Filhos e filhas,
Feliz Ano Novo! Um abençoado 2020!
Cada
novo ano é uma dádiva que Deus nos concede. É como uma página em
branco, onde podemos reescrever nossa história, acertando o que estava
errado, melhorando o que já estava bom. Mas, nada do que planejamos para
este ano fará sentido ou atingirá seu objetivo se não tivermos o que é
essencial: paz.
A
paz não é apenas ausência de guerras. Claro que precisamos de paz nas
ruas, paz entre as nações. Todos os dias, nos chegam enxurradas de
notícias de conflito entre povos, guerrilhas, brigas, violência no
trânsito, aliás violência de todo tipo, a vida humana não está valendo
mais nada, porém nessa primeira mensagem do ano refiro-me especialmente à
paz interior.
A
verdadeira paz começa a existir do nosso encontro pessoal com Jesus, o
‘Príncipe da Paz’. Ela brota dentro de cada um de nós, para depois
exteriorizar-se, manifestar e se expandir em casa, na família, no
ambiente de trabalho, nas ruas, nas cidades e no mundo.
Ninguém
é santo, ninguém é perfeito. Amamos e odiamos, erramos e acertamos,
cometemos gestos bons e maus. A nossa fragilidade humana é marcada pelo
pecado, mas Deus nos amou tanto que se compadeceu de nós, em Jesus
assumiu nossa humanidade, assemelhou-se a nós em tudo, menos no pecado.
E, porque Jesus veio a nós a paz tornou-se possível. Ele nos disse: “Eu
deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para
vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham
medo” (Jo 14,27).
O
medo é um dos inimigos da paz. O medo nos leva à insegurança, à
desconfiança, a nos armarmos contra aqueles que pensamos ser ameaça para
nós. Não digo que estejamos com armas de fogo, também não me refiro só à
agressão física, fazemos de nossa língua uma arma mortal, espalhando
fofoca e maledicência, “puxando o tapete”, mentindo e intimidando. A
língua pode ter uma força de agressão violenta. Por isso, ao nos deixar a
paz Jesus nos recomendou que não tivéssemos medo, por isso também, em
seguida, Ele nos mandou amar-nos uns aos outros (cf. Jo 15,17). O medo
separa, desequilibra e desune; o amor atrai, congrega, dá segurança e
traz a paz.
A
mentira é outra inimiga da paz. A pessoa que pratica o mal não gosta de
ver as coisas ruins à luz da verdade, ela se esconde. Por isso, quem
faz o mal não gosta da luz. E Jesus é luz e quem caminha no mal, quem é
mentiroso, desonesto, quem busca o pecado não quer a luz, prefere as
trevas, as sombras, prefere fazer as coisas na surdina, nas fofocas,
intrigas, promovendo as discórdias.
Se
não temos paz, além de não sermos felizes, deixamos os que estão
próximos a nós infelizes, porque a luz irradia, mas, o mal também
irradia. Porém, a paz, além de ser um dom de Deus, é uma construção
diária que depende muito de nós. Depende de nossas atitudes, de sermos
capazes de nos reconciliar, nos acolher, nos perdoar e libertar-nos das
mágoas e ressentimentos.
A paz interior é um dom do Espírito Santo, como nos diz a Carta aos Gálatas: “Por seu lado, são estes os frutos do Espírito: amor, alegria, paz” (Gl 5,22). Isso quer dizer que ela deve ser pedida como o próprio Apóstolo Paulo afirma: “Apresentem
a Deus todas as necessidades de vocês através da oração e da súplica,
em ação de graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão,
guardará em Jesus Cristo os corações e pensamentos de vocês” (Fl 4,7).
Esse trecho da Carta aos Filipenses nos dá uma certeza que a paz não é
uma utopia, não é um “talvez”, mas é uma certeza em Jesus. Ele venceu o
mundo! A paz já nos foi concedida!
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
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