Filhos e filhas,
Nesta
semana a Igreja celebra vários santos que admiro e que aprendi a
pedir a Intercessão. Na segunda-feira, dia 20, celebramos São
Sebastião, cuja novena fizemos no programa Experiência de Deus. Já
na terça, é o dia de Santa Inês, a virgem mártir. Dia 24 de
janeiro é celebrado o dia de São Francisco de Sales. Por fim, no
sábado, celebramos a Conversão de São Paulo.
Todos
sabem que ler sobre a vida dos santos é um dos meus hobbies
preferidos. Gosto de ver que ninguém nasce santo, todos passam por
um processo de conversão. O que chama minha atenção é o fato de
que Deus sempre nos chama, e de uma forma ou outra, todos nós
sentimos Deus.
O
ser humano, a natureza humana, tem sede de Deus. Esta é uma verdade
que temos que aceitar. Nossa alma tem fome, tem sede de Deus. Nossa
natureza humana busca sempre o Seu Criador. Isso não tem relação
com as teorias de onde, como ou quando surgiu o ser humano.
O
fato é que todo ser humano é um desdobramento de Deus. Quando
falamos que Deus nos fez à sua imagem e semelhança é o mesmo que
dizer que Deus nos fez como parte d’Ele. “Todas
as criaturas são portadoras duma certa semelhança de Deus, muito
especialmente o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. As
múltiplas perfeições das criaturas (a sua verdade, a sua bondade,
a sua beleza) refletem, pois, a perfeição infinita de Deus”
(CIC 41).
Nós
somos uma extensão de Deus, um derramamento de Deus e por mais que
alguns não aceitem, nós temos saudades do Criador. Está em nossa
natureza, em nossa essência, em nossa matéria. Então quando
dizemos “tenho saudades de Deus”, “tenho fome de Deus e eu
anseio por Deus” é antropológico, é natural.
O
Salmista expressa esse nosso grande anseio: “Minha
alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando voltarei a ver a face de
Deus?” (Sl
42,3). Depois da criação ninguém mais viu a face de Deus e o nosso
grande anseio é encontrar esta face.
A
vida é busca e encontro. Nossa grande busca é Deus, Ele é o amado
de nossa alma, como diz São João da Cruz, num dos seus poemas
espirituais: “Buscando
meu Amor, meu Amado, vou por montes e vales, sem temer mil perigos.
Nem flores colherei no caminho, pois segui-lo é preciso sem deter-me
ou parar. Já não tenho outro ofício, só amar é o exercício.
Solidão povoada, presença amorosa do Amado. Viver ou morrer, sem
Ele eu não quero ser”!
Deus
espera pacientemente que o pecador se converta e se volte para Ele.
Isso me faz lembrar de um homem em particular: Santo Agostinho. Ele
precisou ser forjado com muito custo por Deus para se tornar um homem
de fé. Depois de sua experiência com Deus, Santo Agostinho diz que
nossa alma foi feita para Deus e não encontraremos a paz enquanto
não repousarmos em Deus. Santo Agostinho é o reflexo do anseio de
todos nós.
Onde
está a resposta da existência humana? Em Deus! Foi isso que Santo
Agostinho descobriu. Tanto que chega em um determinado momento de sua
vida que ele diz: “Tarde
te amei Senhor. Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova,
tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu fora. Estavas comigo e não
eu contigo. Exalaste perfume e respirei. Agora anseio por ti.
Provei-te e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz.”
Busquemos
encontrar Deus e Ele se deixará encontrar. O próprio Deus nos diz,
através do profeta Jeremias: “Vocês
me procurarão e me encontrarão se me buscarem de todo o coração”
(Jr 29,13).
Deus
abençoe,
Padre
Reginaldo Manzotti
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