ficaria à mercê da dúvida.

Outra maneira é a vivência sacramental, quer dizer, buscar os sacramentos da Confissão e da Comunhão, mesmo que não tenha vontade e não os façam por sentimento. Isso traz um crescimento para a nossa vida espiritual.

Outra situação é através da leitura da Palavra de Deus, no conhecimento da história da nossa salvação, os planos de Deus para suas criaturas; Sua verdade e o seu mistério de amor; conhecer a vida de Jesus, Seus ensinamentos, Seu ato redentor, assim como também conhecer os Atos dos Apóstolos, a trajetória e a vida colocada a serviço da evangelização como nos apresentam as Cartas Paulinas.

Tudo isso é essencial para estimular e exercitar a fé, pois pela fé, os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre (Mc 10, 28). Acreditaram nas palavras com que Ele anunciava o Reino de Deus presente e realizado na sua Pessoa (Lc 11, 20). Viveram em comunhão de vida com Jesus, que os instruía com a sua doutrina, deixando-lhes uma nova regra de vida pela qual haveriam de ser reconhecidos como seus discípulos depois da morte d’Ele (Jo 13,34-35).

Pela fé, foram pelo mundo inteiro, obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda criatura (Mc 16, 15) e, sem temor algum, anunciaram a todos a alegria da ressurreição, de que foram fiéis testemunhas.

Pela fé, os discípulos formaram a primeira comunidade reunida à volta do ensino dos Apóstolos, na oração, na celebração da Eucaristia, pondo em comum àquilo que possuíam para acudir às necessidades dos irmãos (At 2, 42-47).

Pela fé, os mártires deram a sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os transformara, tornando-os capazes de chegar até ao dom maior do amor com o perdão dos seus próprios perseguidores.

Pela fé, o impossível acontece! Por isso, rezemos:

Eu creio, Senhor, mas aumentai a minha fé.

 

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti